A categoria das bebidas energéticas e isotónicas continua, pelo segundo ano consecutivo, a apresentar resultados positivos e animadores no mercado nacional. Nos resultados divulgados pela Nielsen, referentes ao ano móvel findo à semana 51/2016, a categoria apresenta resultados de crescimento, tanto em volume como em valor.
Com 3,5 milhões de litros transacionados, mais 11% que no ano anterior, e 9,7 milhões de euros alcançados, mais 10% face ao período homólogo, a categoria de bebidas energéticas e isotónicas continua a crescer no mercado português. “As bebidas energéticas e isotónicas destacam-se no seio dos refrigerantes como uma das categorias mais dinâmicas. Nos últimos dois anos, a categoria cresceu 24% em volume e 22% em valor”, explica Tiago Rodrigues, Associate Client Manager da Nielsen.
Para a Red Bull, umas das principais marcas a operar nesta categoria e bem conhecida dos portugueses, o aparecimento de novos “players” tem vindo a impulsionar o mercado. “O mercado das bebidas energéticas tem crescido constantemente desde a sua introdução em Portugal. Desde o final dos anos 90 até meio da primeira década de 2000, a Red Bull dominou o mercado, não tendo grande concorrência no nosso país. A partir daí, começaram a surgir outras marcas que contribuíram para a expansão da categoria, especialmente nos últimos anos. Neste momento, a Red Bull tem uma quota de mercado em valor acima dos 60%. O mercado é dominado pelas marcas de fabricante, que representam aproximadamente 70% do volume e 85% do valor da categoria. Mas as marcas de distribuição e primeiros preços têm o seu lugar e podem contribuir também para o alargamento da base de consumidores”, explica fonte da Red Bull Portugal.
O aparecimento de novas marcas, e sobretudo das MDD+PP, bem como da tendência promocional, que se acentuou a partir de 2012, têm vindo a contribuir para a diminuição dos preços deste tipo de produtos. Mas se os preços mais baixos tornam o produto mais apelativo ao consumidor, a visão deste acerca das bebidas energéticas e isotónicas tem vindo também a alterar-se de forma positiva. Não obstante, apesar de já existir mais informação a desmistificar os possíveis malefícios deste tipo de bebidas, parece existir ainda um longo percurso a percorrer neste sentido. “Cada vez mais consumidores sabem o que é uma bebida energética e quais os benefícios e ocasiões para o seu consumo. No entanto, existe ainda um longo caminho a percorrer nessa área. A penetração das bebidas energéticas nos lares portugueses ainda é bastante reduzida quando comparada com outros mercados com características semelhantes e isto acontece devido a ainda existirem muitos ‘mitos’ acerca das bebidas energéticas e seus ingredientes. Quanto mais o consumidor está informado sobre as bebidas energéticas, os seus ingredientes e os seus benefícios, maior a taxa de crescimento das bebidas funcionais como um todo e das energéticas em particular”, acrescenta a Red Bull Portugal.
Segundo os dados da Nielsen, referentes ao ano móvel findo à semana 47/2016, 8% dos lares em Portugal Continental compraram a categoria, em média cinco vezes, adquirindo 0,82 litros, num gasto de 1,77 euros. Se os valores ainda não são muito expressivos, a categoria demonstra que, a manter-se a tendência de crescimento, merece alguma atenção no futuro. Para Tiago Rodrigues, “o crescimento de energéticas e isotónicas contrasta com a manutenção do negócio das bebidas refrescantes, sendo um crescimento homogéneo entre os principais ‘players’. Também nesta categoria existe uma maior procura por produtos ‘mais saudáveis’. As bebidas energéticas e isotónicas sem açúcar crescem a três dígitos e já representam 7% do negócio. O dinamismo das bebidas energéticas e isotónicas também se reflete nos lares portugueses, não obstante esta ser uma categoria de consumo imediato. Existem mais lares a comprar a categoria em 2016 do que existiam em 2015 (+5%) e compram-na mais regularmente. Também no Horeca, esta é uma das categorias que mais cresce, 7% em valor e 8% em volume. Constata-se que este dinamismo em volume é bem superior, cerca de quatro vezes mais, face ao alcançado pela média das bebidas refrescantes (+2%)”.
Duas perguntas a Tiago Rodrigues, Associate Client Manager da Nielsen
Grande Consumo – Este universo sofre de sazonalidade das vendas ou apresenta regularidade ao longo do ano?
Tiago Rodrigues – Esta categoria, tal como acontece com a maioria das categorias de bebidas refrescantes, tem um pico de vendas no verão (compreendido entre as semanas 25 e 38). O verão de 2016 foi responsável por 38% das vendas em volume das bebidas energéticas e isotónicas.
GC – Qual o peso do consumo destas bebidas no total global das “soft-drinks”?
TR – As bebidas energéticas e isotónicas representam 3% do negócio de “soft-drinks” (bebidas refrescantes).
Este artigo foi publicado na edição 44 da Grande Consumo.