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Em agosto de 2025, as exportações portuguesas de bens registaram uma quebra homóloga de 1,3%, enquanto as importações aumentaram 3,1%, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE). Este desequilíbrio contribuiu para o agravamento do défice da balança comercial, que atingiu 2.983 milhões de euros, mais 313 milhões do que no mesmo mês de 2024.
Os índices de preços continuaram a descer, tanto nas exportações (-1,7%) como nas importações (-2,9%), em agosto de 2025 (-1,8% e -2,9%, respetivamente, em julho de 2025; +0,2% e -3,9% em agosto de 2024, pela mesma ordem).
Exportações
A principal causa da redução nas exportações foi a forte queda nas vendas de combustíveis e lubrificantes (-25,6%), refletindo tanto a descida de preços (-10,6%) como de volumes (-16,8%). Excluindo os combustíveis e lubrificantes, as exportações registaram um acréscimo de 1,1% (-10,1%, em julho de 2025).
Destacou-se positivamente o sector do material de transporte (+10,8%), maioritariamente veículos e outro material de transporte, com crescimento nas vendas para o Reino Unido.
Tendo em conta os principais países parceiros de 2024, salientam-se os decréscimos das exportações para Espanha (-5,8%) e Países Baixos (-22,2%), principalmente combustíveis e lubrificantes, e Alemanha (-9,9%), essencialmente máquinas e outros bens de capital.
Em sentido contrário, destaque para o acréscimo das exportações para os Estados Unidos (+36,5%), evidenciando-se os fornecimentos industriais, nomeadamente produtos químicos, correspondendo, em grande parte, a transações com vista a trabalho por encomenda (sem transferência de propriedade). No entanto, quando excluído este tipo de transações, a trajetória das exportações para os Estados Unidos inverte-se, registando-se um decréscimo de 31,7%.
Importações
Nas importações, o crescimento foi impulsionado por fornecimentos industriais (+19,4%), maioritariamente produtos químicos da Irlanda, correspondentes, sobretudo, a transações sem transferência de propriedade. Salientam-se ainda os acréscimos das importações de material de transporte (+18,7%), principalmente aviões e automóveis de passageiros provenientes da Alemanha.
Já as importações de combustíveis e lubrificantes recuaram 28,5%, maioritariamente óleos brutos de petróleo, o que reflete descidas de preços (-12,4%) e em volume (-18,4%).
Défice da balança comercial de bens
Os dados do organismo de estatística revelam ainda que, no acumulado de janeiro a agosto de 2025, o défice da balança comercial de bens agravou-se para 21.239 milhões de euros (+3.947 milhões face a 2024), refletindo uma balança comercial cada vez mais pressionada, especialmente em produtos energéticos.