cultivados em laboratório
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Em Portugal, 56% dos consumidores predisposto a comprar carne cultivada em laboratório

Com o avanço da tecnologia, a carne cultivada em laboratório apresenta-se uma solução viável neste âmbito, sendo que 23% da comunidade em Portugal afirma, com convicção, que está disponível e interessada para a compra da mesma. Este é um dos dados comprovados pela segunda edição do estudo “The Green Revolution”, lançado pela consultora de estratégia e inovação alimentar Lantern.

Através de uma análise ao mercado português, Lantern verificou um crescimento sustentado das novas dietas alimentares, onde 56% dos portugueses está disposto ou talvez compre carne cultivada e apenas 15% estaria, à partida, contra. Estes são números considerados elevados para um produto que ainda não se encontra disponível e que é tão particular.

Os dados do estudo variam dependendo da idade e da dieta que se segue. Entre os veggies (vegans, vegetarianos e flexitarianos), a percentagem de pessoas dispostas a comprar este tipo de carne sobe até aos 62% e nos menores de 34 anos atinge os 65%. Além disso, observa-se que 37% de pessoas com mais 65 anos se opõe a comprar este produto de laboratório. Este interesse pelos consumidores em adquirir este tipo de carne alternativa revela-se um fator relevante para o seu desenvolvimento e, consequentemente, para a sua comercialização.

O estudo “The Green Revolution” esteve, esta quarta-feira, dia 23 de marçom em análise no webinar dinamizado pela consultora espanhola, tendo contado com David Lacasa como orador. De acordo com o partner da Lantern, “no final de 2020, Singapura tornou-se o primeiro país do mundo a permitir a venda de carne de laboratório. Apesar de se verificar interesse pela população em comprar este produto, ainda demorará algum tempo até que se encontre nas prateleiras do supermercado, uma vez que depende da autorização dos reguladores regionais. Os retalhistas sabem que existirá uma mudança de dieta significativa, só ainda não sabem como e quando”.

No que diz respeito à produção, a carne de laboratório é produzida através de células-mãe, sendo necessário um líquido específico para o seu cultivo que se revela uma matéria com custo mais elevado. Contudo, com o progresso na tecnologia e o surgimento de novas alternativas, já é possível alcançar preços similares ao da carne tradicional.

De acordo com Lantern, o primeiro hambúrguer feito com carne de laboratório foi apresentado no final de 2013 e tinha um custo de 300 mil euros. Atualmente, este produto já tem um valor próximo dos nove euros euros.

 

Crescimento da população veggie

Para além destes resultados, o estudo destaca, entre outros tópicos, o crescimento da população vegetariana em Portugal, face a 2019, quando quase 9% da população portuguesa era veggie. Desde então, esse número aumentou quase três pontos percentuais. Em 2021, verificou-se um crescimento de 33%, face a 2019, alcançado quase 250 mil novos veggies. Com isto, 11,9% da população já se apresenta como veggie, conceito que a abrange as dietas vegan, vegetariana e flexitariana.

A maioria da comunidade veggie segue a opção flexitariana, isto é, uma dieta alimentar menos restrita, permitindo o consumo de carne e peixe de forma ocasional: 9,3% dos portugueses considera-se flexitarianos, 27% mais do que em 2019. Isto significa que um total de 800 mil pessoas seguem esta dieta m Portugal.

 

Mudança de dieta

A saúde, bem-estar animal e a temática da sustentabilidade continuam a ser, à semelhança de 2019, as motivações mais referidas pelos flexitarianos. Cerca de 68% da população que segue  este estilo de vida afirma que a saúde é, de facto, o mais importante, sendo que, em 2019, o valor era de 73%.

De seguida, a preocupação com o bem-estar dos animais apresenta-se, para flexitarianos, como o segundo motivo mais relevante para adotar uma dieta veggie. Com um decréscimo de quatro pontos percentuais, entre 2019 e 2021, dos 34% para os 30%. Para os vegetarianos e vegan, é também a segunda razão para adotar este tipo de dieta, com 69%.

Por fim, a sustentabilidade é outra das motivações que continua a ser relevante, entre os flexitarianos, para adotar uma dieta veggie, mas que desceu, face ao estudo apresentado em 2019, 18 pontos percentuais. A preocupação com o ambiente, a pegada ecológica que se pretende deixar no futuro, representa agora 29% nas motivações dos flexitarianos para mudar a sua dieta, em comparação com 47%, em 2019.

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