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A 7-Eleven anunciou uma mudança histórica na sua liderança, nomeando Stephen Dacus como o seu primeiro CEO não japonês.
A decisão ocorre num momento crucial para o grupo, que enfrenta desafios significativos, incluindo a proposta de aquisição de 47 mil milhões de dólares (cerca de cerca de 43,1 mil milhões de euros) apresentada pela canadiana Alimentation Couche-Tard.
Em resposta, a 7-Eleven revelou um ambicioso plano de transformação, com o objetivo de fortalecer a sua posição no sector do retalho de conveniência.
Mudança de liderança
O grupo japonês, que opera cerca de 85 mil lojas em Japão, Estados Unidos e sudeste asiático,
viu-se obrigado a reagir à estagnação do seu crescimento e à crescente pressão de aquisições estrangeiras. A nomeação de Stephen Dacus como novo CEO é um marco na história da empresa, sendo a primeira vez que um estrangeiro assume o comando da 7-Eleven.
O gestor tem um profundo conhecimento do mercado japonês, tendo sido CEO da Walmart Japão, entre 2011 e 2015, e atuado em diversas empresas nipónicas, incluindo a Sushiro Global Holdings.
Foco na conveniência
Para responder aos desafios do mercado e preservar a sua autonomia, a 7-Eleven anunciou um plano de transformação que inclui a venda do negócio de lojas de grande formato, por 5,37 mil milhões de dólares (cerca de 4,93 mil milhões de euros). Esta decisão visa concentrar-se exclusivamente no retalho de conveniência, onde a 7-Eleven tem uma forte presença e um modelo de negócio consolidado.
A empresa também planeia reduzir a sua divisão bancária e abrir capital na Bolsa norte-americana, aumentando a liquidez e atraindo novos investidores.
Como parte do plano de fortalecimento, a 7-Eleven anunciou um programa de recompra de ações no valor de dois biliões de yuan (cerca de 2,3 mil milhões de euros), uma estratégia para valorizar o ativo da empresa e manter o controlo sob a sua gestão.
Impacto da possível aquisição pela Couche-Tard
A decisão de reformular a empresa também surge em resposta à oferta de compra por parte da Alimentation Couche-Tard. Esta empresa, que tentou adquirir o Carrefour em 2021, procura consolidar-se como líder global em lojas de conveniência. Caso a aquisição seja concretizada, a fusão da Couche-Tard com a 7-Eleven resultará no maior grupo de lojas de conveniência do mundo.
A tentativa de aquisição da 7-Eleven já enfrentou desafios. A família fundadora da empresa retirou uma proposta anterior de 58 mil milhões de dólares (cerca de 53,2 mil milhões de euros) devido a dificuldades de financiamento. Agora, a companhia procura reforçar a sua independência e aumentar o seu valor de mercado para resistir a novas investidas de compra.