Bulgária
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Bulgária considera criar uma cadeia de supermercados detida pelo Estado

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A comissão orçamental do parlamento búlgaro aprovou um projeto de criação de uma cadeia estatal de lojas que vendam apenas produtos fabricados na Bulgária.

De acordo com a agência BTA, a proposta, apresentada pelo partido político DPS-Novo Começo, prevê que o Ministério da Agricultura e da Alimentação supervisione o projeto, no valor de 10 milhões de leva (5,11 milhões de euros). O ministério seria também o proprietário da cadeia ainda sem nome.

As lojas centrar-se-iam em produtos alimentares e bens essenciais, aplicando uma margem de lucro máxima de 10%, com o objetivo de reduzir os preços para os consumidores, encurtando a cadeia de abastecimento, à semelhança dos modelos observados na Alemanha e em França.

De acordo com a justificação que acompanha a proposta de revisão do orçamento de Estado para 2025, a criação de uma rede estatal de mercearias com abastecimento e preços regulamentados é crucial para o governo combater a subida de preços praticada por revendedores, cadeias e cartéis.

 

Boicote ao comércio retalhista

Em fevereiro, os consumidores búlgaros iniciaram um boicote às principais cadeias de retalho alimentar do país, devido ao descontentamento com o aumento dos preços dos produtos alimentares. O boicote de 20 de fevereiro, o segundo deste ano, provocou uma queda de quase 30% no volume de negócios das lojas, segundo os meios de comunicação locais. Muitos consumidores do país dizem esperar que o boicote provoque uma alteração dos preços.

Maya Manolova, presidente da organização cívica Stand Up.BG, caracterizou os boicotes como uma pressão civil essencial para forçar o governo e o parlamento a adotarem medidas eficazes de redução dos preços. Além disso, instou o ministro da Agricultura e da Alimentação a publicar o projeto de lei sobre a cadeia alimentar agrícola, exigindo estratégias genuínas para travar os intermediários, os revendedores e os preços inflacionados ao longo da cadeia de abastecimento alimentar.

 

Proteger os produtores locais

Por outro lado, a Câmara Agroalimentar búlgara apelou à intervenção do governo para proteger os produtores locais de alimentos, citando uma situação de mercado prejudicial tanto para os produtores como para os consumidores, reporta a ESMagazine.

A câmara alertou para o declínio da produção agrícola búlgara, especialmente no sector da pecuária e da produção de frutas e legumes.

Vladislav Mihaylov, presidente da Associação dos Transformadores de Lacticínios, salientou o domínio do mercado por parte de alguns grandes retalhistas internacionais, defendendo a adoção de regulamentação que garanta o acesso dos produtores búlgaros ao mercado.

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Por Bárbara Sousa

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