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A multinacional francesa L’Oréal atingiu vendas de 22,47 mil milhões de euros no primeiro semestre de 2025, representando um crescimento de 3% em termos comparáveis e de 1,6% em valores reportados, apesar do impacto negativo das flutuações cambiais, que reduziram 1,9% ao desempenho global.
A empresa registou uma aceleração no crescimento entre o primeiro e o segundo trimestre, beneficiando da recuperação na China continental, da força dos mercados emergentes e dos primeiros sinais de retoma na América do Norte. As vendas foram impulsionadas tanto pelo volume como pelo valor.
A margem operacional situou-se nos 21,1%, refletindo um aumento de 30 pontos base em relação ao mesmo período do ano anterior. Todas as divisões da L’Oréal reportaram margens acima dos 22%, evidenciando um desempenho operacional robusto e equilibrado entre segmentos.
O lucro líquido, excluindo itens não recorrentes, atingiu os 3.783 milhões de euros, um aumento modesto de 1,0% face a 2024. O lucro por ação subiu 1,2%, fixando-se em 7,07 euros.
Destaques por divisão
A divisão de produtos profissionais registou um crescimento de 6,5% em termos comparáveis, com a marca Kérastase a manter-se como a principal impulsionadora. A aquisição da Color Wow reforçou a liderança da L’Oréal no segmento de cuidados capilares premium.
Na área de produtos de grande consumo, o crescimento foi de 2,8%, dinamizado por inovações como os Garnier Pimple Patch, Revitalift Laser e a nova gama Paradise Big Deal da L’Oréal Paris. As regiões da América Latina e da Índia registaram desempenhos especialmente fortes nesta divisão.
A divisão L’Oréal Luxe registou um crescimento de 2%, com destaque para as fragrâncias Libre, da Yves Saint Laurent, e Paradoxe, da Prada. A expansão contínua de marcas premium como Aesop e Medik8 (recentemente adquirida) também contribuiu para o desempenho positivo.
Já a área de beleza dermatológica registou um crescimento de 3,1%. Marcas como La Roche-Posay, SkinCeuticals e CeraVe lideraram as vendas, num contexto de comparação exigente devido ao calendário de lançamentos de protetores solares em 2024. A inovação e o canal online compensaram esse efeito.
Panorama regional
Na Europa, a L’Oréal cresceu 3,4%, com desempenhos destacados nos clusters Espanha-Portugal e DACH. As marcas NYX e Garnier continuam a crescer acima da média do mercado. Na América do Norte, o crescimento foi mais modesto, com 2%, mas com sinais claros de recuperação, nomeadamente em cuidados capilares com a L’Oréal Paris e em maquilhagem com a Maybelline.
A Ásia do Norte registou uma ligeira contração de 1,1% em base comparável, ainda assim beneficiando de uma recuperação assinalável na China, onde o segundo trimestre cresceu 3%. A força das marcas de luxo e de beleza dermatológica permitiu mitigar o impacto das dificuldades no Japão e Hong Kong.
Na região SAPMENA–SSA (sul da Ásia, Pacífico, Médio Oriente, morte de África e África Subsariana), o crescimento foi expressivo, atingindo os 10,4% em termos comparáveis, com especial destaque para os mercados da Índia, do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) e do sudeste asiático. A performance foi impulsionada pelas vendas online e pelo segmento das fragrâncias.
A América Latina registou também um crescimento robusto de 10,3% em base comparável, com os mercados do México, Brasil e Chile a liderarem. Os cuidados capilares e as fragrâncias mantiveram-se como os segmentos mais dinâmicos da região.
Perspetivas para o segundo semestre
Para o segundo semestre de 2025, a L’Oréal antecipa um reforço do crescimento sustentado por lançamentos estratégicos, como o novo perfume da Prada e o primeiro da Miu Miu. A empresa aposta numa aceleração adicional nos mercados emergentes, na recuperação da China e da América do Norte, e numa forte dinâmica de inovação digital e sustentabilidade.
O CEO da L’Oréal, Nicolas Hieronimus, afirma que “a aceleração do crescimento, apoiada pelo sucesso inicial do Beauty Stimulus Plan, será ainda mais forte com os próximos lançamentos. Estou confiante de que continuaremos a superar o mercado global de beleza e a aumentar a nossa rentabilidade”.
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