O consumidor atual gasta menos, poupa mais, é mais seletivo e prefere os produtos locais (mais 41,4% que antes da pandemia) e sustentáveis (mais 16,7%). Além disso, este consumidor está mais atento ao comportamento ético das empresas (mais 18,7%).
Assim o conclui a terceira edição do estudo “O impacto da Covid-19 nos estados de espírito, expectativas e hábitos de consumo”, feito pela EAE Business School. “Isto é indicativo de um compromisso relativamente a contribuir para a recuperação económica e uma maior sensibilidade ao fator preço na compra. Mais 22,4% de consumidores compara os preços antes de comprar face à época pré-Covid”, assinala Pablo Contreras, autor do estudo e professor naquela escola de negócios.
Consumo mais racional
O estudo, feito em Espanha, salienta que os consumidores procuram informar-se mais do que o que faziam antes da pandemia, sendo mais refletidos e racionais na compra. Como tal, não compram tanto pela confiança geral na sua marca habitual, mostrando-se mais dispostos a mudar da marca.
41,4% dos inquiridos vou a sua situação económica afetada e 47,9% diminuiu o consumo. As intenções de gastos em atividades de lazer encolheram para 68% dos consumidores, assim como em hotelaria (-68,9%), em artigos de luxo ou premium (-68,2%), em espetáculos (64%), em moda e acessórios (-57,7%) e em férias (-50%).
Auge do e-commerce
No novo cenário, os pontos de venda físicos foram, de um modo geral, preteridos para o canal online, que registou um aumento considerável, tanto nos momentos de maior confinamento, em março e abril de 2020, como posteriormente, com a consolidação dos novos comportamentos de compra. Quase 35% dos consumidores compra com maior frequência através da Internet.
Mas também o comércio de proximidade cresceu em frequência de compra em 16%.
Os canais mais prejudicados e que viram a sua frequência de compra reduzida são os centros comerciais (-44,3%), os grandes armazéns (-40,8%), as lojas nas ruas comerciais (-25%) e os hipermercados (-22,3%).