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Crenças limitantes impedem as PME de crescer, diz Barómetro PME

A terceira edição do Barómetro PME identifica crenças limitantes nas PME portuguesas que as impedem de crescer. O nível de conhecimento e formação que os decisores de PME demonstram ter é ainda muito limitado e o acesso a educação de qualidade é um fator crítico para a competitividade das empresas.

Segundo a terceira edição do Barómetro PME Magazine, feita em fevereiro a cerca de mil empresas, 60% das PME diz não ter interesse em exportar. Quase 79% das empresas não se sente pressionada relativamente à emergência climática. Mais de 86% não utiliza ferramentas de gestão de risco e a maioria não reconhece nenhuma necessidade em utilizá-las. E ainda 71,8% das empresas não realizou qualquer investimento em transformação digital, em 2022.

Pedro Brito, associate dean da Nova Executive Education, aponta um fraco nível de conhecimento e formação dos decisores das PME inquiridas e a existência de duas principais crenças limitantes que impedem as PME portuguesas de crescer.

 

“Para além de termos poucos recursos, não temos escala para nos internacionalizarmos”

Muitas PME possuem recursos financeiros e humanos limitados para investir em novos mercados e estabelecer relações comerciais internacionais ou responder a pedidos de grande volume. No entanto, não se unem a outras numa jornada de internacionalização, diluindo o risco e aumentando o proveito para as partes.

A falta de incentivos financeiros e as barreiras linguísticas associadas são outras “desculpas” para muitas empresas ignorarem a oportunidade de exportar e internacionalizar.

“Os decisores das PME têm de compreender que só com mais conhecimento e formação sobre os desafios à exportação, como a logística internacional, regulação ou barreiras comerciais, e apenas com uma atitude colaborativa, juntando-se a outras organizações e ganhando escala, é que será possível crescer de forma sustentável. O receio em perder controlo pode ser reduzido e os benefícios para as empresas é exponencialmente superior à tradicional estratégia de sobrevivência focada apenas no território nacional”, explica Pedro Brito.

 

“O tema sustentabilidade não é algo que impacte o meu negócio de forma direta”

A Diretiva Europeia de Relato Não Financeiro (2014/95/EU) exige que empresas com mais de 250 funcionários relatem informações sobre o seu desempenho em áreas como meio ambiente, direitos humanos, questões sociais, diversidade e combate à corrupção. “As PME que trabalhem para estas empresas de grande dimensão como fornecedores ou subcontratados vão estar muito expostas na medida que estas empresas vão exigir às PME práticas de sustentabilidade similares. As pequenas e médias empresas que não as cumprirem poderão sentir o impacto diretamente nas receitas e capacidade de atrair talento qualificado, uma vez que as grandes empresas passarão cada vez mais a selecionar parceiros que respeitem estas orientações”, esclarece Pedro Brito.

Estas duas crenças têm algo em comum: o nível de conhecimento e formação que os decisores de muitas PME demonstram ter é ainda muito limitado. Por isso, o associate dean da Nova Executive Education admite que “o acesso das PME a educação de qualidade é fator crítico para a competitividade das empresas e do nosso país”.

 

Resultados do Barómetro PME 2023

Em 2023, o investimento dos gestores das PME portuguesas diminuiu em todas as áreas, exceto nas pessoas. Apenas 47% dos inquiridos equaciona contratar, principalmente na área de operações (50,5%). Em 66% das PME não haverá alterações aos quadros de pessoal.

A preocupação com a sustentabilidade diminuiu: a maioria das empresas continua a não conhecer, medir ou possuir planos sobre impactos ambientais, com apenas 21,1% da amostra a considerar-se ameaçada pelos riscos de emergência climática.

No entanto, encontram-se mais conscientes dos processos de qualidade/certificações que contribuem para a sustentabilidade do negócio, por via de certificações PME Líder e formações.

O recurso a apoios financeiros diminuiu quase 15 pontos percentuais (p.p.) em 2023, tendo-se verificado uma maior expressão no caso dos financiamentos bancários (26,1%), seguidos dos financiamentos do Estado (11,5%). Mais de 70% das PME não sente necessidade de recorrer a ferramentas de gestão de risco, das quais 32% desconhece a sua existência.

Nas vendas, apenas 18,2% manteve o volume do ano transato e, dos 15,1% que registou descidas, a maioria acredita que irá conseguir repor os níveis de venda anteriores à pandemia.

Na exportação, apenas 24% dos inquiridos exporta, mais de 70% apenas para a Europa (Espanha, França e Alemanha) e os restantes para África (Angola e Moçambique).

 

Transformação digital

O investimento em marketing continua reduzida. As PME mantêm intenções de continuar a investir em 2023, embora com uma percentagem muito reduzida. A escolha das ferramentas em marketing digital recai sobre campanhas em redes sociais (63,8%), o trade marketing em canal de e-commerce (38,7%) e SEM (campanhas em motores de busca, 38,4%).

Existe ainda espaço para o acompanhamento da transformação digital por parte das empresas, sobretudo através das plataformas digitais, pela visibilidade que proporcionam, um investimento que desceu significativamente, mas as empresas inquiridas não as consideram relevantes para o seu negócio.

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