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Consumir mais produtos do mar pode contribuir para mitigar os problemas climáticos no mundo

Consumir mais produtos do mar pode contribuir para mitigar os problemas climáticos no mundo, conclui um novo relatório elaborado com base em dados recolhidos por 165 cientistas.

O relatório foi uma iniciativa do High Level Panel for a Sustainable Ocean Economy, um organismo que integra 14 primeiros ministros e presidentes de vários países. O documento foi apresentado na Cimeira da Ação Climática das Nações Unidas, em Nova Iorque.

De acordo com o relatório, esta é a primeira vez em que o mar é apresentado como fazendo parte da solução, sendo os produtos do mar uma das cinco áreas que o relatório afirma terem potencial elevado para travar a crise climática. O relatório afirma que os principais ganhos seriam encontrados através da mudança de hábitos alimentares que troquem as proteínas animais produzidas em solo por opções à base de plantas e de proteínas provenientes do mar, que já provaram serem opções com menor custo carbónico.

O crescimento demográfico constante coloca grande pressão no sistema de produção alimentar. De acordo com as projeções das Nações Unidas, ter-se-á de aumentar a produção de alimentos em 70% para responder às necessidades alimentares em 2050.

O oceano representa mais de dois terços da superfície do globo, mas atualmente contribui apenas para uma pequena parte da alimentação mundial. Para ir ao encontro dos objetivos para o desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, é necessário aumentar a contribuição do oceano para a produção alimentar. É necessário consumir mais e novos tipos de produtos do mar, selvagens ou de aquicultura, e proporcionar aos consumidores informação fiável para que possam fazer escolhas informadas sobre o que comem. “É necessário que nos foquemos em coisas simples que podemos fazer no nosso dia-a-dia para melhorar a saúde do planeta e das pessoas. Os produtos do mar, se produzidos de forma responsável, são um fantástico recurso de proteína sustentável”, diz Renate Larsen, CEO da Norwegian Seafood Council.

A maioria das orientações nutricionais recomendam o consumo de peixe, pelo menos, duas vezes por semana, mas a maioria das pessoas não cumpre estas recomendações. Um inquérito ao consumo desenvolvido em 2018 pelo Norwegian Seafood Council, envolvendo mais de 3mil pessoas em 21 mercados, verificou que apenas cerca de metade afirma consumir peixe duas vezes por semana ou mais. Apesar do consumo mundial de peixe ter atingido, pela primeira vez, 20 quilogramas per capita, em 2018, a maioria das pessoas não consome peixe suficiente, de acordo com as orientações nutricionais internacionais. “Apesar das tendências para o vegetarianismo e veganismo estarem a aumentar em muitos mercados, e sendo o consumo de alimentos à base de plantas muito positivo, é preciso não esquecer os produtos do mar. Temos que mostrar aos consumidores que há proteína com origem marinha que é uma opção saudável e sustentável”, acrescenta Renate Larsen.

Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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