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Falta de stocks é um dos mais influentes obstáculos da cadeia de valor na relação entre retalhistas e clientes

Cadeias de abastecimento
Foto Shutterstock

Melhorar a situação da função da cadeia de abastecimento é vital porque o ambiente atual mudou e, com isso, as expectativas dos compradores, que são cada vez mais elevadas desde que estalou a pandemia.

“Garantir o abastecimento tornou-se essencial num contexto como o atual, marcado pela existência de risco de choques na oferta e uma pressão inflacionista de carácter mais persistente ao esperado”, comenta Borja Tramazaygues, senior partner e diretor global da área de Procurement da Bain & Company.

Os consumidores querem entregas mais rápidas. Nos supermercados dos Estados Unidos da América, por exemplo, mais de três quartos dos pedidos online agora chega no mesmo dia, enquanto um quarto dos Millennials está disposto a pagar até 15 dólares  pelas entregas em casa numa hora. Os shoppers também desejam entregas mais flexíveis e produtos mais frescos. Ao mesmo tempo, diminuiu a tolerância pela falta de stocks e pelo menor sortido.

Estar à altura destas expectativas pode sobrecarregar as cadeias de abastecimento e a rentabilidade. Em resposta, alguns retalhistas estão já a começar a investir para superar este repto. No mais recente inquérito da Bain & Company à cadeia de valor do retalho, realizado em colaboração com a National Retail Federation (NRF), foi perguntado aos seus líderes quais são as estratégias que estão a implementar para lidar com a migração acelerada para o comércio eletrónico e impulsionar a sua proposta de valor ao cliente. Concluiu-se que 66% estava a otimizar o inventário, 50% a implementar novas estratégias de entrega e 45% a abrir microcentros de logística.

 

Impacto estratégico das cadeias de abastecimento

Existem diversos contextos nos quais as mais recentes ferramentas de modelagem das cadeias de abastecimento podem criar valor ponto-a-ponto e ajudar os retalhistas a satisfazer a procura por parte dos seus clientes“, diz o comunicado da Bain & Company. “Vejamos, por exemplo, a entrega de morangos em mercearias. Numa cadeia de abastecimento convencional, os retalhistas esperariam para ter os camiões totalmente cheios antes do despacho da carga. Isto pode fazer sentido numa abordagem limitada e focada nos custos, que tem pouco em conta a saúde mais ampla do negócio. No entanto, o atraso no envio também pode afetar negativamente a frescura, tornando o artigo menos atrativo para o shopper e podendo levá-lo, inclusivamente, a decidir comprá-lo numa loja concorrente“.

A falta de existências é outro contratempo da cadeia de valor que pode prejudicar a relação entre um retalhista e os seus clientes: a pesquisa mostra que este é o mais exasperante de todos os episódios que os compradores geralmente encontram no supermercado. A falta de stocks é ainda uma situação de alto risco noutros sectores da distribuição, que pode fazer com que o comprador desiludido troque de estabelecimento.

À medida que procuram satisfazer as necessidades dos clientes, os executivos podem ter uma noção mais holística de como ajustes na cadeia de valor podem produzir melhores resultados. Os retalhistas podem desenhar o impacto dos movimentos estratégicos nas cadeias de abastecimento em função de uma série de métricas além dos custos, tais como a consistência da disponibilidade em loja, o tamanho do cesto de compras, a fidelização do cliente à marca (medida pelo Net Promoter ScoreSM) e a percentagem do seu gasto que o retalhista tem assegurada.

 

Investimento nas cadeias de abastecimento

O estudo da Bain & Company sugere que, até 2030, os retalhistas vão assistir apenas a um crescimento modesto do lucro do comércio tradicional (atividades de retalho centradas na simples venda de mercadorias adquiridas a fornecedores). Em vez disso, a maior parte do crescimento do lucro deverá vir de atividades que vão além do comércio, como os marketplaces, publicidade e serviços financeiros. Prevê-se que, num mercado ocidental típico, as atividades além do comércio  possam vir a representar metade dos lucros dos retalhistas, em 2030. Além disso, alguns operadores de escala ainda não acabaram de monetizar todas as vantagens existentes nas suas cadeias de valor do comércio tradicional.

O investimento associado à automatização da cadeia de abastecimento pode trazer outro benefício: menos vulnerabilidade à escassez no mercado de trabalho. Dois terços dos retalhistas inquiridos pela Bain & Company/NRF destacaram a escassez de mão-de-obra como uma pressão significativa e continuada.

Por Bárbara Sousa

I am a journalist and news editor with eight years of experience in
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