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Cushman & Wakefield prevê novo ano excecional para o imobiliário comercial

A Cushman & Wakefield apresentou, na passada semana, um resumo da atividade do mercado imobiliário nacional em 2017 e as suas perspetivas para 2018.

Segundo Eric van Leuven, direto geral da consultora em Portugal, “em linha com a tendência a que vimos a assistir desde há dois anos, 2017 foi mais um ano excelente para o mercado do imobiliário comercial em Portugal. De uma forma transversal, todos os sectores registaram um elevado dinamismo, tanto ao nível da atividade ocupacional como de investimento. Os valores de mercado, rendas e yields repercutiram este bom momento e atingiram, em muitos casos, novos máximos históricos”.

A atividade de investimento, em linha com o que se tem sentido a nível global e com particular ênfase na Europa, manteve-se extremamente dinâmica ao longo de 2017. Foram transacionados aproximadamente 1.800 milhões de euros em ativos imobiliários comerciais, valor que traduz uma subida de 41% face ao ano anterior.

Os investidores estrangeiros mantiveram-se muito ativos, tendo sido responsáveis por 75% do volume total, mas os “players”   nacionais assumem uma importância crescente, aumentando a sua quota de participação em mais de 10% face a 2016 e representando 25% do capital investido (440 milhões de euros).

O sector que maior capital atraiu foi o de retalho, que captou 43% do investimento, num total de 730 milhões de euros. Seguiram-se os escritórios, que atraíram 37% dos capitais investidos, cerca de 630 milhões de euros. O sector industrial acumulou em 2017 o valor de investimento mais alto de sempre, superior a 300 milhões de euros, em grande parte resultado da mudança de mãos da empresa Logicor, detentora de um dos maiores portfólios de imobiliário logístico na Europa e com bastantes ativos em Portugal, que foi adquirida pela China Investment Corporation.

À semelhança de 2016, as transações de portfólios de grande dimensão continuaram a ter um peso muito significativo no total de investimento, tendo representado 69% do volume transacionado.

De acordo com a análise desenvolvida pela Cushman & Wakefield, que acompanha a grande maioria dos conjuntos comerciais em Portugal e o comércio de rua em Lisboa e Porto, foram arrendadas mais de 700 lojas em 2017, totalizando uma área superior aos 200 mil metros quadrados, em linha com o valor transacionado em 2016.

Os conjuntos comerciais captaram mais de metade dos negócios analisados, mas o comércio de rua manteve-se também muito dinâmico, com a cidade de Lisboa a registar uma procura na ordem dos 27 mil metros quadrados e o Porto cerca de sete mil metros quadrados. 

O mercado industrial também esteve muito dinâmico em 2017, com cerca de 295 mil metros quadrados ocupados maioritariamente na Grande Lisboa e Grande Porto e refletindo um crescimento exponencial de 212% face a 2016. De entre os principais negócios destacam-se a inauguração da plataforma logística da Jerónimo Martins em Alfena (Valongo), com 70 mil metros quadrados, a ocupação do Grupo Sonae de 14 mil metros quadrados no Cartaxo e várias ocupações do Grupo Luis Simões, num total de cerca de 65 mil metros quadrados, em Palmela e na Azambuja.

Os valores de arrendamento evoluíram em linha com a forte atividade sentida no mercado ocupacional. O sector de retalho verificou subidas acentuadas nos valores de arrendamento, com o comércio de rua a encabeçar o crescimento. O Chiado registou um aumento nas rendas prime ao longo do ano de 14%, com uma renda de 120 euros por metro quadrado por mês; na cidade do Porto, a Rua de Santa Catarina viu as suas rendas subirem em 13%, com um valor de fecho em 2017 de 62,5 euros por metro quadrado por mês. Os conjuntos comerciais verificaram também aumentos nos valores de referência: os centros comerciais atingiram no final do ano 100 euros por metro quadrado por mês e os retail parks 10 euros por metro quadrado por mês. 

 No que diz respeito a previsões para 2018, Eric van Leuven comenta que são otimistas. No mercado ocupacional o bom comportamento da economia, e em particular as previsões de evolução positiva do emprego e do consumo privado, bem como do investimento, sugerem um bom ano para os sectores de escritórios e retalho. No caso dos escritórios, mantém-se o problema da escassez de oferta de qualidade que poderá limitar um maior crescimento da procura, sendo que a atividade de promoção só agora começa a arrancar nas cidades de Lisboa e Porto, colmatando esta limitação no futuro”.

A atividade de investimento, tendo em conta a expectativa de manutenção de um ambiente de baixas taxas de juro e a redução muito gradual da política monetária expansionista do Banco Central Europeu, deverá manter, em 2018, o dinamismo dos últimos anos, ajudada ainda pela recente revisão dos ratings da dívida soberana de Portugal por parte da Standard & Poors e da Fitch. “O capital estrangeiro continua a considerar Portugal como uma excelente alternativa de investimento, oferecendo níveis de risco controlado e taxas atrativas face à maioria dos mercados europeus. Os negócios de investimento atualmente em curso com estimativa de fecho prevista ao longo de 2018 ultrapassam já hoje os 2.500 milhões de euros, um indicador muito significativo da atratividade do mercado português”.

2018 será também um ano de crescente inovação no mercado imobiliário. “Espera-se que sectores alternativos até à data pouco explorados, como são os hotéis, os espaços de co-working, as residências de estudantes ou as residências seniores, comecem a surgir em força, captando o interesse de ocupantes e investidores”, conclui Eric van Leuven.

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