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Um estudo do Boston Consulting Group (BCG) revela que os eventos de vendas de fim de ano, como a Black Friday, a Cyber Monday e o Singles’ Day, estão a ser redefinidos pelos consumidores. Em 2025, cerca de 79% dos inquiridos planeia participar nestas janelas promocionais, um valor que representa um aumento face a 2024.
Ainda assim, o crescimento está a assentar-se num comportamento mais estratégico e menos por impulso: os consumidores reportam maior uso de ferramentas de inteligência artificial para a comparação de produtos e busca de ofertas, planeiam com antecedência e são mais exigentes quanto à clareza e fiabilidade das promoções.
Antecedência, IA e valor definido como prioridades
De acordo com a análise, cerca de 60% dos consumidores começa a investigar ofertas já no mês de outubro ou no início de novembro, enquanto 28% diz que ainda espera pelo momento de promoção para comprar.
A adoção de inteligência artificial avança: 48% afirma que já usou ou planeia usar IA generativa para encontrar ofertas, comparar produtos ou investigar compras, um crescimento de nove pontos face ao ano anterior.
Quando questionados sobre que tipo de promoção consideram “boa”, cerca de 60% opta por um desconto claro de “-x% em tudo”, sendo esse o tipo de oferta preferido, acima de mecânicas mais complexas ou gamificadas.
Cautela económica combina-se com indulgência consciente
Apesar da persistente incerteza económica — 81% dos consumidores manifestou preocupação com aumentos de preços em bens essenciais e 71% com tarifas e taxas —, muitos revelam vontade de gastar mais em bens discricionários. 44% planeiaminvestir em artigos de maior valor, face a 2024. O estudo destaca o paradoxo de uma população simultaneamente cautelosa e propensa a “prémios” pessoais nas compras.
Para marcas e retalhistas, o relatório sugere iniciar campanhas e comunicação antes da fase de pico para ganhar atenção e preferência; otimizar dados de produto, conteúdo e presença para que os agentes de IA recomendem produtos, visto que o consumidor já interage com chatbots e assistentes; evitar mecânicas complexas e equilibrar valor e experiência, oferecendo tanto soluções de poupança quanto experiências de consumo de valor acrescido para satisfazer a indulgência consciente.



