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Alto risco de nono incumprimento soberano na Argentina

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A Crédito y Caución prevê que, em 2019, o PIB da economia argentina contraia 3%, a inflação exceda os 50%, o desemprego termine acima dos 10% e a pobreza afete mais de um terço da população.

Num contexto de perda de confiança dos investidores nesta economia, afetada pelo receio de um regresso ao intervencionismo e pela sucessão de incumprimentos soberanos, o mais recente relatório da seguradora aborda “a tarefa hercúlea” que o país enfrenta após a viragem institucional propiciada pelas últimas eleições presidenciais.

A análise da seguradora de crédito realça que o presidente eleito, “até agora bastante impreciso em relação à sua agenda de política económica“, enfrenta uma tarefa difícil: cumprir a promessa de não adotar novas medidas de austeridade e, ao mesmo tempo, restaurar a confiança de empresas e investidores. “Se o novo presidente e a sua equipa não recuperarem a confiança dos investidores, poderá ocorrer uma nova bancarrota do Estado, o que dificultaria a obtenção do financiamento necessário para reiniciar a economia“. No entanto, “a violação da promessa de acabar com a austeridade poderia levar a uma instabilidade social generalizada, o que tornaria os investidores ainda mais relutantes em investir no país“.

O mais urgente será renegociar com o FMI o programa de 57 mil milhões de dólares acordado no ano passado e fornecer mais detalhes sobre a sua proposta para reestruturar a dívida soberana. A seguradora de crédito considera que o risco de um novo incumprimento do Estado, que constituiria o nono na história da Argentina, é muito elevado. Além da negociação com o FMI, a Argentina enfrenta, em 2020, a amortização de 17 mil milhões de dólares com credores privados externos. Dada a diminuição das reservas, o grau de ajuste fiscal que o novo Governo está disposto a implementar será fundamental para a sua capacidade de pagamento.

A Crédito y Caución não exclui que o risco de incumprimento comercial das empresas que exportam para a Argentina possa ser prejudicado nesta situação. “De momento, as restrições não afetam a capacidade das empresas de aceder a moedas estrangeiras para fins comerciais ou para pagamento das suas dívidas. No entanto, dado o baixo nível das reservas e o difícil ambiente económico, não se pode excluir que haja um endurecimento das restrições”, destaca o relatório.

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