A Associação Portuguesa de Operadores Logísticos (APOL), que representa os operadores logísticos portugueses, alerta para todos os desafios que o sector enfrenta e que têm implicações significativas que colocam à prova a resiliência dos seus associados. “Os fatores de pressão são elevados em número e impacto para o sector”, indica em comunicado.
A estabilização em alta dos preços da energia, principalmente elétrica, tem um efeito muito significativo na estrutura de custos dos operadores logísticos, principalmente nos operadores que se dedicam à logística de frio.
A APOL mostra a sua preocupação não só pela ausência de apoios públicos que englobem a realidade dos operadores logísticos, como também pela elevada demora no licenciamento das unidades de produção de energia para autoconsumo (UPAC) superiores a 1MW. Verifica-se também que existem associados que licenciaram as suas unidades sem prever a injeção na rede e, agora que o enquadramento legal já o permite, esperam por autorização da DGEG há mais de um ano. “Esta situação dificulta a desejada transição energética e é contrária tanto ao discurso político vigente, como ao difícil momento que o país e a Europa enfrentam”.
Ainda relativamente à questão energética, a APOL alerta também para a ausência da publicação de um índice geralmente aceite que permita aos operadores logísticos acompanharem a evolução dos preços e incorporá-la nas suas tarifas.
Outros desafios
Além do preço da energia, também a evolução do preço do diesel, o aumento generalizado de todos os preços e a escassez de mão de obra levantam diversos desafios aos operadores logísticos.
“Os operadores logísticos mostraram recentemente toda a sua preparação, profissionalismo e resiliência durante o período da pandemia. Nesse momento, foram amplamente elogiados pelo poder político. No entanto, continuam a ser esquecidos em todas as medidas de apoio para os momentos difíceis que atravessamos. Estamos também a enfrentar escassez de mão de obra que se verifica quer no sector da logística, quer no sector dos transportes. Esta situação, a médio/longo prazo, se não forem adotadas políticas consistentes e que tornem o sector apelativo, irá ameaçar seriamente as cadeias de abastecimento”, refere Vítor Figueiredo, presidente do Conselho Diretivo da APOL.