Fraude nos pagamentos: um guia para transações seguras

Eduardo Barreto, diretor-geral da HiPay em Portugal

Numa transação comercial, ninguém quer ser vítima de fraude, mas nas compras online a verdade é que existem riscos para ambas as partes envolvidas, retalhistas e clientes.

Não é habitual considerar que os comerciantes também pode ser vítimas de fraude nas transações eletrónicas, e, no entanto, sempre que alguém utiliza de forma fraudulenta, um meio de pagamento que não lhe pertence, são duas as partes lesadas. Não só a pessoa a quem foram roubados os dados no meio de pagamento, mas também o próprio comerciante, pelo facto de ter aceite um meio de pagamento que não pertencia ao seu titular. O mais provável é que tenha de devolver o montante recebido, mesmo já depois de ter prestado o serviço ou enviado o produto ao ilegítimo comprador.

As empresas, quando escolhem a plataforma de pagamentos que vão utilizar devem ter em conta não só os métodos de pagamento disponíveis, mas, simultaneamente, averiguar se as mesmas têm incorporadas ferramentas antifraude, como estas funcionam e qual o grau de fiabilidade das mesmas. É importante que as empresas disponham de mecanismos de controlo e confirmação de veracidade de dados. Essa confirmação pode demorar apenas alguns segundos, desde que a loja online disponha de um sistema antifraude que faça automaticamente um conjunto de verificações e cruzamento de dados, garantindo assim que quem que está a efetuar a compra corresponde à mesma identidade que está a efetuar o pagamento.

O aumento das compras online implica um aumento do número de fraudes?

O aumento de compras online não implica, necessariamente, um aumento do número de fraudes ou burlas. Este indicador parece parece-nos estar mais associado a situações de crise económica, e menos ao aumento do volume das compras. Há especialistas em praticar a fraude que o fazem das mais diversas formas, as quais são cada vez mais criativas e com um nível tecnológico sofisticado. De acordo com os dados de que dispomos, nos últimos meses, o aumento do número de fraudes nas transações não presenciais tem sido maioritariamente praticado por agentes que não são especialistas e/ou, revelam pouca experiência.

A fraude nas transações está longe de ser generalizada, mas é uma realidade. Contudo, é uma faceta do negócio que merece pouca atenção e que, em Portugal, atinge centenas de consumidores por ano e todas as plataformas de pagamento.

 

Cuidados a ter

No entanto há cuidados que todos devemos ter e que nunca é demais referir para a proteção dos consumidores no que à fraude nas compras online e pagamentos eletrónicos diz respeito:

– Nunca fazer um pagamento através de uma referência Multibanco que não tenha sido solicitada por si;

– Tentar verificar o quão fidedigno é o website onde pretende efetuar a compra. As reviews do Google, Portal da Queixa ou Trustpilot são alguns exemplos de ferramentas disponíveis;

– Ter atenção aos anúncios de venda de artigos e serviços por particulares. Depois de mostrar interesse e contactar o vendedor, este sugere muitas vezes que o pagamento seja feito por referência Multibanco. Se estivermos perante um particular não poderá ter contrato de serviços com uma plataforma de pagamentos. Pelo que, ao efetuar o pagamento pagar através de uma referência Multibanco, poderá estar a pagar um outro serviço que não o pretendido.

– No caso do MB Way é essencial obter conhecimentos sobre o funcionamento correto deste método antes de o utilizar. Só por falta de conhecimento do utilizador é que é possível efetuarem-se burlas com este método de pagamento. Sabendo desta situação, é frequente a utilização de alguma coação psicológica por parte do burlão para a utilização deste método de pagamento;

– Ter atenção aos sms recebidos com informação sobre sorteios, com referência a empresas de energia ou telecomunicações e ofertas de artigos habitualmente dispendiosos a preços muito acessíveis.

– Nunca pagar dívidas que não tenham a devida documentação de suporte e confirmar sempre com a entidade em causa através dos canais legítimos de contacto;

O risco de fraude é reduzido e não deve ser uma razão para os consumidores realizarem as suas compras online com receio dessa eventualidade. No entanto é necessária atenção às precauções básicas que referimos. Quanto aos comerciantes, os mesmos devem optar por uma plataforma que disponha das melhores ferramentas antifraude, pois só assim, poderão reduzir os riscos de associados e a consequente devolução de valores no caso de transações fraudulentas.

Vânia Guerreiro, diretora de marketing e de comunicação da iServices

Quer diminuir a sua pegada ecológica? Comece pelo tempo de vida útil que dá a um smartphone

Vendas Complexas

Como ser um herói no ‘novo normal’ das Vendas Complexas