Vários grupos indígenas da Amazónia estão a processar o Casino, considerando-o responsável pela desflorestação da área.
As acusações referem-se especificamente ao facto da cadeia vender carne de explorações extensivas no Brasil e na Colômbia.
Legislação francesa
Os 11 grupos indígenas, apoiados por organizações não governamentais dos Estados Unidos da América e de França, reclamam o pagamento de uma indemnização de 3,1 milhões de euros, por danos, avança a BBC. Numa declaração conjunta, os grupos relacionam a carne do Casino à desflorestação numa área cinco vezes maior que Paris.
A cadeia de supermercados está a ser processada segundo a legislação francesa, que entrou em vigor em 2017 e dita que as empresas devem prevenir violações aos direitos humanos e ao ambiente nas suas cadeias de abastecimento.
De acordo com os indígenas, o Casino comprava regularmente carne a três matadouros detidos pela JBS, uma empresa de processamento de carne acusada de desflorestação. “Os três matadouros abasteciam-se do gado de 592 fornecedores responsáveis pela desflorestação de, pelo menos, 50 mil hectares, entre 2008 e 2020”.
Cadeia de abastecimento
O Grupo Casino, que no Brasil controla o maior retalhista alimentar do país, o Grupo Pão de Açúcar, disse à Reuters que é muito rigoroso na abordagem à sua cadeia de abastecimento e que a carne com origem brasileira não é vendida nas suas lojas em França.
Em 2016, o grupo estabeleceu o critério de que os seus fornecedores têm de cumprir com “zero desflorestação da Amazónia”, não recorrer ao trabalho forçado e infantil e não invadir terras indígenas nem áreas protegidas.