Empresa 100% portuguesa, a Empor Spirits dedica-se ao “brand building” e distribuição de marcas de bebidas espirituosas em regime de exclusividade há mais de uma década. Este ano, a distribuidora portuguesa reforçou a sua carteira ao assegurar a representação das marcas do Grupo Campari no território nacional. Uma mais-valia que vem complementar um portfólio vasto e heterogéneo, onde se contam hoje nomes como Bulldog, Ruinart e Aperol, entre outras marcas premium e internacionalmente reconhecidas.
Em 2010, numa viagem que o leva de passagem por Espanha, Caetano Beirão da Veiga, CEO da Empor Spirits, descobre o gin, o copo de balão e todo um mundo de marcas e ingredientes que ainda não tinham chegado a Portugal. “Assim que regressei, fui logo a ver as marcas que me ficaram na cabeça, enviei alguns e-mails e a Bulldog foi a primeira a responder que não tinha importador em Portugal. Começámos a trabalhar com a marca logo em início de 2011. Quando começou a moda do gin, já cá estávamos e a investir, a fazer ativações”, diz o CEO da empresa que hoje conta com 36 marcas em 14 categorias e cerca de 200 SKU’s. “Gostamos de dizer aos clientes e funcionários que não somos uma distribuidora, somos uma ‘brand builder’. Somos empresas que gostamos de construir marcas do zero. Agarrar numa marca que não existia, como é o caso da Bulldog, Ruinart e Nikka, e partir do zero para ver até onde conseguimos chegar.”
O verão de 2016 marcou uma nova etapa na história da distribuidora, ao garantir a representação exclusiva das bebidas do Grupo Campari no país. Um movimento que permitiu à Empor Spirits ficar com um portfólio mais alargado, assim como fazer entrar no mercado nacional marcas de nicho, um exercício onde já tinham “dado cartas”. Mas também ganhando, pela força da sua reputação como “brand builder” e especialista em bebidas premium, um portfólio maior em relação ao que já estava a ser trabalhado da Campari em Portugal. Ou seja, a distribuidora ficou responsável por comercializar mais 12 marcas: Aperol, Campari, Carolans, Frangelico, Cinzano, Sagatiba, Glengrant, Gran Marnier, Skyy, Appleton Estate, Wild Turquey e Espolon, sendo que as três últimas são distribuídas pela primeira vez no mercado português pelas mãos da Empor.
Uma representação do Grupo Campari que se mostra quase fatídica, visto que “a Bulldog tem um acordo de distribuição mundial com a Campari”, comenta Caetano Beirão da Veiga. “A Bulldog tem os próprios donos, mas a Campari toma conta da distribuição mundial com exceção de Portugal e de outros poucos países onde a Bulldog vende diretamente. Já tínhamos a Bulldog antes da PrimeDrinks ter a Campari, em 2014. A Campari viu o trabalho que fazíamos com a Bulldog e contactou-nos para ficarmos com o grupo. Foi a Bulldog que nos fez a ponte e facilitou o contacto com a Campari.”
Off trade
A aquisição da representação da marca Bulldog também teve outro significado para a Empor: a entrada no canal Off trade. Uma aposta que não se mostrou excecionalmente rentável até a entrada de outras duas marcas “muito simpáticas” no seu portfólio, em 2014. “A Disarono e a Tia Maria foram as marcas que me ajudaram a crescer e a trabalhar melhor o canal Off trade. Nunca antes tínhamos trabalhado este canal porque não tínhamos marca para isso”, detalha o responsável.
Apesar do evidente sucesso da última década, que foi marcada por um crescimento da oferta disponível no portfólio da empresa, que conseguiu a comercialização de marcas de nicho no mercado português Off trade, Caetano Beirão da Veiga confessa que nunca pensaram conseguir chegar onde chegaram. “Ou seja, temos marcas de ‘mass market’ e vendemos no canal Off trade e tudo o que é supermercados. Nunca pensámos porque todas essas marcas pertencem aos grupos das multinacionais. Por exemplo, é quase impossível arranjar uma marca de whisky de grande volume que não pertença à Pernord, à Diageo ou à Bacardi”. Não obstante, para o CEO da empresa, que tem a construção de marcas – o “brand building” – tão presente no seu ADN, as marcas criam-se primeiro no On trade, que é onde se sente mais confortável, visto que “o próprio tipo de negócio implica uma relação muito mais humana e próxima”.
Para o futuro, o objetivo da Empor Spirits, que nos últimos seis anos contou com um crescimento da faturação a dois dígitos e prevê uma atingir os nove milhões de euros em 2016, é manter-se no âmbito das marcas premium. Sem novidades para anunciar, mas com um portfólio “muito confortável”, o empenho e o foco da Empor Spirits vai estar em trabalhar as marcas que já possui. “Para já, a nossa ideia é crescer o que temos. São 36 marcas, entre estas 12 marcas da Campari. Muita marca para trabalhar, ativar e colocar na mente dos consumidores”, refere o CEO.
Este artigo foi publicado na edição 42 da Grande Consumo onde é feita uma análise ao mercado das bebidas espirituosas.
