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Jerónimo Martins cresce 3,8% no 1.º trimestre de 2025 e reforça estratégia de expansão internacional

Jerónimo Martins

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Apesar da ausência da Páscoa no primeiro trimestre e de um contexto macroeconómico instável, o Grupo Jerónimo Martins apresentou resultados sólidos entre janeiro e março, com as vendas consolidadas a crescerem 3,8%, para 8.377 milhões de euros.

O desempenho do grupo foi impulsionado por uma gestão disciplinada dos custos e pelo reforço da proposta de valor das suas insígnias, num ambiente marcado pela sensibilidade ao preço e pela contenção do consumo.

Neste ambiente de contenção, todas as nossas companhias trabalharam com disciplina para gerir a pressão sobre as margens que decorre da subida dos custos com pessoal, na sequência do aumento dos salários mínimos em cada país, num momento em que a inflação nos cabazes permanece baixa”, afirmou Pedro Soares dos Santos, presidente e administrador-delegado do grupo.

O EBITDA cresceu na mesma proporção das vendas (3,8%), situando-se nos 528 milhões de euros, com a margem operacional a manter-se estável nos 6,3%. O resultado líquido atribuível ao grupo foi de 127 milhões de euros, uma melhoria de 31,4% face ao período homólogo, que tinha sido impactado negativamente por uma dotação extraordinária de 40 milhões de euros para a criação da Fundação Jerónimo Martins. Excluindo itens não recorrentes, o resultado líquido ajustado recuou 6,1%, refletindo o maior esforço financeiro e operacional no atual contexto.

 

Portugal: consumo focado em preço e promoções

Em Portugal, o consumo manteve-se marcado pela sensibilidade ao preço e pela elevada atividade promocional, num contexto de inflação alimentar moderada (1,5%). O Pingo Doce, beneficiando do novo conceito All About Food, viu as suas vendas subirem 2,8% (1,1% numa base comparável, excluindo combustível), num total de 1.200 milhões de euros. Foi inaugurada uma nova loja e remodeladas 13 localizações.

Já o Recheio, a operar num canal Horeca ainda sujeito a alguma pressão, registou um ligeiro recuo nas vendas de 0,4%, com um like-for-like (LFL) de -0,5%. O EBITDA da operação portuguesa cifrou-se nos 78 milhões de euros, uma ligeira descida face ao ano anterior, penalizado pela atualização do salário mínimo em 6,1%, o que pressionou a margem operacional para 5,2%.

 

Biedronka estreia-se na Eslováquia e reforça posição

A Biedronka, cadeia de retalho alimentar líder na Polónia, assinalou o seu 30.º aniversário com a abertura de 56 novas lojas, incluindo as primeiras quatro localizações na Eslováquia, marcando a entrada oficial neste novo mercado, e um novo centro de distribuição. As vendas subiram 3,4% em euros para 5.946 milhões, apesar de um recuo de 3,5% numa base comparável(LFL), influenciado por uma base de comparação muito exigente e por efeitos de calendário desfavoráveis.

A margem EBITDA da Biedronka manteve-se nos 7,7%, beneficiando de um mix de vendas favorável e de uma forte disciplina de custos, que permitiram absorver o impacto da subida de 9,2% do salário mínimo na Polónia no início do ano.

A Hebe, insígnia de saúde e beleza, registou um crescimento de 11,9% nas vendas em euros, para 145 milhões, mas viu o EBITDA cair 57%, penalizada pelo reforço das promoções e da deflação interna no sector.

 

Ara acelera crescimento e prepara integração de 70 novas lojas

A operação colombiana da Ara registou um crescimento robusto de 13% em moeda local (9,1% em euros), totalizando 775 milhões de euros em vendas. O LFL foi positivo (3%) e a margem EBITDA subiu de 2,5% para 3,5%, graças a melhorias operacionais implementadas ao longo de 2024.

A Ara abriu nove novas lojas e um centro de distribuição, preparando-se para a integração de cerca de 70 localizações anteriormente operadas pela Colsubsidio. A rede contava, no final de março, com 1.447 lojas.

 

Investimento e dividendos

O investimento total no trimestre ascendeu a 267 milhões de euros, com maior expressão na Biedronka (146 milhões de euros) e nas operações em Portugal (48 milhões de euros). O cash flow foi negativo em 398 milhões de euros, reflexo da habitual sazonalidade do capital circulante no pós-Natal e da ausência da Páscoa neste trimestre.

A assembleia geral de acionistas aprovou a distribuição de um dividendo de 0,59 euros por ação, totalizando 370,8 milhões de euros, com pagamento previsto para 15 de maio. Foi igualmente aprovada uma nova dotação de 40 milhões de euros para a Fundação Jerónimo Martins, que será reconhecida como custo no segundo trimestre.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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