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Desperdício alimentar, uma luta de todos

Todos os anos, um terço dos alimentos de todo o mundo perde-se ou é desperdiçado. Três mil milhões de pessoas seriam alimentadas por esse volume de alimentos desaproveitados. Em 2014, a União Europeia definiu o ano de 2020 como uma meta para a redução em 50% do desperdício alimentar. Uma meta de seis anos que pretende minimizar um problema de grande dimensão que afeta o mundo e tem vindo a ser relegado para segundo plano. A Assembleia da República declarou o ano de 2016 como o “Ano Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar”, uma luta de todos e que é cada vez mais divulgada. 

O desperdício alimentar é uma realidade dos nossos dias. Com uma dimensão considerável, representa um problema à escala global e para o qual é necessário encontrar soluções e estratégias que o solucionem ou, pelo menos, minimizem. Sendo esta uma responsabilidade de todos, parece urgente que se unam esforços que consigam melhorar a cadeira alimentar de forma a que se torne mais eficiente, reduzindo os custos económicos, sociais e ambientais causados pelo desperdício alimentar. Segundo dados da APED, Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, referentes ao ano de 2010, 89 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados anualmente na Europa. 42% do desperdício provem do sector doméstico e 20% do lixo que geramos é comida.

O conhecimento e consciencialização por parte dos consumidores portugueses sobre esta matéria tem vindo a aumentar consideravelmente nos últimos tempos. Recentemente, um estudo intitulado como o “Primeiro Grande Inquérito sobre Sustentabilidade em Portugal”, promovido pela Missão Continente, com a coordenação científica do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, revelou que, no que diz respeito ao desperdício alimentar, os portugueses estão cada vez mais informados, conscientes e preocupados em combater esta questão. Dicas sobre conservação dos alimentos, dosear as quantidades de cada refeição, reutilizar as sobras para outras refeições ou levar para casa as sobras de uma refeição feita em restaurante são algumas das técnicas mais apontadas pelos inquiridos no seu combate ao desperdício. Os consumidores revelam ainda que a restauração e os retalhistas devem também contribuir, doando a instituições de caridade as suas sobras ou os alimentos que se encontram danificados e perto do seu prazo de consumo preferencial. Nos últimos dois anos, os portugueses, em conjunto com as associações e os projetos especializados, doaram produtos alimentares a mais de 600 instituições particulares. Em 2014, o valor global de bens doados ultrapassou os 20 milhões de euros. Em 2015, os bens alimentares doados originaram mais de seis milhões de refeições.

Em Portugal cerca de 17% da produção alimentar é desperdiçada todos os anos. Um milhão de alimentos são perdidos ou desperdiçados, o equivalente a 97 quilogramas por habitante. É ainda de considerar que 50 mil refeições acabam diariamente no lixo dos restaurantes de todo o país. Considerando que 27,5% da população vive em risco de pobreza, estes valores são alarmantes. A crescente informação sobre o problema tem tornado a luta ao desperdício mais eficaz. Aliando ao desperdício realizado por parte dos restaurantes a crescente preocupação da população portuguesa por esta causa, alguns projetos interessantes têm vindo a ganhar forma.

Movimento Refood
O movimento Refood é um exemplo disso mesmo. Oficialmente lançado em 2011, o movimento Refood conta atualmente com 25 núcleos, 900 parceiros e mais de quatro mil voluntários que, todos os dias, dão um novo destino a alimentos que outrora iriam acabar nos contentores de lixo. O movimento Refood, através dos voluntários que diariamente disponibilizam algumas horas do seu dia, encarrega-se de recolher junto dos parceiros os seus excedentes. Após a recolha, o centro de operações divide a comida em embalagens familiares que são posteriormente distribuídas por todos aqueles que necessitam desta ajuda. Sonae, Jerónimo Martins, Auchan ou Lidl são alguns dos parceiros deste movimento.

Se no caso do movimento Refood o combate ao desperdício alimentar pode ser visto como uma forma de ajuda social, esta luta pode ser vista também como uma oportunidade de negócio.

Goodafter
Como o deu a conhecer a Goodafter, um novo conceito de supermercado que já se encontra em funcionamento entre nós. Para compreender a essência deste novo supermercado é preciso primeiro compreender a distinção entre “consumir até” e “consumir de preferência antes de”. A Goodafter centra-se neste último grupo. Os bens alimentares que nos seus rótulos dizem “consumir de preferência antes de” podem ser consumidos após esta data sem que a saúde e bem-estar dos consumidores seja afetada. A Goodafter é, assim, o primeiro supermercado português a comercializar estes produtos a um preço bastante aliciante .

APED
A  APED tem desempenhado um papel fundamental neste tema. Com mais de 20 anos de existência, a associação que se dedica a defender, promover e estudar o sector da distribuição tem, em conjunto com os seus parceiros, ajudado a combater e promover esta causa. “Evitar e combater o desperdício alimentar deve ser um desígnio de todos os sectores. A distribuição não é exceção e a APED, e os seus associados, têm uma contribuição fundamental nesta matéria. Por um lado, porque as empresas do sector interagem com todos os intervenientes ao longo da cadeia de valor. Por outro, porque a sustentabilidade é uma das suas bandeiras e a eficiência um dos seus princípios de gestão quotidiana. O sector tem vindo a trabalhar nesse sentido, apostando em estratégias internas e em toda a linha, desde a relação com produtores à comunicação com consumidores, para mitigar as consequências sociais, ambientais e económicas do desperdício alimentar. Entre outras iniciativas, a APED formalizou com a Câmara Municipal de Lisboa um protocolo de cooperação, que visa uma atuação concertada entre ambas as entidades para sensibilização e promoção da crescente consciência da responsabilidade social no âmbito da prevenção e combate do desperdício alimentar”, explica Ana Isabel Trigo Morais, diretora geral da APED.

Com 2016 a ser o Ano Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar, a APED faz um balanço positivo, promovendo o combate ao desperdício alimentar com base em três níveis distintos de intervenção, a montante, na operação e a jusante. “A montante, procura criar sinergias com a produção para reduzir o desperdício dos produtos alimentares desde a sua origem. Aqui a aposta tem vindo a ser feita ao nível do planeamento, do acondicionamento e conservação, do fornecimento com base na proximidade, do doseamento mais racional e da incorporação de produtos alimentares não calibrados na cadeia de valor. No que respeita à operação, a procura de eficiência e otimização de processos diversos, desde a área da logística e operação – ao nível da gestão de stocks, da oferta personalizada, da melhoria da eficiência da cadeia de frio – à área do consumidor, com aposta em campanhas de sensibilização. A jusante, a comunidade é o enfoque e procura redistribuir os bens alimentares, produtos aptos para consumo e no cumprimento das regras de segurança alimentar, para instituições que possam fazê-los chegar a quem precisa”, explica a diretora geral da associação.

O objetivo da União Europeia em reduzir o desperdício em 50% até 2020 é visto pela APED como um objetivo ambicioso, mas real e exequível. Na brochura lançada em 2016, “Na Medida Certa – a APED na Prevenção do Desperdício Alimentar”, a associação faz não só um resumo das ações já efetuadas pelas insígnias da moderna distribuição, como apresenta ainda soluções concretas para potenciar o esforço que tem vindo a ser feito. “Entre as propostas contam-se apostar num enquadramento legal que promova a desburocratização do processo de doações; alterar o enquadramento fiscal, até ao momento penalizador, no sentido de potenciar o empenho das empresas na prevenção; clarificar e reforçar a distinção entre ‘data limite de consumo’ e ‘data de durabilidade mínima’; encontrar espaço no mercado para produtos não calibrados ou com calibres fora da norma e investir em campanhas de sensibilização dirigidas a todos os intervenientes da cadeia alimentar”, acrescenta Ana Isabel Trigo Morais.

O retalho e o desperdício alimentar
Segundo dados da Comissão Europeia, e referentes ao ano 2010, 5% do desperdício tem origem no sector do retalho. Este sector de atividade tem vindo a mostrar-se não só cada vez mais preocupado em combater este problema, como em alertar os consumidores para um consumo mais responsável.

Iniciativas de combate ao desperdício são cada vez mais uma constante por parte das insígnias que operam em Portugal. O Pingo Doce, insígnia do Grupo Jerónimo Martins é exemplo disso. Segundo fonte oficial do Pingo Doce, durante o primeiro semestre de 2016, a insígnia, ao doar a instituição bens que não reuniam todas as condições para serem comercializados, já apoiou em géneros alimentares o equivalente a mais de 7,5 milhões de euros.

A Jerónimo Martins foi, no início de 2016, condecorada com o galardão “Environmental and Corporate Sustainability” nos European Business Awards 2015/2016. Esta distinção atribuída pelo seu papel no combate ao desperdício alimentar vem reconhecer os esforços dedicados à causa. “O Pingo Doce combate ativamente o desperdício alimentar, quer por via da contínua melhoria da eficiência das suas operações, quer através do encaminhamento para instituições de solidariedade social de todos os alimentos que se encontram em condições de segurança alimentar adequadas para serem consumidos, mas que não são passíveis de serem vendidos. As equipas das lojas asseguram diariamente o processo de seleção destes produtos para serem recolhidos pelas próprias instituições. Todas as entidades são Instituições Particulares de Solidariedade Social que apoiam públicos carenciados e com quem as lojas Pingo Doce estabelecem contacto localmente. Adicionalmente, o Pingo Doce integra os chamados ‘legumes feios’, anteriormente deixados nos campos, e que compra a produtores agrícolas, nas sopas e refeições-prontas comercializadas nas suas lojas e restaurantes. Neste âmbito, só nos dois últimos anos foram incorporadas mais de 3.400 toneladas de legumes. Por outro lado, foram vendidas mais de 14.300 toneladas destes produtos não só na oferta de 4.ª gama de vegetais previamente cortados e embalados para saladas e sopas da Marca Própria do Pingo Doce, mas também a um preço de desconto nas lojas cash-and-carry do Recheio”, explica fonte oficial Pingo Doce.

Para além do trabalho impulsionado pelas lojas Pingo Doce, a empresa de distribuição trabalha ainda ativamente com instituições que partilham o mesmo objetivo. Em 2011, o Pingo Doce tornou-se parceiro do movimento Zero Desperdício desenvolvido pela Associação DariAcordar. À semelhança do movimento Refood, do qual também é um ativo parceiro, o movimento Zero Desperdício preocupa-se também em encaminhar para instituições sociais, ou públicos mais carenciados, alimentos que acabariam por ser desperdiçados.

O Continente constitui outro exemplo da preocupação e atuação das insígnias de distribuição. Nádia Reis, diretora de ativação, relações públicas e responsabilidade social do Continente, afirma que, “o Continente conta, há mais de uma década, com uma equipa especializada, que monitoriza o desperdício e desenvolve continuamente os processos que o permitam minimizar. O correto manuseamento dos produtos, a implementação de processos céleres de escoamento de stocks e a otimização de formatos de exposição de frio e quente, são apenas alguns exemplos de ações que evitam a deterioração precoce dos alimentos. Paralelamente, as lojas Continente doam, diariamente, a cerca de 600 instituições de solidariedade social e instituições de apoio e recolha de animais locais, bens alimentares excedentes e mercadorias que, estando comercialmente desvalorizadas (por exemplo, com algum defeito de embalagem), se encontram em ótimas condições de consumo. Consideramos este tema prioritário, pois estamos conscientes de que podemos criar efeitos positivos, quer junto dos nossos fornecedores, quer junto dos consumidores”.

Segundo Nádia Reis, no Continente grande parte do desperdício é gerado pela quantidade de produtos que se aproximam do fim da data de validade ou pela deterioração da embalagem e etiquetagem. “Em ambos os casos, estes produtos estão em ótimas condições de consumo, mas, não podendo ser comercializados, são diariamente disponibilizados para consumo interno dos colaboradores ou doados a instituições de cariz social. Este trabalho de reaproveitamento e de redistribuição de alimentos remonta já a 1994. Com vista à redução do desperdício, o Continente adotou também processos de redução do preço dos produtos (até 50%) com aproximação do fim de validade, seja através das etiquetas rosa ou de outros tipos de ações de redução do preço, sendo a segurança alimentar sempre garantida”.

Para a diretora de responsabilidade social do Continente, a posição de liderança dos retalhistas, bem como o contacto direto com todos os intervenientes da cadeia de valor, confere-lhes uma responsabilidade acrescida neste tema. E se o desperdício alimentar está frequentemente associado ao consumo responsável, os hábitos de compra dos portugueses tendem cada vez mais a refletir essa preocupação. “Procuramos sensibilizar os consumidores para um consumo consciente. O Continente assumiu essa responsabilidade através da Missão Continente, que tem procurado passar a mensagem de que o importante é fazer compras de acordo com as necessidades do agregado familiar. Isto reflete-se não tanto no valor, mas sim no perfil das compras e a prova disso é que, a frequência de compras aumentou nos últimos anos, mas baixou o volume de compras por transação” explica Nádia Reis. “Estamos muito satisfeitos com o trabalho que temos desenvolvido no combate ao desperdício alimentar. Em 2015, estabelecemos parcerias com a Associação DariAcordar e com a Refood, no sentido de encaminhar os excedentes de produtos confecionados para as famílias carenciadas. Ainda em 2015, doámos 1,1 milhão de refeições a mais de 600 instituições e produtos para animais, no valor de 1,2 milhões de euros. Em 2016, o Continente lançou o projeto ‘Transformar.te’, um projeto constituído por uma equipa multidisciplinar, com o objetivo de combater o desperdício alimentar em todas as frentes. O projeto complementa o esforço de redução da quebra, procurando dar-lhe valor, e está alinhado com a estratégia de responsabilidade social da marca. O projeto tem um largo espetro de atuação, estruturado em estratégias de redução do desperdício, atuando ao nível dos processos, de reutilização do mesmo, dando-lhe essencialmente um valor social e ambiental, ou de reciclagem (interna ou externa) dos produtos em quebra, numa lógica de economia circular”, acrescenta.

Também o Grupo Os Mosqueteiros, com a sua principal insígnia Intermarché, tem estado alerta sobre o assunto. Cerca de 95% das vendas do Intermarché correspondem à área alimentar, sendo por isso de extrema importância combater o flagelo que é o desperdício. O grupo francês, que comemorou em 2016 25 anos de presença em Portugal, comprometeu-se a reduzir o desperdício alimentar em 50% até 2025.

Para Vasco Simões, administrador do Intermarché, este desafio é concretizável. “A diminuição do desperdício é algo gradual e no Intermarché temos conseguido fazê-lo, facto que é corroborado por uma racional gestão de stocks. Para além disso, o envolvimento em compromissos solidários, que se encontram inseridos na política de desenvolvimento sustentável do grupo, algo em que temos apostado cada vez mais, tem sido uma âncora fundamental para a diminuição do desperdício alimentar. Até ao momento, consideramos que o balanço na área do desperdício alimentar é muito positivo e que, cada vez mais, os nossos clientes estão sensíveis a esta. Acreditamos que a meta estabelecida é possível. Essa vontade tem motivado a insígnia, através dos seus aderentes, a montar uma autêntica guerra ao desperdício. Para isso, existe uma crescente valorização de boas práticas, nomeadamente com a celebração de protocolos com associações de ajuda alimentar, a doação de produtos a associações locais e, ainda, a venda a um preço reduzido de produtos próximos do fim da validade”, explica o responsável.

Custo elevado
O interesse dos retalhistas na temática é uma realidade cada vez mais palpável. Os retalhistas, nacionais ou internacionais, unem cada vez mais esforços para um fim que é desejável por todos. O Jumbo, integrado no Grupo Auchan, orgulha-se de, desde 2012, incluir o combate ao desperdício como um papel crucial na sua estratégia. Os indicadores revelam uma redução contínua do desperdício, sendo que, no primeiro semestre de 2016, o desempenho do Jumbo nesta área melhorou cerca de 5% face ao período homólogo.

Um problema ambiental e social de grande dimensão, o desperdício alimentar constitui também um custo elevado para as insígnias, quer na não realização da venda do produto, que previamente já foi pago ao fornecedor, quer na gestão do produto como resíduo. Alexandra Madeira, responsável de ambiente do Jumbo, destaca a importância do programa “Desperdício Zero” implementado pelo Jumbo. “Chamámos ‘Desperdício Zero’ a um conjunto de ações implementadas, de forma mais integrada desde 2012, que procuram reduzir o desperdício, quer seja alimentar ou não, gerado pela nossa atividade. Na vertente da oferta comercial, no sentido de ajudar o consumidor a prevenir o desperdício, procuramos adaptar a compra às suas necessidades, lançando, por exemplo, produtos de marca própria em doses menores ou o mercado avulso, onde é o cliente que escolhe a dose. A colocação de etiquetas laranja para desconto nos produtos com aproximação da data de validade ajuda também a minimizar os produtos que são retirados de venda. Na área da segurança alimentar, os nossos sistemas de autocontrolo trabalham preventivamente no sentido de controlar e evitar a alteração dos produtos, evitando o desperdício causado pelo mau manuseamento ou más condições de armazenagem. Na vertente da sensibilização dos clientes, temos desenvolvido ou sido parceiros na divulgação de campanhas de sensibilização para o tema. São exemplos disso uma série de filmes com receitas com o aproveitamento de sobras alimentares, todas elas validadas por uma equipa de nutricionistas. Na vertente da gestão operacional, onde implementamos procedimentos e regras para minimizar qualquer desperdício, os desperdícios alimentares não recuperáveis são destinados a unidades de subprodutos, onde são valorizados tendo como destino outras utilizações, como composto (fertilizante) ou alimentação de animais carnívoros, entre outros. Na vertente das doações de produtos de quebra, com o estabelecimento de diferentes parcerias, nomeadamente através da DariAcordar, da Refood, do Banco Alimentar Contra a Fome e muitas outras instituições existentes em todos locais onde temos unidades de venda. Como nos preocupamos com a segurança do que estamos a doar, estabelecemos procedimentos internos, com regras de segurança alimentar e não alimentar, para doação de produtos alimentares para alimentação humana, alimentação animal e produtos não alimentares. Em 2015, doámos mais 56% do que no ano anterior, num total de 818 mil euros de bens”.

A Aldi Portugal é mais um exemplo a seguir. A insígnia alemã desenvolve, desde há alguns anos, iniciativas de combate ao desperdício alimentar, em parceria com instituições localizadas nas proximidades do seu centro logístico e lojas. A Aldi Portugal mantém o compromisso, do qual já fazem parte 10 lojas, de doar a instituições locais de caridade, como o movimento Refood, os bens alimentares que, apesar de poderem ser consumidos, já não são vendáveis. “O desperdício alimentar é também um custo económico com impacto para toda a sociedade. Também por isso planeamos os nossos fornecimentos conscienciosamente. Apesar dessas medidas e de um planeamento cuidadoso, nem sempre conseguimos vender a totalidade dos nossos artigos e somos forçados a retirar de venda os produtos aptos para consumo que já não preenchem os nossos requisitos de qualidade e frescura. Em todo o grupo empresarial são doados muitos bens alimentares que já não são vendáveis, mas podem ainda ser consumidos, bem como outros artigos não alimentares. Iremos desenvolver ao nível de todo o grupo empresarial Aldi Nord uma diretiva relacionada com a gestão de bens alimentares que já não são comercializados nas lojas, para assegurar uma abordagem uniforme em todos os países. Isto foi definido no nosso Programa de Corporate Responsibility” explica Elke Muranyi, responsável de Corporate Responsibility da Aldi Portugal.

A consciencialização de todos acerca do que é o desperdício alimentar promete facilitar o combate a este mal que afeta as sociedades um pouco por todo o mundo.

Este artigo foi publicado na edição 41 da Grande Consumo.

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