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Deterioração do risco de incumprimento no México

Foto Shutterstock

A Crédito y Caución prevê que o desempenho económico do México se deteriore significativamente, devido à grave contração económica provocada pela pandemia de Covid-19, à forte diminuição das chegadas de turistas e à evolução dos Estados Unidos.

A administração mexicana, comprometida com a disciplina fiscal, lançou um pacote de estímulos fiscais muito limitado, pelo que a pandemia deteriorou as condições financeiras das empresas, no segundo trimestre do ano, afetando em especial as PME. A atual recessão económica agravará a situação de muitas empresas, numa ampla gama de sectores de atividade, provocando um aumento dos atrasos nos pagamentos e dos incumprimentos durante os próximos meses.

 

Dependência do petróleo

A evolução do segundo semestre continuará a ser modesta, devido às taxas de infeção persistentemente elevadas, que poderiam desencadear um regresso ao confinamento total. As previsões atuais apontam para uma contração do Produto Interno Bruto (PIB), em 2020, superior a 7%, seguida de uma recuperação de 4% em 2021.

Embora a dependência do México das receitas do petróleo tenha diminuído nos últimos anos, ainda representa 6% das exportações de bens, 8% do PIB e 18% das receitas públicas. A administração elaborou as suas previsões para 2020 com base num preço de 49 dólares por barril, pelo que as finanças públicas estão acomodadas à evolução do preço. Contudo, a debilidade da procura global de petróleo tem um impacto negativo nas contas públicas do país.

O sector automóvel, a principal fonte de exportações do México, sofre uma forte queda da procura externa e graves perturbações na cadeia de fornecimento. Prevê-se que as exportações de bens e serviços do México registem uma contração superior a 9%, em 2020. Dado que a economia mexicana está estreitamente sincronizada com o ciclo comercial dos Estados Unidos, o país vê-se muito afetado pela deterioração da procura do seu vizinho do norte. Os Estados Unidos são o destino de 75% das exportações mexicanas, que representam 25% do PIB do país, e são a sua principal fonte de remessas.

Muitas empresas agrícolas enfrentam um aumento dos custos de importação de produtos básicos, em especial de produtos agroquímicos, devido à volatilidade do peso face ao dólar, o que afeta negativamente as suas margens. Os retalhistas de bens de consumo duradouro e de TIC veem-se gravemente afetados pela deterioração do consumo privado e pela diminuição da solidez financeira. No sector de serviços, muitos segmentos veem-se gravemente afetados, em especial os hotéis, restaurantes, bares, espetáculos, aeroportos, turismo, agências de viagens e operadores turísticos. O sector da construção, que teve um desempenho deficiente já em 2019, verá agravada a sua situação devido à recessão económica. Na indústria automóvel é esperada uma diminuição da produção a médio prazo. As indústrias de máquinas, metalurgia e aço veem-se afetadas negativamente pelo aumento dos preços de importação, em consequência da desvalorização do peso e da deterioração da procura por parte dos seus principais setores compradores.

Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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