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A casa de moda italiana Giorgio Armani iniciou conversações com potenciais compradores para a venda de uma participação minoritária. O processo segue instruções deixadas em testamento pelo fundador, Giorgio Armani.
De acordo com três fontes ouvidas pela Reuters, representantes da Armani já contactaram várias entidades interessadas em adquirir uma fatia da empresa. Entre os potenciais compradores abordados encontra-se a gigante da cosmética L’Oréal, que já detém um acordo de licenciamento com a Armani válido até 2050. Segundo as fontes, investidores de capital privado ainda não foram formalmente envolvidos neste processo.
O banco de investimento Rothschild deverá assessorar a empresa durante a transação, disseram duas fontes à Reuters. A ligação entre as duas partes é reforçada pela presença de Irving Bellotti, sócio da Rothschild, no conselho da Fundação Armani, entidade criada pelo designer para preservar o seu legado.
Venda de 15% no prazo de 18 meses
A operação de venda está ainda numa fase inicial e poderá levar meses até haver progressos concretos, alertou uma das fontes. Segundo o testamento do estilista, os herdeiros estão instruídos a vender uma participação inicial de 15% da empresa no prazo de 18 meses após a sua morte. Posteriormente, devem transferir uma fatia adicional entre 30% e 55% para o mesmo comprador ou, em alternativa, proceder à cotação em bolsa da empresa.
O documento, tornado público no mês passado, estabelece ainda que a LVMH, a L’Oréal e a EssilorLuxottica (com a qual a Armani também mantém relações comerciais) devem ter prioridade no processo. Caso essas entidades não avancem, a venda pode ser feita a outro grupo de “prestígio equivalente”, mediante a concordância da fundação e de Pantaleo Dell’Orco, parceiro de vida e negócios de Armani.
Todos os grupos mencionados anteriormente já manifestaram, em comunicações públicas, abertura à possibilidade de uma aquisição.
Avaliação bilionária
A estrutura acionista da Giorgio Armani S.p.A. é complexa, com seis tipos de ações e diferentes direitos de voto. A Fundação Armani detém atualmente 30% dos direitos de voto, enquanto Dell’Orco controla 40%, o que lhes confere controlo conjunto de 70% da empresa.
Na eventualidade de uma venda ou entrada em bolsa, o testamento determina que a fundação deverá manter uma participação de 30,1%, garantindo assim continuidade na missão de salvaguarda do legado do designer.
Analistas estimam que a casa de moda italiana, uma das mais prestigiadas e influentes do mundo, poderá valer entre 5 mil milhões e 12 mil milhões de euros, sendo o resultado final altamente dependente das condições de mercado e do perfil do comprador escolhido.
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