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“Este é um ano de transformação para a Fiamma”

Pedro Serra, CEO da Fiamma, aborda o lançamento da Vela, o equipamento de luxo de extração de café para o lar

A Fiamma apresenta a Vela, uma máquina de café profissional para utilização em casa ou no escritório. Inspirada na cultura marítima dos navegadores portugueses, o novo equipamento da Fiamma, dirigido ao mercado de luxo, conta com recursos avançados e fáceis de usar, combinando design e desempenho, para que cada um possa ser um barista e tirar o melhor de cada café. Para assinalar o lançamento da Vela, a Fiamma associou-se ao movimento #AllTheArtists, que convida artistas visuais e plásticos a desenvolverem um design distinto e inovador para esta máquina de café profissional, com 60% da verba das vendas deste equipamento a reverterem a favor do sector artístico, de associações e entidades de carácter social que atuam em contexto nacional. Pedro Serra, CEO da Fiamma, aborda os motivos do lançamento deste equipamento que vai de encontro à “terceira onda do café”.

 

Grande Consumo – A que se deve a aposta na comercialização de um equipamento profissional para o lar, a Vela? Quais são os seus objetivos qualitativos e quantitativos?

Pedro Serra – O café faz parte do nosso quotidiano desde sempre. A azáfama em que vivemos coloca-nos um café nas mãos em vários momentos do dia, há muitas décadas.

Com esta ligação ao café, as pessoas sentiram necessidade de adquirir máquinas de café para consumir em casa. Entretanto, houve uma evolução do sector e dos hábitos de consumo, em particular, o que promoveu o aparecimento das cápsulas de café.

Pedro Serra, CEO Fiamma
Pedro Serra, CEO Fiamma

No entanto, estamos hoje perante uma nova evolução no consumo de café. A designada “terceira onda do café” apresentou-nos o café de especialidade, que traz consigo a procura por novas formas de consumo, a pesquisa por novas origens, a experiência de consumo e o cuidado com todos os detalhes relacionados com o mundo do café.

Ao contrário da azáfama a que o café nos habituou, enquanto “commodity”, hoje estamos perante um produto que também é para degustar e para experimentar com calma, por quem percebe e é um verdadeiro apreciador de café. Foi a pensar nestas pessoas que a Fiamma decidiu criar a Vela, com todas as características de uma máquina profissional de última geração, mas com um tamanho e estilo que pode ser adaptado à decoração lá de casa.

 

GC – Trata-se de um nicho de mercado por explorar? Com que expectativas parte a Fiamma para este lançamento?

PS – O conceito da terceira onda de café, que surgiu de mãos dadas com a procura por café de especialidade, já surgiu em 2000, mas só nos últimos anos é que tem vindo a ganhar dimensão. A Vela surge, portanto, como resposta à crescente procura por um equipamento com características muito especiais. Sabemos que a Fiamma é pioneira ao criar a Vela e isso traz uma dualidade de premissas. A procura é muito interessante por se tratar de uma novidade e porque há, de facto, muitas pessoas que aguardavam por uma máquina destas. Mas há, por outro lado, a necessidade de explicar a um público mais alargado a diferença entre uma máquina profissional para uso em casa e uma máquina doméstica.

 

GC – A que público-alvo se dirige? Existe mercado, em Portugal, para um equipamento com este posicionamento?

PS – Esta é uma máquina que se posiciona no segmento de luxo. Portugal tem muitos aficionados por café e pessoas que procuram, justamente, uma máquina com estas características, mas, naturalmente, esta é sempre uma peça para um público muito restrito, pelo que a Fiamma aproveita o canal aberto em mais de 73 países para a comunicação e comercialização da Vela.

 

Fiamma Vela

GC – Como será comercializado este produto? Com que PVP se apresentará ao mercado?

PS – A estratégia de comercialização da Fiamma para esta máquina assenta, fundamentalmente, na colocação da máquina em distribuidores (para o canal Horeca, que é igualmente pertinente para esta máquina) e empresas direcionadas para a venda ao público, no segmento de luxo, com um PVP que varia entre os 4.305 e os 6.765 euros.

 

GC – A pandemia da Covid-19 veio, de alguma forma, precipitar o lançamento deste equipamento ou o mesmo ocorre quando estava previsto?

PS – Na realidade, a pandemia atrasou ligeiramente o processo de lançamento da Vela. A Fiamma já havia anunciado o pré-lançamento desta máquina em outubro, em Milão, com um protótipo, porém, o lançamento oficial em Portugal estava previsto para ser efetuado em março, no Lisbon Coffee Fest que, por ter sido cancelado, obrigou a inverter os planos para uma estratégia digital.

 

GC – Quais são as mais-valias associadas ao mesmo? Em que se distingue face a outros produtos da marca? Tecnologicamente, o que tem de especial a Vela?

PS – Basicamente, a Vela nasce como uma “mini Astrolab”, a máquina topo de gama da Fiamma. A tecnologia dos perfis de pressão variáveis, o sistema operativo Fiamma Navigator, onde o barista comanda e monitoriza todos os parâmetros da extração, as lanças de vapor “cool touch”, o sistema de baixo consumo de energia, entre outras vantagens, são todas características de última geração que se encontram na Astrolab, mas numa máquina mais pequena.

Tal como a Astrolab, a Vela tem um potencial enorme de customização, o que é um fator diferenciador face aos outros modelos da Fiamma, que são máquinas mais convencionais.

 

GC – Era importante, perante o contexto social vivido, associar uma ação solidária ao lançamento deste equipamento? Esta ligação é para manter à medida que se assiste ao normal desenrolar do processo de venda da máquina?

PS – Sim, de facto, no momento em que a sociedade, em geral, foi abalroada pela pandemia, sentimos que aquele não era o “timing” indicado para evoluir em termos comerciais. Era, e continua a ser, isso sim, o momento de contribuir para causas que fazem sentido para nós enquanto empresa e enquanto marca.

A ligação intrínseca entre o café e a cultura fez-nos olhar para a comunidade artística como epicentro para a nossa abordagem em termos de apoio à sociedade. Tínhamos a Vela em mãos e, por isso, por ser o nosso produto mais recente, entendemos muito rapidamente que, talvez, conseguíssemos ajudar ao convidar a comunidade artística para personalizar a máquina e vendê-la exatamente pelo PVP. Com a venda, a Fiamma fica apenas com o valor mínimo para o pagamento de custos de produção, doando 60% do valor à cultura e à arte.

 

GC – Este é o grande lançamento da Fiamma para 2020, ou iremos assistir a mais novidades até final do ano?

PS Face à situação que vivemos, a estratégia para 2020 foi repensada e assenta agora, fundamentalmente, na consolidação de resultados. Na perspetiva do marketing, no entanto, este é um ano de transformação para a Fiamma, que quer posicionar-se cada vez mais como marca de referência internacional no sector do café, particularmente, na construção de máquinas de café expresso.

 

GC – O mundo do café é muito mais do que uma simples chávena?

PS – O mundo do café converge numa chávena, mas é de uma riqueza tão extraordinária que é muito redutor limitar-nos a apreciar um café pelo seu sabor. Tal como acontece com o vinho, também no café importam (e muito) a origem, o processo, a torra, a forma de servir e, com estes elementos, também as pessoas que orbitam à sua volta.

O que um café representa e o que permite tornam o pequeno grão que tão bem conhecemos num autêntico concentrado de experiências absolutamente apaixonantes.

 

GC – O que seria um bom exercício de 2020 para a marca atendendo ao contexto social e económico vivido?

PS – A Fiamma é feita de gente otimista, cheia de garra e coragem. E isto é importante no momento que enfrentamos. Sim, houve uma quebra estrondosa no volume de faturação. Mas somos todos feitos de quedas e da rapidez com que nos erguemos. Depois de termos faturado nove milhões de euros em 2019, podemos cair em 2020, mas, assim que o mercado nos permitir levantar de novo, vamos correr muito. A toda a velocidade.

 

Por Bruno Farias

Diretor na revista Grande Consumo. Um eterno sonhador, um resiliente trabalhador. Pai do Afonso e do José.

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