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Covid-19 deixa de ser emergência de saúde global

Foto Shutterstock

A Covid-19 já não é uma emergência de saúde global, disse esta sexta-feira, dia 5 de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Comité de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional da OMS discutiu a pandemia na sua 15.ª reunião sobre a Covid-19, realizada esta quinta-feira, e o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, concordou que a declaração de emergência de saúde pública de preocupação internacional, ou PHEIC, deveria acabar. “Há mais de um ano que a pandemia tem estado numa tendência decrescente”, indicou na conferência de imprensa.” Esta tendência permitiu que a maioria dos países voltasse à vida como a conhecíamos antes da Covid-19. Ontem, o comité de emergência reuniu-se pela 15.ª vez e recomendou-me que declarasse o fim da emergência de saúde pública de interesse internacional. Aceitei esse conselho”.

 

Fim do modo de crise

A organização declarou o surto de coronavírus como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional em janeiro de 2020, cerca de seis semanas antes de caracterizá-lo como uma pandemia. Esta declaração cria um acordo entre os países para cumprirem as recomendações da OMS na gestão da emergência. Cada país, por sua vez, declara sua própria emergência de saúde pública, declarações que têm peso legal.

Não obstante o fim da situação de emergência de saúde global, Maria Van Kerkhove, líder técnica de Covid-19 da OMS e chefe do seu programa sobre doenças emergentes, sustenta que a doença “veio para ficar” e que o coronavírus que causa a doença não vai desaparecer tão cedo. “Embora não estejamos no modo de crise, não podemos baixar a guarda. Epidemiologicamente, este vírus vai continuar a causar ondas. O que esperamos é que tenhamos as ferramentas para garantir que as ondas futuras não resultem em doenças mais graves, não resultem em vagas de mortes”.

 

Mais de 760 milhões de casos

Foram mais de 765 milhões os casos confirmados de Covid-19, desde o início da pandemia, segundo os dados da OMS. Quase sete milhões de pessoas morreram. A Europa teve o maior número de casos confirmados em geral, mas as Américas registaram o maior número de mortes.

Os casos atingiram o pico em dezembro de 2022, quando a variante Omicron varreu o globo, atingindo a região do Pacífico Ocidental de forma particularmente severa. Mas as campanhas de vacinação permitiram que o número de mortes não escalasse. Globalmente, foram administradas 13,3 mil milhões de doses de vacinas. Atualmente, os casos e mortes por Covid-19 são os mais baixos em três anos.

 

Futuro

O diretor geral da OMS indicou contudo que, se necessário, não hesitará em convocar outra reunião do comité de emergência e declarar novamente uma emergência de saúde global, se houver um aumento significativo de casos ou mortes por Covid-19 no futuro.

“A Covid-19 deixou e continua a deixar cicatrizes profundas no nosso mundo. Essas cicatrizes devem servir como um lembrete permanente do potencial de surgimento de novos vírus com consequências devastadoras”, sublinhou. “Uma das maiores tragédias da Covid-19 é que não precisava ser assim. Temos as ferramentas e tecnologias para nos prepararmos melhor para as pandemias, detetá-las mais cedo, responder mais rapidamente e comunicar o seu impacto. Mas, globalmente, a falta de coordenação, a falta de equidade e a falta de solidariedade fizeram com que essas ferramentas não fossem usadas da forma mais eficaz possível. Devemos prometer a nós mesmos e aos nossos filhos e netos que nunca mais cometeremos esses erros”.

 

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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