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Estudo europeu prevê novos “loucos anos 20” no pós-pandemia

Procura por eventos sociais será forte assim que as restrições forem levantadas

Foto Shutetrstock

Um novo estudo realizado, a nível europeu, encomendado pela Epson, maior fabricante global de projetores, revela que haverá uma forte recuperação no sector de eventos assim que as medidas de confinamento sejam levantadas.

O estudo, que foi elaborado com a ajuda de um psicólogo e especialista no impacto das pandemias no comportamento social, indica que os europeus vão entrar numa vaga de entusiamo pós-pandemia de eventos organizados, como festivais, concertos, entretenimento ao vivo e atrações turísticas.

A Epson encomendou um novo estudo para avaliar como a indústria de eventos europeia vai responder à procura por parte dos consumidores no pós-pandemia. O resultado mais promissor indica que a demanda por participação em eventos será ainda mais forte após a pandemia do que antes do início das restrições. Uma proporção elevada (83%) está a planear ir ao mesmo número ou mais eventos, uma vez levantadas as restrições de confinamento, e mais de metade (56%) afirma participar em mais eventos porque “a vida é curta” e querem “recuperar o tempo perdido“.

 

“A vida é curta”

O inquérito realizado a 2.500 consumidores que vão a eventos em toda a Europa, abrangendo o Reino Unido, França, Itália, Espanha e Alemanha, revelou que quase nove em cada dez (89%) disseram que sentem falta de participar em eventos organizados e mais de nove em cada dez (92%) estão ansiosos por participar em novos eventos, assim que as restrições sejam levantadas.

O sentimento de quer a vida é curta destaca-se entre os Baby Boomers, a Geração Silenciosa (63%), as mulheres (61%) e é mais elevado em Itália (61%). Mais de metade disse também que os eventos sociais são “bons para a alma e fazem-me feliz“, o que é especialmente verdade em Espanha.

 

Impacto das pandemias

O inquérito foi elaborado com a ajuda de Steven Taylor, um psicólogo que estudou o impacto das pandemias no comportamento social humano. “O inquérito indica que a esmagadora maioria das pessoas está ansiosa por retomar as suas vidas sociais pré-pandémicas, o que inclui a participação em eventos experimentais ao vivo“, comenta.

Isto destaca o facto de que as pessoas são resilientes e que a maioria irá recuperar os seus níveis de socialização pré-pandemia, independentemente de como se estejam a sentir neste momento. “As pessoas vão querer sair e socializar e essa mudança acontecerá rapidamente. Na verdade, espero que haja um curto período de hiper-sociabilidade, uma espécie de ‘loucos anos 20’, enquanto as pessoas recuperam. Os eventos ao vivo terão um papel importante nessa retoma”.

A análise dos resultados feita por Steven Taylor sugere também que as pessoas podem ter subestimado a sua vontade de participar em eventos ao vivo e que o retorno será ainda maior do que o previsto. “O estudo mostra que as pessoas não são muito boas a prever o que as fará felizes“, explica o professor. “Parte disto deve-se ao efeito de ancoragem, que ocorre quando as pessoas fazem previsões sobre o futuro e o fazem com base no seu estado de espírito e sentimentos atuais”.

Atualmente, as pessoas encontram-se num estado de cansaço pandémico, sentem-se stressadas e algumas sofrem de baixos níveis de depressão, o que introduz um nível de efeito de negatividade quando pensam nos seus planos futuros. “Consequentemente, é provável que estejam a sobrestimar a sua ansiedade em relação à participação em eventos. Embora algumas pessoas estejam ansiosas na primeira ou segunda vez que vão a um evento, é provável que as suas ansiedades se dissipem rapidamente. A maioria das pessoas irá recuperar. Isto é o que aconteceu no passado e irá acontecer de novo“.

 

Eventos

Neil Colquhoun, vice-presidente de Sistemas de Projeção Profissionais na Epson Europa alerta que a indústria de eventos precisa de estar preparada para um aumento sem precedentes da procura, uma vez terminado o confinamento. “É provável que a recuperação seja ainda mais forte do que as pessoas imaginam. O estudo diz-nos que, entre os consumidores que participaram num ou mais eventos durante os últimos dois anos, quase todos sentem falta da participação em eventos, estão ansiosos por ir a novos eventos e estão a planear ir ao mesmo número ou mais de eventos assim que o confinamento terminar. A indústria dos eventos sofreu durante o confinamento, mas este estudo mostra que há luz ao fundo do túnel. Podemos esperar um espírito festivo, após a pandemia, e os organizadores de eventos e atrações estarão agora a preparar-se para aproveitar ao máximo o aumento da procura“.

O estudo revela que muitas pessoas dizem que passaram o confinamento com saudades dos eventos e a relembrar aqueles a que iam. Mais de metade (54%) passou o confinamento a partilhar memórias de eventos passados com amigos e familiares e 51% admitiu ver concertos e eventos online ou na televisão como substituto dos eventos. Uma grande maioria (78%) diz que ver e/ou planear eventos com amigos ou família os faz sentir-se felizes. Mais de seis em cada dez (63%) disseram sentir-se aborrecidos, tristes e frustrados por não poderem ir aos eventos durante os confinamentos. “Aborrecido” é a emoção com maior pontuação para a Geração Z (52%), no Reino Unido (48%), nos Millennials (47%), nos homens (44%) e na Geração X (44%). “Triste” é a mais elevada em Itália (48%) e Espanha (58%) e entre os europeus Baby Boomers/Geração Silenciosa (45%).

 

Crescimento pós-traumático

O estudo revela que a pandemia tem encorajado as pessoas a apreciar mais as pequenas coisas e a atribuir um valor mais elevado ao que lhes tem sido negado. Isto é suscetível de resultar num período de maior valorização ou crescimento pós-traumático, uma vez levantadas as restrições.

No total, seis em cada dez (61%) disseram que “valorizam mais as pessoas que amam e/ou que vão valorizar mais a ligação com amigos e familiares através de experiências partilhadas” quando a pandemia terminar. Mais de metade (56%) diz que vai “aproveitar todas as oportunidades de viver a vida ao máximo e ou sair e divertir-se” após o fim do confinamento.

Em todos os grupos etários, as características de crescimento pós-traumático são mais evidentes nas gerações mais velhas, tais como os Baby Boomers e a Geração Silenciosa. As mulheres também são mais propensas do que os homens a apresentar características de crescimento pós-traumático otimistas.

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