No momento da compra, a origem do produto ainda é um critério de compra importante (seja local, nacional ou europeu) para um em cada quatro consumidores. Já a sustentabilidade ambiental não aparece como critério prioritário, nem o facto da produção ocorrer ao ar livre ou em estufas.
Este é o resultado do inquérito “CuTE” apresentado pela FruitVegetablesEUROPE, realizado no âmbito do programa de promoção da União Europeia, CuTE – Cultivando o sabor da Europa. Trata-se do primeiro relatório de sensibilização sobre os métodos de produção de frutas e vegetais na União Europeia e foi desenvolvido para obter mais informações sobre os hábitos de consumo dos cidadãos europeus e assegurar um contacto mais próximo com os consumidores.
O critério origem europeia é importante para mais pessoas, do que no ano passado, pois indica um apoio aos produtores locais e é uma garantia em termos de segurança do produto. Quatro em cada 10 cidadãos compram frutas e legumes europeus sempre que podem e outros quatro têm em conta a origem, entre outros critérios.
Da mesma forma, a origem europeia é mais relevante na compra de frutas e vegetais (76%) em comparação a 2019 (73%).
Em termos de segmentos populacionais, as mulheres, os pais e as pessoas com mais de 55 anos mostram uma maior preferência pelos produtos europeus.
Produtos cultivados em estufa
A perceção dos produtos cultivados em estufa melhorou no último ano, destacando-se a sua segurança, efeitos positivos para a saúde e preços acessíveis. Os consumidores que se opõem ao cultivo em estufas argumentam que este altera o sabor e os nutrientes, além de ter um impacto negativo no meio ambiente.
Neste contexto, aumentou a confiança nos métodos de produção agrícola europeus, bem como nos produtos agrícolas em estufa. Quando questionados sobre os métodos de produção, verifica-se que a maioria dos consumidores não tem uma opinião sobre a produção em estufas (58%). Além disso, 45% dos entrevistados não confia em todos os métodos e 10% não confia em nenhum deles.
As principais preocupações apontam para o uso de organismos geneticamente modificados (OGM) e o impacto ambiental de alguns métodos de produção.
Além disso, o estudo destaca o consumo mais frequente de frutas do que de vegetais, segundo 5.004 entrevistados. O consumo diário de frutas é generalizado para 62% da população, assim como o consumo diário de vegetais, que chega a 57% (face a, respetivamente, 57% e 49% no ano passado).
Em 2020, os critérios de compra de frutas e vegetais selecionados pela população dos cinco países pesquisados permaneceram inalterados em relação a 2019, sendo os mais relevantes a qualidade do produto (57%), o preço (38%) e a sazonalidade (33%).
FruitVegetablesEUROPE
Tendo em conta a falta de dados disponíveis a nível da União Europeia, a FruitVegetablesEUROPE, em estreita colaboração com o organismo de avaliação do programa (Adelante K&D), está a desenvolver um estudo europeu sobre a percepção e conhecimento dos consumidores europeus sobre os métodos de produção de frutas e vegetais da União Europeia.
O estudo abrange cinco países (França, Alemanha, Grécia, Polónia e Espanha) ao longo de um período de três anos (2019-2021).
Em 2019, foi lançada a primeira vaga de pesquisa, atingindo mil pessoas por país, com foco especial nos pais jovens.
Os resultados para 2020 correspondem à implementação do segundo ano do programa e servem como uma etapa intermédia para a realização do estudo final, que será publicado no término de 2021.