Às portas de mais uma Black Friday, o Portal da Queixa refletiu sobre o impacto e o interesse que este evento importado dos Estados Unidos da América tem nos consumidores portugueses. O estudo revela que, para 75% dos consumidores, o fenómeno não faz sentido, considerando as várias promoções existentes ao longo do ano. Em 2020, apenas 30% dos portugueses fez compras na Black Friday.
É verdade que a maioria dos portugueses compra quando há promoções, mas também é verdade que há marcas com artigos com descontos o ano inteiro. Esta prática instalada veio reduzir o impacto e interesse em eventos promocionais sazonais, como a Black Friday.
Questionados se têm por hábito esperar pelas promoções de Black Friday para realizar algumas das suas compras, 50,8% dos consumidores respondeu que sim e 49,2% respondeu que não.
Categorias
Relativamente às categorias que registaram, na Black Friday de 2020, o maior volume de compras, segundo a amostra inquirida, lidera o sector da tecnologia (telemóveis, computadores, televisões) com 58,6% e, em segundo lugar, a categoria de moda (roupa e acessórios) com 51,6%.
A terceira categoria que registou o maior consumo foi a referente a livros/música/papelaria com 23%. Segue-se a área da beleza e cuidados pessoais, com 15,6%, os produtos infantis (11,7%), a alimentação e bebidas (8,6%), os cuidados animais e “outros”, em ex aequo (6,6%), mobília e decoração (5,5%), viagens (4,7%) e bilhetes para eventos (1,2%).
Sobre a forma como as compras foram realizadas, os inquiridos responderam que 37,9% foi na loja física, 46,1% foi na loja online e 16% em ambas.
Já no que se refere ao investimento, 28,1% disse ter gasto até 100 euros, 35,5% gastou entre 101 e 250 euros e 19,9% admitiu entre 251 e 500 euros. Já 6,6% dos inquiridos fez compras entre os 501 e os 750 euros e 9,8% acima dos 750 euros.
À pergunta “Como avalia a sua experiência com as compras durante a Black Friday?”, entre a pontuação de um a 10, a maioria dos consumidores inquiridos atribuiu entre os cinco e os oito pontos, sendo que a percentagem mais alta (21,9% do universo de inquiridos) atribuiu a classificação de oito à experiência de compra.
O estudo evidenciou ainda que 66,1% das pessoas não considera a Black Friday uma oportunidade para fazer compras de Natal.
Inquérito
“De acordo com os resultados do estudo realizado, interpretámos que o fenómeno Black Friday reduziu o seu impacto e interesse junto dos consumidores, consequência direta de todos os momentos de promoções que acontecem ao longo do ano”, analisa Sónia Lage Lourenço, CEO & Founder do Portal da Queixa by Consumers Trust. “Aliás, os dados relativos às compras no último ano dão-nos ainda outra perspetiva: apesar da rápida adaptação às compras online, fruto dos condicionamentos vividos nos últimos tempos, este não foi, de todo, o momento para comprar. Verificámos também que, ao contrário do que muitas vezes ouvimos, para o consumidor, esta não é vista como uma oportunidade para antecipar as suas compras de Natal”.
O inquérito para o “Estudo Black Friday 2021” foi realizado online e abrangeu um universo de dois mil inquiridos, com idades compreendidas entre os 18 e maiores de 65 anos. A maioria dos consumidores que participou no estudo é do género masculino (61,4%).