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Empresa não estão preparadas para dar resposta a fenómenos como Quiet quitting, Loud quitting e Great resignation

Foto Shutterstock

57% dos diretores de recursos humanos considera que a sua empresa não está preparada para dar resposta a fenómenos como Quiet quitting, Loud quitting e Great resignation. Esta é uma das conclusões retiradas do “Barómetro RH 2023”, realizado pelo Kaizen Institute em parceria com a Hays Portugal, que inquiriu cerca de 150 diretores de recursos humanos de grandes e médias empresas nacionais.

A retenção de talento (40%) e a contratação de novos profissionais (40%) são as duas principais prioridades destacadas pelas empresas relativamente aos recursos humanos. Para contornar esta questão, garantir um bom ambiente laboral (18%), aumentar o salário (17%) e proporcionar uma cultura empresarial robusta (16%) são as principais medidas implementadas nas organizações, de acordo com os diretores de recursos humanos. “Esta dificuldade em recrutar vai manter-se pelas dinâmicas do mercado de trabalho, pois estamos perante um mercado liderado pelo candidato e onde este tem um poder de negociação cada vez maior – estão mais seletivos, mais exigentes ao nível das condições e dos benefícios que pretendem e mais resistentes à mudança de emprego. De forma transversal, está relacionado com expectativas salariais desalinhadas, o interesse e as próprias condições dos projetos que, muitas vezes, não vão ao encontro do que o profissional procura, as condições contratuais e a falta de interesse de mudança de emprego. Os empregadores devem repensar as suas estratégias de atração e retenção de talento, pacotes de benefícios, envolvimento com os projetos e conhecer bem o mercado. Estas serão estratégias fundamentais”, explica Sandrine Veríssimo, Regional Director da Hays Portugal.

 

Gestão eficaz do talento

Apesar da implementação das políticas de ESG ser vista como um fator de criação de valor, apenas 14% dos inquiridos tem como prioridade o lançamento e consolidação destas iniciativas. Ainda assim, no âmbito do eixo social, 48% dos diretores de recursos humanos admite que implementar práticas de trabalho justas e responsáveis, incluindo condições de trabalho saudáveis e seguras, remuneração justa, direitos do trabalhador e equidade de género, será uma das principais prioridades.

No que diz respeito ao processo de recrutamento, a abordagem “skills-first”, que se destaca por enfatizar as competências e capacidades de cada pessoa, colocando em segundo plano a sua experiência ou formação académica, parece estar a tornar-se numa tendência importante e 53% dos inquiridos afirma já estar familiarizado com esta abordagem e já a considera no processo de recrutamento.

Nesse contexto, garantir um processo de “onboarding” eficaz é uma ferramenta essencial para o sucesso organizacional. Para auxiliar este processo, 41% dos inquiridos apostou na criação de um programa de acolhimento personalizado para tornar a integração mais eficiente. Por outro lado, 25% afirma que designar mentores para fazer o acompanhamento inicial é outra das estratégias mais usadas.

 

Flexibilidade laboral

A flexibilidade laboral, as formas híbridas de trabalho e a conciliação entre a vida profissional e a pessoal conquistou maior relevância, no decorrer dos últimos anos. Nesse sentido, múltiplos benefícios têm sido apontados relativamente à adoção da semana de trabalho de quatro dias. Contudo, 77% dos inquiridos afirma que não vai implementar a semana reduzida de trabalho, 19% afirma ainda não estar a implementar esta medida, embora esteja a equacionar a possibilidade, e 2% confirma estar a testar a implementação deste modelo.

No âmbito dos aumentos salariais, 47% dos inquiridos afirma que se procedeu a aumentos entre os 2,5% e os 5% em 2023, enquanto apenas 12% fez aumentos acima dos 7,5%. “O contexto atual vive dificuldades potenciadas pela gestão de talento, pressões de redução de custos e a necessidade de proporcionar ao cliente interno uma experiência cada vez melhor. Estas equipas são frequentemente desafiadas a ultrapassar obstáculos importantes na sua jornada para melhorar o desempenho operacional. Nesse sentido, não restam dúvidas de que, neste contexto, os recursos humanos desempenham um papel central ao navegar nesta reviravolta e devem garantir que a função deve progredir para um novo nível de adaptabilidade e responsabilidade. O desafio do Kaizen Institute é a concretização dos objetivos disruptivos, potenciando a transformação diária e sustentada. Com a participação de todas as equipas chave, será possível desenhar uma visão focada no cliente, que irá conduzir a melhorias disruptivas na performance, para chegar a níveis de desempenho económico e financeiro de excelência, garantindo a sustentabilidade das organizações”, afirma Filipe Fontes, diretor do Kaizen Institute Western Europe.

 

Tecnologia ao serviço dos recursos humanos

31% dos diretores de recursos humanos afirma que está a trabalhar na simplificação e automatização de processos de trabalho e tarefas administrativas e 19% aposta no recurso a estas ferramentas para auxiliar o processo de análise de dados.

Nesse sentido, a digitalização não só abre portas para a prestação de serviços mais ágeis, completos, globais e inteligentes, como também permite o “upskilling” dos colaboradores. A tecnologia e as redes sociais têm um papel cada vez mais preponderante na agilização do processo de recrutamento, uma vez que oferecem ferramentas e recursos que permitem que as empresas encontrem e atraiam talentos qualificados de forma mais rápida e eficiente. 38% das empresas admite estar a fazer cada vez mais uso das redes sociais para ter maior alcance nos recrutamentos e 30% a recorrer a empresas de recrutamento especializado para assegurar maior rapidez no processo.

Os inquiridos não deixaram de opinar acerca do contexto atual de emprego e 28% afirma que na sua empresa já se estão a aplicar medidas para aumentar de forma agregada o recrutamento jovem, por exemplo, através de protocolos de estágio com as universidades.

Já 45% considera que é importante que o Governo e as instituições públicas procedam ao lançamento de programas de financiamento que permitam oferecer melhores condições salariais aos jovens.

 

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