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Auchan Retail vai manter atividade na Rússia e Ucrânia

Encerrar operações na Rússia levaria à expropriação e colocaria colaboradores em posição precária, diz o grupo

Presente na Ucrânia e na Rússia há mais de 15 anos, a Auchan Retail vai manter atividade em ambos os países, não obstante a guerra na Ucrânia.

“A Auchan Retail partilha do desejo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, expressado recentemente no parlamento francês, de apelar veementemente ao fim dos confrontos e encontrar os meios para devolver rapidamente a paz”, declara a Auchan. “O nosso compromisso é fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para assegurar que as pessoas nos nossos países de operação tenham acesso a alimentos de qualidade a um preço acessível e, assim, satisfazer as necessidades alimentares básicas da população civil“, acrescenta o grupo em comunicado.

A Auchan reitera ser uma das últimas empresas ocidentais na Ucrânia, onde as suas lojas e atividades de e-commerce permanecem abertas e a logística assegura fornecimentos regulares. “Isto é possível graças ao extraordinário trabalho dos nossos seis mil colaboradores ucranianos (três mil dos quais se encontram diretamente nas zonas de combate), que apoiam a população e demonstram uma coragem inabalável na manutenção da cadeia alimentar“.

 

Rússia

Na Rússia, o grupo retalhista francês vai também manter atividade, considerando que o encerramento das operações neste mercado seria considerado “uma falência premeditada, que levaria à expropriação, o que reforçaria o ecossistema económico e financeiro russo, colocaria os nossos colaboradores e as suas famílias numa situação muito precária e privaria a população, num período de inflação elevada, dos serviços de um distribuidor discounter, que opera no país há 20 anos“, prossegue em comunicado. “Abandonar os nossos colaboradores, as suas famílias e os nossos clientes não é a escolha que fizemos. Como disse o presidente francês, Emmanuel Macron, ‘não estamos em guerra com o povo russo’“.

A Auchan afirma, contudo, ter parado os investimentos na Auchan Rússia, desde o início da guerra. A operar em “total autonomia“, a Auchan Rússia não está atualmente a obter qualquer lucro e, no contexto atual, prevê perdas para 2022, adianta o grupo francês. Recorde-se que, no ano passado, as vendas na Rússia totalizaram 3,2 mil milhões de euros, representando 10% do total.

 

Argumentos

Numa entrevista publicada este domingo, dia 27 de março, no jornal francês Journal du Dimanche, Yves Claude, CEO da Auchan, explicou os argumentos a favor da manutenção da atividade no mercado russo, onde possui 231 lojas, a par das atividades de e-commerce, e emprega cerca de 30 mil pessoas. “Estou pronto para a assumir uma opinião que não está de acordo com a da maioria. É fácil criticarem-nos, mas estamos lá, atuamos pelos civis”.

Yves Claude considera que, se encerrar a atividade, a Auchan se arrisca a perder ativos e a expor a equipas locais a questões legais. “Se a Auchan sai, vamos privar 30 mil funcionários dos seus salários, 40% deles são funcionários e acionistas”, disse na entrevista.

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