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A China anunciou a imposição de um novo imposto aduaneiro provisório de 35% sobre o brandy proveniente da União Europeia, numa decisão que agrava a tensão comercial entre Pequim e Bruxelas e que atinge diretamente um dos símbolos do comércio alimentar europeu.
A medida, que afeta principalmente os produtores franceses, surge como retaliação à investigação da Comissão Europeia sobre os subsídios chineses a veículos elétricos e é vista como um contra-ataque direcionado ao coração económico e simbólico da Europa.
Esta nova tarifa surge num momento delicado, quando pareciam existir sinais de aproximação entre as duas potências económicas. Segundo fontes diplomáticas, a decisão poderá comprometer os esforços de diálogo, sobretudo porque o sector do brandy representa não apenas uma importante fatia das exportações agroalimentares europeias, mas também um ativo estratégico na construção de imagem e reputação dos produtos de origem da União Europeia.
Imposto provisório poderá tornar-se definitivo
A medida afeta, em particular, as casas produtoras francesas que lideram as exportações de brandy e conhaque para o mercado chinês — um mercado em crescimento e com forte valorização por produtos premium europeus. O imposto de 35% foi imposto a título provisório, mas a decisão poderá tornar-se permanente após a conclusão do processo de investigação antidumping que Pequim está a conduzir contra os produtores europeus.
Para a União Europeia, este movimento levanta sérias preocupações quanto ao princípio de reciprocidade e à escalada de tensões comerciais com implicações para o sector agroalimentar. A Comissão Europeia declarou estar a acompanhar a situação de perto, sublinhando a importância de manter abertos os canais de diálogo e de evitar medidas unilaterais que prejudiquem os interesses mútuos.
O sector europeu das bebidas espirituosas teme agora um efeito de arrastamento que possa afetar outras categorias de produtos com forte presença na China, como os vinhos, que já enfrentam obstáculos tarifários em mercados estratégicos. A ofensiva da China sobre o brandy é, para muitos analistas, um sinal claro de que o país está disposto a responder de forma seletiva e simbólica sempre que sentir ameaçada a sua posição no comércio global.
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