As palavras são de Tiago Oom, diretor da REDUNIQ, que em entrevista à Grande Consumo aborda as principais vantagens do mais recente serviço da marca: o REDQUNIQ @Payments, uma forma bastante simplificada de pagamentos remotos, dirigida a todo o tipo de comércio. Um dos muitos serviços prestados pela REDUNIQ para tornar o futuro do comércio ainda mais digital.
Grande Consumo – Como é que a atual crise está a afetar o consumo e a atividade do sector retalhista? Que medidas é que a REDUNIQ implementou para apoiar a atividade comercial em Portugal?
Tiago Oom – Esta crise está a ter enormes impactos no sector retalhista, à semelhança do que está a acontecer um pouco por todas as atividades e por todo o mundo. A REDUNIQ, por forma a apoiar a atividade comercial dos seus clientes, criou uma medida de apoio à digitalização dos seus negócios, oferecendo o custo de adesão do REDUNIQ @Payments, uma solução sem mensalidades ou custos fixos, que permite aos negócios receber pagamentos seguros através de um simples link. Para os negócios que mantém as portas abertas, o valor dos pagamentos em contactless sem PIN aumentou de 20 para 50 euros.
GC – O ato de pagamento pode ser, ainda mais, simplificado, sobretudo no que ao comércio digital diz respeito? É possível ter o benefício transacional da loja digital sem ter uma loja digital aberta?
TO – Sem dúvida. Como referido anteriormente, com o REDUNIQ @Payments, qualquer negócio pode aceitar pagamentos seguros à distância de forma bastante simplificada para o negócio e para o seu cliente. O negócio apenas tem de ir ao backoffice da REDUNIQ para emitir o link de pagamento e enviar ao seu cliente (pode enviar por e-mail, SMS, WhatsApp, redes sociais, etc.). Após este passo, cliente recebe um link que o encaminha para uma página segura da REDUNIQ, na qual faz o pagamento com os seus dados e, depois da transação ser concluída, o comerciante recebe uma confirmação de pagamento. Sabendo já que o mesmo foi efetuado, pode prosseguir com a entrega do produto, com a segurança do pagamento já efetuado.
GC – Este é o contexto ideal para penetração, efetiva, do comércio eletrónico nos hábitos de consumo dos portugueses? As vendas do comércio eletrónico foram as grandes beneficiadas, se é que se pode falar de benefício neste contexto, da pandemia da Covid-19?
TO – Estamos seguros que sim. Esta pandemia fez com que muitas pessoas experimentassem, pela primeira vez, uma compra online e, tendo sido esta uma experiência positiva. Após perceber os benefícios desta experiência, certamente que muitos dos consumidores passarão a adotar este método para muitas das compras que, até aqui, eram físicas.
É minha opinião que este é um movimento sem retorno e que o futuro passa cada vez mais por pagamentos remotos, mesmo que seja presencial, pois a experiência de pagamento é tão mais simples e segura, que é o caminho natural.
GC – Portugal tem condições do ponto de vista de infraestruturas, “service providers” e meios eletrónicos de pagamento para reforçar a taxa de compras online? Se sim, porque é que não se dá esse salto qualitativo? No seu entender, é uma questão geracional? De mentalidade?
TO – Temos já “service providers” com capacidade de dotar a maioria dos negócios com soluções online. A REDUNIQ tem a presença e capilaridade nacional necessária para que a maioria das empresas possam digitalizar os seus negócios e torná-los online, seja por via de um website com uma solução de e-commerce, seja com soluções de pagamento por link. Temos ainda uma equipa comercial de abrangência nacional que trabalha junto de cada cliente para perceber as suas necessidades e o apoiar na digitalização do seu negócio. Acreditamos que este salto qualitativo está a acontecer gradualmente, tanto do lado das empresas (que cada vez mais nos contactam no sentido de ter estas soluções), como do lado dos consumidores (que cada vez mais percebem a mais valia das compras online, ou mesmo dos pagamentos por cartão em detrimento do dinheiro, pela rapidez, simplicidade e segurança que os mesmos oferecem). A atual pandemia acelerou definitivamente este movimento e, realmente, existem em Portugal todos os stakeholders para que este tipo de pagamentos funcione na perfeição.
GC – Como é que está a ser vista e adotada a tecnologia de pagamento contactless no nosso país? Este é um meio de pagamento do “presente” ou do “futuro”?
TO – Neste momento, e com esta pandemia, acreditamos que é um meio de pagamento cada vez mais “do presente”, mas que no futuro, após a sua utilização pela maioria das pessoas, será um método totalmente massificado, como acontece já em quase toda a Europa e outras pontos do globo. Acreditamos que a massificação do contactless será uma feliz inevitabilidade, pela experiência de simplicidade que oferece. Cada vez mais as empresas percebem também que este é um método de pagamento mais rápido para si também, uma vez que evita a acumulação de filas. Estamos também a desenvolver, em parceria com a VISA e os Transportes Intermodais do Porto, uma solução de pagamento em transportes também com esta tecnologia, que irá permitir que o cartão contactless de débito ou de crédito permita o acesso e pagamento à rede de transportes públicos. Com o lançamento desta solução, pioneira em Portugal, e tomando como exemplo outras cidades mundiais, acreditamos que a experimentação massificada do contactless por parte da população irá criar o hábito de utilização desta tecnologia em todos os momentos de pagamento do seu dia a dia, e um coisa garanto, uma vez que quando se experimenta o contactless, nunca mais se paga com contacto.
GC – Os smartphones e os wearables serão a nova geração de suportes de pagamento?
TO – Sim, especialmente nas camadas mais viradas à tecnologia. Cada vez mais se assiste à desmaterialização do cartão bancário. Da mesma forma como fazemos compras através do nosso smartphone, será natural para todos nós que possamos também pagar com esse mesmo smartphone ou com, a título de exemplo, um relógio, numa loja física.
Se até há poucos anos a pior coisa que podíamos perder era a nossa carteira, hoje em dia, para a maioria da população, será certamente o seu smartphone. Hoje pode-se fazer tudo com um smartphone e o crescimento de pagamentos com este meio tem sido exponencial.
GC – A mobilidade é compatível com a segurança exigível a uma transação financeira, a um pagamento?
TO – Com os devidos cuidados, naturalmente que sim. Para os negócios presenciais, as transações realizadas através da tecnologia contactless seguem todos os critérios de segurança dos sistemas de pagamento internacionais e atua sobre o standard EMV, vulgarmente designado por chip e PIN.
Para além disso, para evitar pagamentos duplicados ou furtos, as transações contactless sem introdução de PIN estão limitadas ao valor de 50 euros, até um máximo acumulado definido pelo emissor do cartão, habitualmente 150 euros. Uma vez atingido esse valor é solicitada a introdução do código PIN para validação da transação. No que respeita ao online, a REDUNIQ promove a segurança de todas as transações através do protocolo 3DSecure da Visa e Mastercard. Somos ainda o único “acquirer” português certificado em PCI-DSS (Payment Card Industry Data Security Standards), um padrão de segurança da informação que tem como finalidade proteger os titulares de cartões de pagamento, as empresas de consequências financeiras e reputacionais adversas e uniformizar os requisitos de segurança a cumprir por todos os intervenientes na indústria de pagamentos.
GC – Esta pandemia veio colocar à prova as formas existentes de pagamento e demonstrar que, com a mesma eficácia, existem alternativas viáveis no mercado?
TO – Veio sim, e até com mais eficácia, talvez. Se até há pouco tempo o dinheiro parecia a forma mais simples e segura de fazer um pagamento, cada vez mais toda a população percebe que não o é. As compras por dinheiro não ficam necessariamente registadas. Os roubos por dinheiro são difíceis de comprovar e reaver. Com os pagamentos eletrónicos todo o processo de compra é detetável e qualquer roubo ou fraude é monitorizável e passível de devolução ao lesado. Para os negócios é uma forma de evitar o manuseamento de dinheiro e de ter a gestão da sua empresa mais organizada e com menos erros como, por exemplo, os trocos constantes que têm de dar aos clientes, que representam também uma grande potencial perda de tempo.