Um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos e da União Europeia (OCDE) analisou as rotas do tráfico de falsificações e concluiu que o correio é cada vez mais importante na sua distribuição.
Os dois organismos selecionaram uma gama dos produtos mais falsificados, distribuídos em 10 categorias, que representam 63% do valor total das falsificações: produtos alimentares, farmacêuticos, perfumaria e cosmética, artigos de pele e malas, vestuário e tecidos, calçado, joalharia, equipamento eletrónico e elétrico, aparelhos óticos, fotográficos e médicos e brinquedos.
De acordo com a investigação, a China é o principal produtor de produtos falsificados e pirateados que são vendidos em todo o mundo. De facto, a China lidera na produção de nove das 10 categorias, excetuando os produtos farmacêuticos, onde a liderança vai para a Índia.
Estes produtos tiveram como principal destino os países da África subsariana, ao passo que os mercados desenvolvidos foram o destino principal dos artigos eletrónicos.
Apesar da Turquia não liderar nenhuma das categorias, aparece em posição de destaque em várias, sendo um produtor relativamente importante de marroquinaria, alimentos e cosméticos, que distribui na União Europeia por via rodoviária.
Hong Kong, Macau, Singapura, Ucrânia, Albânia, Marrocos, Egito, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Arábia Saudita, Iémen e Panamá destacam-se como os países onde estes produtos fazem escala antes de chegar ao consumidor. Alguns deles são, segundo o estudo, “governos débeis ou com forte presença do crime organizado”.
Estes pontos de trânsito são essenciais para ocultar a origem ilícita dos produtos, porque além de acolherem autênticos centros de distribuição, fazem falsificação de documentos.
O estudo destaca, ainda, a crescente importância dos envios postais e do comércio eletrónico no processo de comercialização das falsificações. 62% do total de produtos falsificados intercetados entre 3011 e 2013 eram envios postais.