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“Acreditamos que a transformação digital se faz com pessoas e não de tecnologia”

O grupo New Anderthal nasceu em 2014 com a empresa Decskill, dedicada ao posicionamento de empresas no mercado digital através do investimento em talento e recursos humanos. Com apenas dois colaboradores na altura, Luís Santos e Luís Fernandes, atuais Founding e Managing Partners do grupo, a Decskill iniciou a sua atividade conquistando a NOS e PT como os primeiros clientes. Atualmente, já com seis anos de existência no mercado e cerca de 400 colaboradores, o grupo tem vindo a consolidar o seu posicionamento com um crescimento acentuado, ao longo dos anos. Composto por quatro empresas, oferece um conjunto integrado de serviços que capacitam e preparam o cliente para as exigências de um mundo dominado pela tecnologia.

 

Grande Consumo – Como surgiu o projeto New Anderthal? O que motivou a criação de um grupo dedicado à transformação digital?

Luís Santos – A New Anderthal surge como consequência da identificação de uma necessidade de mercado e na convicção de que a digitalização não se traduz pela aquisição de tecnologia, mas sim pela capacidade de nos adaptarmos a um futuro mais digital, através do desenvolvimento de uma próxima geração de competências, uma nova raça digital expressa na nossa assinatura de marca.

Atuamos num território TIC, mas acreditamos que a melhor forma de preparar as organizações, no futuro, é colocar as pessoas em primeiro lugar. A tecnologia é um “must-have”, mas o crescimento só acontece com uma combinação eficaz da tecnologia com as competências certas e com um processo de inovação criativa orientado inteiramente às pessoas (clientes, parceiros, etc).

Desta forma, acrescentamos valor às empresas, requalificando e qualificando novas competências, e disponibilizamos soluções em tecnologias emergentes, conteúdo e experiências que vão ao encontro de novos ambientes e cenários mais conectados e globais. Criado em 2020, o grupo New Anderthal apresenta, hoje, uma oferta integrada de serviços, numa abordagem colaborativa com as áreas de negócios, marketing e comunicação, tecnologia e inovação. 

 

GC – O grupo é atualmente composto por quatro empresas, sendo que uma destas já conta com cerca de sete anos de experiência no mercado português. Foram todas criadas com o mesmo intuito: capacitar as empresas portuguesas para a corrida digital? Como diferem?

Luís Fernandes – Decksill, Mongoose, New Normal e MindSEO são as quatro empresas que compõem o grupo e que prometem consolidar uma visão orientada para o futuro tecnológico, numa transformação convergente e abordagem “human-centered design”. Em colaboração, as quatro empresas integram todas as valências de um processo de transformação digital e que garante aos clientes um serviço especializado em cada uma das áreas. De acordo com os desafios, adaptamos a oferta e equipa de acordo com as necessidades dos clientes, poderemos ativar áreas, criar soluções ou transformar o negócio, tudo depende da ambição do projeto.

A Decskill, fundada em 2004, é a origem do grupo, especializada em outsourcing, que aposta na inovação e capacitação de empresas através de “skills” que permitem um reposicionamento contínuo no mercado e transição digital. A Moongoose é especialista em todas as etapas de desenvolvimento de produtos e de soluções ao serviço das tecnologias, desde a gestão e análise de dados até à concetualização e operação. A New Normal está focada na criação de experiências disruptivas, “digital-first” e “digital-only”, oferece soluções integradas de marketing e comunicação, tecnologia e negócio. A MindSEO é uma empresa de performance digital, especializada em consultoria em performance digital, Search Engine Optimization e campanhas de publicidade online.

Reforçando o nosso posicionamento que coloca as pessoas no centro da transformação digital, temos a Academia New Anderthal que dá resposta a empresas e indivíduos que procuram uma maior especialização e capacitação para atuar no mercado das novas tecnologias.

 

GC – Na vossa experiência, porque é o capital humano é o fator crítico de sucesso para dar resposta aos desafios tecnológicos e atuais?

LS – Acreditamos que a transformação digital se faz com pessoas e não de tecnologia. As empresas podem adquirir tecnologia, mas se não tiverem capacidade de se adaptar a um futuro com a mesma nada se transforma. É crítico desenvolver capital humano para dar resposta a este futuro mais digital. A próxima geração de talento e competências para guiar o futuro está por desenvolver. Sem certezas das competências a apostar no futuro, a escolha de talentos passa por um maior foco em pessoas que têm uma maior probabilidade de desenvolver competências e em se adaptar a contextos tecnológicos emergentes.

O sector das tecnologias está em constante evolução e requer também uma constante adaptação ao mercado e até mesmo capacidade de reinvenção permanente.

 

“Acreditamos que a transformação digital se faz com pessoas e não de tecnologia. As empresas podem adquirir tecnologia, mas se não tiverem capacidade de se adaptar a um futuro com a mesma nada se transforma. É crítico desenvolver capital humano para dar resposta a este futuro mais digital. A próxima geração de talento e competências para guiar o futuro está por desenvolver”

 

GC – Existe, atualmente, no mercado de trabalho português uma lacuna no que à capacitação para o mundo digital diz respeito?

LF – Sim, existe e tem vindo a aumentar. A escassez de recursos humanos especializados faz-se sentir e não apenas em Portugal. É urgente aumentar a capacidade de formação destes profissionais para dar resposta a todos os desafios tecnológicos que emergem a um ritmo elevado.

A rápida evolução da tecnologia tem levado a que as formações académicas e profissionais também tenham que se ajustar rapidamente às exigências da tecnologia e nem sempre essa adaptação é face às exigências do mercado.

As universidades tentam recuperar e acompanhar o “gap” das necessidades das empresas em dados e digital, com cursos e programas relacionados, o grupo acredita que, além de formação técnica, a rápida mudança exige investir em pessoas ágeis, adaptáveis, curiosas e, principalmente, com potencial para desenvolver novas competências pela sede de criar e transformar. Mesmo no contexto tecnológico, reciclar é preciso e esta foi a razão de surgir a Academia New Anderthal

 

GC – Como é que a pandemia de Covid-19 tem impactado as empresas portuguesas menos preparadas para o digital?

LS – A pandemia veio pressionar as empresas a acelerar a sua estratégia de digitalização ou até, em alguns casos, as obrigou a definir e implementar rapidamente. A única forma das empresas se adaptarem a um presente em constante mudança é acelerar e operar ao mesmo ritmo. O consumidor, muito rapidamente, adotou novas formas de abordar as marcas, ganhou/desenvolveu essa abordagem e as empresas tiveram que dar resposta a essas exigências. Há, no entanto, muitas empresas portuguesas que entraram rapidamente no processo de digitalização, quer para chegar ao seu cliente final, quer para otimizar os seus processos internos.

Temos clientes que desafiámos com projetos e produtos inovadores e que avançaram para eles como nova forma de abordagem ao mercado. Há esta variável do “desconhecido”, do rápido que compromete a qualidade, que nem todas as empresas estão preparadas para ele. Ainda se pensa muito no resultado imediato, no êxito certo da ação em si, mas, quando atuamos em mudanças tão rápidas, temos que experimentar rápido e considerar também falhar rápido. As falhas são lições aprendidas que se traduzem “insights” que tornam as empresas mais fortes e “smart”. Sabendo que todos os investimentos são criteriosamente ponderados e a propensão para “fazer diferente” é, muitas vezes, um entrave, as empresas do grupo criaram modelos de parceria e colaboração que se diferenciam pelo compromisso com o risco e o crescimento dos nossos clientes.

 

“Ainda se pensa muito no resultado imediato, no êxito certo da ação em si, mas, quando atuamos em mudanças tão rápidas, temos que experimentar rápido e considerar também falhar rápido. As falhas são lições aprendidas que se traduzem “insights” que tornam as empresas mais fortes e ‘smart'”

 

GC – Quais diria serem os principais desafios e conquistas do grupo, neste último ano?

LF – A agilidade do grupo e a cultura de colaboração traduziram-se num bom ano. Crescemos em todas as dimensões: número de projetos e clientes, de colaboradores, de parcerias e faturação.

Conquistámos clientes novos, projetos ganhos em concursos com multinacionais, temos tido a capacidade de reter e atrair talento, o nosso melhor ativo. Somos, hoje, uma empresa na qual as pessoas se sentem bem e na qual gostam de trabalhar, o que não impede de colocar como foco mais formas de melhorar este sentimento.

Gostaríamos de dar continuidade neste caminho de crescimento de todos: o grupo, os clientes, os parceiros e as nossas pessoas. 

 

GC – Como é que a Academia New Anderthal vai preparar o mercado para a evolução digital? Qual é o público-alvo que pretendem atingir?

LS – A Academia New Anderthal nasce com o propósito de capacitar novos talentos para as exigências de um mercado dominado pela tecnologia. Outsystems, Marktech, Tecnologias, Gestão de Projetos e Agile são as cinco áreas-chave de formação representadas na oferta especializada, que responde às necessidades do mercado atual.

Esta nova academia pretende atingir dois públicos distintos. Empresas que procuram capacitar os seus colaboradores com ferramentas específicas e, para isso, poderão aceder aos cursos disponibilizados no site ou optar por cursos personalizados, desenvolvidos à medida. O público individual que tem interesse na área e gostaria de iniciar a sua formação, ou que gostaria de se manter atualizado face a um mercado tão competitivo, poderá consultar os cursos disponibilizados.

 

GC – Quais os planos de desenvolvimento futuro para o grupo?

LF – Sempre atentos às necessidades das empresas e marcas, o grupo irá continuar a desenvolver-se pela orgânica e dinâmica do mercado. Naturalmente, procuramos desenvolver os pilares de atuação: tecnologia, soluções, experiência e consultoria, apostando em talento, tecnologias e parcerias. Num mundo em constante mudança, o plano de desenvolvimento assenta na agilidade do grupo em se adaptar às necessidades dos clientes e das pessoas.

Temos a ambição de levar a nossa oferta a mais clientes e também a outros territórios.

 

GC – Como é que o ano de 2021 se está a apresentar para a marca? O que seria um bom ano para a New Anderthal?

LS – 2021 está a ser um ano, em linha com os objetivos que traçámos. Apesar das atividades das várias empresas estarem a correr como planeado, há um trabalho de marca/grupo que tem que ser feito. A notoriedade de algumas das empresas e do próprio grupo ainda não está como queremos, dado serem relativamente recentes. Vai ser um ano em que vamos investir na notoriedade da New Anderthal.

Um bom ano para a New Anderthal será um ano em que continuemos a atingir os nossos objetivos, que continuemos a ser escolhidos pelos nossos clientes, que consigamos reter o nosso talento e continuar a trabalhar para que os colaboradores gostem de cá estar e queiram vir para o grupo trabalhar connosco.

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