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As 7 principais tendências do sector de bens de consumo

Bens de Consumo

Em 2023, a indústria de bens de consumo continua a evoluir para oferecer aos consumidores mais valor, personalização, conectividade e uma melhor experiência. À medida que enfrenta expectativas cada vez maiores por parte dos clientes, este sector encontra-se também num contexto vincadamente marcado pela incerteza económica, instabilidade geopolítica, desequilíbrios nas cadeias de abastecimento e pela crescente escassez de talento. Esta situação tem vindo a ser agravada pela gradual necessidade de novas competências nas empresas, muitas difíceis de encontrar no mercado.

Neste sentido, o ManpowerGroup revela os mais recentes resultados do ManpowerGroup Global Insights, estudo que avança as sete principais tendências que irão afetar a indústria de bens de consumo e que identifica as mudanças no comportamento de compra dos consumidores, as estratégias de relação com os consumidores, apesar da incerteza económica, e as implicações destas tendências na gestão de talento.

A indústria de bens de consumo tem vindo a sofrer grandes transformações nos últimos anos, muito associadas à maior automatização e digitalização dos negócios. As prioridades mudaram e, agora, mais do que nunca, é essencial colocar o consumidor, as suas necessidades e expectativas no centro da estratégia. Para tal, é fundamental que se consiga gerir, reter e captar o talento mais qualificado nas empresas do sector, já que as pessoas são o motor para a sua evolução. Acreditamos que esse se deve constituir o seu principal foco e prioridade”, explica Rui Teixeira, Country Manager do ManpowerGroup.

 

Atenção às expectativas dos consumidores

As expectativas dos clientes em relação às marcas continuam a aumentar. Temáticas como a responsabilidade social corporativa, a sustentabilidade, a conveniência ou a transparência são cada vez mais inegociáveis.

Paralelamente, aumentam também as exigências relativamente a uma experiência de consumo mais digital, personalizada e em constante melhoria, com o comércio eletrónico a ampliar cada vez mais a sua quota no mercado retalhista.

Além destes fatores, com a inflação a afetar o poder de compra global, os consumidores procuram, atualmente, propostas de valor que entreguem mais por um custo menor.

O serviço e a experiência do cliente tornam-se cada vez mais centrais na estratégia das empresas, no entanto, segundo dados da Qualtrics, 36% dos consumidores afirma estar insatisfeito com as suas experiências recentes de serviço ao cliente. Este contexto está a impulsionar as empresas do sector a procurarem o talento ou os parceiros externos adequados para melhorarem continuamente o seu contacto com o cliente, em particular, no contexto digital, ao mesmo tempo que a pressão sobre os preços acentua a necessidade de otimizarem os seus custos de trabalho.

 

Os consumidores querem mais

Para dar resposta aos atuais desafios do mercado, as empresas estão a aproximar-se dos consumidores e a concentrar-se nas necessidades que ainda não se encontram satisfeitas. Assim, têm vindo a desenvolver modelos de negócio omnicanal e diretos ao consumidor e a inovar na forma como utilizam os dados dos consumidores e os novos canais de relação com o cliente.

Para garantir a concretização de todos estes progressos, cresce a necessidade das empresas encontrarem o talento com as competências necessárias, nomeadamente, no domínio do desenvolvimento de aplicações e da ciência dos dados, mas também da logística e do e-commerce , capazes de apoiar a expansão das vendas DTC (diretas ao consumidor). Conseguir fazer esta gestão do talento permitirá às organizações criarem um modelo de negócio mais direto, sustentável e conectado.

 

A transformação do retalho

A inovação no sector está a aumentar, indo mais além do digital, para oferecer experiências de consumo sem atritos, com novos formatos de retalho para satisfazer a crescente procura de experiências únicas por parte dos consumidores. Os grandes líderes da indústria estão a introduzir ferramentas que proporcionam ao cliente uma experiência sem necessidade de contacto, combinando carrinhos inteligentes, sensores avançados, câmaras e a possibilidade de pagamento móvel, que permitem evitar filas de espera. Aumenta também, naturalmente, a penetração do comércio eletrónico, prevendo-se que este represente entre 18% e 30% das vendas de produtos alimentares até 2030, segundo dados da McKinsey.

Esta mudança de paradigma exige, por isso, a implementação de programas de “upskilling” e “reskilling” para ajudar os trabalhadores do retalho a adaptarem-se a estes novos modelos de negócio. Ao mesmo tempo, vem impulsionar a transferência da procura por profissionais da linha da frente para áreas como a logística e distribuição, manutenção e serviço ao cliente. Por fim, revela-se cada vez mais necessária a análise da localização e o planeamento da força de trabalho, para aproximar a distribuição do comércio eletrónico do consumidor.

 

Para levar, com sustentabilidade, por favor

Novos atores e modelos de negócio estão a entrar no mercado de bens de consumo para transformar as formas tradicionais de retalho e serviço ao consumidor. Os negócios verdes surgem com alternativas mais sustentáveis aos produtos tradicionais, sendo que cada vez mais startups verdes levantam volumes importantes de financiamento, num movimento que está a colocar pressão adicional sobre as marcas estabelecidas para aumentarem os seus esforços de sustentabilidade.

Tendo este fenómeno em conta, prevê-se que os modelos de venda baseados em subscrições – “as-a-service” – continuem a crescer e a oferecer o valor procurado pelos consumidores, a par do aumento dos pedidos de restaurantes de entrega, recolha e “drive-thru”. Consequentemente, a procura por empregos verdes continuará a aumentar, nomeadamente em funções como logística inversa ou recondicionamento, ao mesmo tempo que cresce também a necessidade de apostar em programas “reskilling”, “upskilling” e “outplacement” para profissionais em funções tradicionais afetadas pela inovação.

 

Fabricar, mas mais depressa

Com a Indústria 4.0 em pleno desenvolvimento, os fabricantes procuram maximizar a produtividade, através da utilização crescente de uma combinação de automação, inteligência artificial, fabricação aditiva, “big data analytics”, conectividade e robótica. A automatização dos armazéns tem vindo a ser cada vez mais recorrente, capaz de proporcionar uma melhoria de 20% a 50% nos níveis de serviço, segundo a BCG, e a fabricação aditiva, ou seja, a impressão 3D e 4D, surge agora para substituir os processos de fabrico anteriores.

O avanço da Indústria 4.0 implica, portanto, um aumento da procura por talento técnico qualificado para suportar os novos processos de fabrico, bem como a necessidade de aquisição de novas competências por parte dos profissionais, com vista a desempenharem as novas funções criadas pela automatização.

 

Em breve, num país perto de si

As empresas estão a reexaminar décadas de globalização e consolidação das suas cadeias de abastecimento, que permitiram poupanças de custos significativas, mas uma redundância mínima quando qualquer parte da cadeia é interrompida, como se verificou na pandemia. Desta forma, mais de metade dos fabricantes afirma ter realizado operações de “nearshore” – investimento em países próximos – ou “reshore” – incentivo do retorno da produção para o país de origem – nos últimos 24 meses, segundo dados da EY.

Com esta tendência de descentralização, aumenta a procura de talento na indústria transformadora localizada mais perto dos principais mercados de consumo da Europa e da América do Norte. Revela-se, assim, essencial às empresas definirem estratégias de localização da sua força de trabalho, de forma a identificarem e garantirem o acesso aos profissionais mais qualificados.

 

Agir enquanto a oferta se mantém

Ainda que a procura global por talento se mantenha elevada, o mercado enfrenta desafios como a inflação global e a escassez de talento, com 86% dos empregadores de bens e serviços de consumo em Portugal a afirmar ter dificuldade em encontrar os profissionais desejados, segundo o Talent Shortage Survey 2023.

Sendo este desencontro de competências o “novo normal”, aumenta a necessidade das empresas melhorarem continuamente a sua proposta de valor enquanto empregadoras, para recrutarem e reterem o talento que procuram. Esta realidade implica o desenvolvimento de abordagens inovadoras para manterem trabalhadores altamente qualificados, mas que se encontram em envelhecimento, sendo essencial a aposta urgente na sua aquisição de competências, através de programas de “upskill” e “reskill”.

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