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Cultivar frescos no telhado do supermercado

Utilizar o telhado do supermercado como um campo de cultivo é o mais recente projeto posto em marcha pelo retalhista belga Delhaize.

A investigação de novos sistemas de produção, colheita e distribuição de alimentos frescos continua a fazer progressos no sector do retalho. Este programa, desenvolvido de forma experimental numa loja da cidade de Boondael, consiste em fazer crescer frutas e legumes no telhado do estabelecimento, cuja área é de 320 metros quadrados. Especificamente, a empresa reservou metade do espaço para a instalação de uma estufa, com o objetivo de proteger a plantação nos meses mais rigorosos de outono e inverno, enquanto a outra metade do telhado será usada para a construção de um campo de cultivo ao ar livre. As previsões do retalhista belga sugerem que o início do cultivo será no verão de 2017.

Os produtos que resultarem deste projeto serão posteriormente colocados à venda na loja, por um preço inferior ao habitual, graças à inexistência dos custos de logística e transporte.

A empresa salientou ainda que, embora os alimentos não estejam a ser cultivados em terra natural, mas num espaço artificial, vão são satisfazer, no entanto, os critérios de orgânico, não sendo, no entanto, suficiente para incorporar a etiqueta de produto orgânico. “Estamos muito orgulhosos de apresentar este conceito inovador. A Delhaize centra-se assim, mais do que nunca, em produtos locais e sustentáveis​​“, declara Denis Knoops, CEO da companhia para a Bélgica e Luxemburgo.

 

Aposta nos frescos

Este é apenas um de muitos projetos que estão a surgir na área dos frescos, cada vez mais importantes para a diferenciação do retalho. Estes produtos têm um enorme impacto no desenvolvimento do grande consumo e representam mais de metade da cesta de compras. Parte assinalável da recuperação do sector dos Fast Moving Consumer Goods (FMCC) deve-se a estas categorias, que ganham peso nos modelos de negócio da grande distribuição e se convertem num elemento central das suas estratégias e num claro fator de diferenciação.

Continente, Minipreço, Auchan, Lidl, Intermarché, todos procuram conquistar quota de mercado nos frescos. A distribuição moderna já ganhou a “guerra” face aos especialistas (frutarias, peixarias, talhos e padarias), ao concentrar, de acordo com a Nielsen, 81% das vendas destes produtos em 2015. Contudo, a médio trecho, poderá enfrentar uma nova batalha, protagonizada pela concorrência gerada pelo canal online, que obrigará estes operadores a não só ter que gerir os seus lineares, como também ser competitivos nas suas próprias operações de comércio eletrónico. Na vizinha Espanha, por exemplo, a Amazon Fresh ganha corpo. Leia mais sobre esta “guerra dos frescos” no tema de capa da edição 41 da Grande Consumo.

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