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5 principais tendências a serem observadas em 2017

Com o retalho a passar por um período de mudanças sem precedentes, a equipa global de analistas do Planet Retail enumerou as cinco tendências-chave que terão o impacto mais significativo no retalho globalmente, no seu “Relatório Global de Tendências e Previsões para 2017”.

1 – Escala é necessária para vencer no retalho online
O e-commerce está definido para se tornar um negócio cada vez mais global e um em que é provável ver uma consolidação crescente. No futuro, esperamos que haja menos grandes operadores no espaço de retalho online. Já se começam a ver sinais dessa mudança com a Walmart a adquirir a Jet.com nos Estados Unidos da América, em setembro de 2016. Além disso, à medida que os “players” se tornam maiores, as barreiras à entrada de novos concorrentes serão também acrescidas, o que só vai jogar a favor dos operadores  de escala.

A observar em 2017 está a entrada sa Amazon Fresh em novos mercados, a expansão do O2O e, em particular, da Alibaba, a  concentração de grandes “players” online, operadores que se retiram de mercados nos quais não conseguem atingir escala online e a sobrevivência a longo prazo dos “players” menores, que é posta em causa.

O que fazer agora? Segundo o Planet Retail, deve-se concentrar em mercados 3P para o crescimento da marca e trabalhar de forma a se diferenciar  da concorrência, através da condução de canais regionais de redes sociais.

Para lá de 2017, o crescimento online aumentará ainda mais dramaticamente nos mercados emergentes. Existem grandes oportunidades para as empresas que se deslocarem antecipadamente para mercados como o sudeste asiático e a América Latina.

2 – Proliferação e aprofundamento das alianças
À medida que a pressão cresce para os grandes retalhistas manterem os preços baixos (compreensivelmente, considerando o ambiente macro resistente em alguns mercados), os operadores buscarão cada vez mais as economias de escala. Isso resultará num aumento de alianças adicionais e no aprofundamento da integração das alianças já existentes, o que inclui tanto os grupos de compras quanto as alianças mais informais ou parcerias de retalho.

Esta integração aprofundada incluirá desde o desenvolvimento combinado de marcas próprias e campanhas de marketing conjuntas, até o uso de lojas e/ou plataformas de terceiros como rotas adicionais para o mercado. Esse processo já está em andamento até certo ponto, como testemunham as vendas de  produtos de marca própria do Carrefour  nos hipermercados da Cora.  “Players” online e offline também irão juntar forças para permitir rotas adicionais para o mercado, como sucede com a Morrisons e  aAmazon no Reino Unido.

A observar em 2017 está a extensão potencial da aliança de compras entre Metro e Auchan para mercados adicionais, o fortalecimento da aliança de compras entre o Leclerc e a Rewe, a Eurelec, e um maior escrutínio regulatório sobre este tipo de parcerias.

O que fazer agora? Maximizar a eficiência dentro dos sistemas para compensar possíveis perdas nas negociações dos contratos. Os fornecedores de marcas próprias devem estar atentos às oportunidades de volume, à medida que as alianças dos retalhistas se fortalecem.

Para lá de 2017, há que estar preparado para mudanças nas estruturas de grupos/alianças de compra, uma vez que um ambiente de retalho dinâmico cria novas mudanças e os acordos potencialmente assumem uma natureza mais transfronteiriça.

3 – A busca por automação e eficiência
Com os custos salariais a aumentarem nos mercados emergentes, à medida que as economias progridem, ao lado do aumento dos níveis de salário mínimo em alguns mercados desenvolvidos, as novas tecnologias para melhorar a eficiência das lojas tornar-se-ão altamente valorizadas pelos retalhistas. A procura será exacerbada pela estagnação económica nos mercados ocidentais, o que implica o crescimento do desconto, portanto, exercendo pressão sobre os preços, algo que já afeta as margens do retalhista.

A pressão significará uma adoção mais ampla de tecnologias que reduzem a necessidade de pessoal de loja. Espera-se que os retalhistas adotem auto-checkouts, experimente lojas sem checkout e testem o reabastecimento robótico, etiquetas eletrónicas mas prateleiras e supermercados sem dinheiro, entre outras inovações. 2017 será um ano em que a eficiência estará no centro das atenções, à medida que as margens se tornam cada vez mais evasivas.

A observar em 2017 está o lançamento da loja Amazon Go, um maior uso da robótica, uma pressão adicional sobre os custos com os funcionários e a redução do número de colaboradores em alguns retalhistas, uma maior implantação de tecnologia nas operações back-end,  consumidores cada vez mais incentivados a assumir a responsabilidade por certas partes da experiência  de compras, via self checkout, por exemplo.

O que fazer agora? Fornecedores e fabricantes devem assegurar que estão tão estreitamente alinhados quanto possível com os avanços tecnológicos.

Para  lá de 2017,  os sistemas “à prova de futuro” dão a agilidade necessária e uma resposta rápida a uma variedade de requisitos diferentes em todos os formatos de retalho.

4 – Big Data atinge um ponto de inflexão
Até agora, só vimos a ponta do iceberg em termos de Big Data. No futuro, as oportunidades crescentes para os retalhistas recolherem dados, juntamente com sistemas de deteção da procura mais inteligentes transformarão muitas partes do sector de retalho, com a saúde e o bem-estar na vanguarda dessa tendência. Esta tecnologia permitirá aos retalhistas maior capacidade de direcionar as comunicações de marketing de forma eficaz. Os operadores poderão orientar promoções específicas para os clientes com base na sua idade, doenças ou outras preferências, por exemplo. Já existem aplicações disponíveis que permitem às populações envelhecidas monitorizar a sua própria saúde: a Apple, por exemplo, com o CareKit, que foi lançado em abril de 2016. Investimentos recentes em voz e assistentes digitais e móveis irão combinar-se com o crescente uso do telemóvel na loja para fornecer uma potencial riqueza de “insights” do comprador.

A observar em 2017 está a propagação da tecnologia de assistente pessoal da Amazon , Alexa, para outros dispositivos que não os da empresa, o crescimento na utilização do Big Data e da inteligência artificial, algoritmos mais inteligentes e “machine learning” que revelam novas oportunidades para os retalhistas impulsionarem as vendas, além de um maior foco na adaptação do marketing às necessidades individuais dos consumidores.

O que fazer agora? De acordo com o Planet retail, há que combinar os investimentos de otimização das lojas com aqueles que também aprimoram a jornada de compras digital para fornecer uma visão unificada do comprador e alinhar melhor a cadeia de abastecimento e os custos de mão-de-obra.

Para lá de 2017, dever-se-á explorar esta visão unificada dos clientes para identificar novas oportunidades de produto, serviço e modelo de negócios, a par de uma visão em tempo real das vendas e inventário, usando tecnologias de rastreamento para otimizar os processos.

5 – Diversificação 
A estagnação económica, particularmente na Europa, permitirá que os discounters ganhem participação e aumentem os seus negócios. 2017 também verá os operadores de discount a diversificar os seus modelos de retalho online (Aldi e Lidl estão ambos a mover-se nesta direção), juntamente com pequenas lojas de rua.

Esta diversificação, no entanto, não está apenas a ocorrer no discount. De acordo com a pesquisa da Planet Retail, o número médio de insígnias operadas pelos retalhistas  aumentará para 4,78 em 2021, ante os 4,47 em 2016 e 4,15 em 2011.

A observar em 2017 está a aproximação do Lidl do modelo de conveniência com o Lidl Express, em Berlim, as próximas etapas na implantação da Kaufland, o desenvolvimento do modelo de e-commerce da Walmart, o rápido desenvolvimento do ClickList da Kroger e o aumento do número de insígnias operadas por retalhistas globais.

O que fazer agora? Otimizar as equipas de vendas e rever as capacidades para cada formato (por exemplo, cadeia de abastecimento, sortido, preços etc.).

Para  lá de 2017, a tecnologia é suscetível de ter um impacto crescente sobre os produtos e as embalagens, especialmente no espaço online. Dever-se-á monitorizar os canais de crescimento mais rápido para garantir o melhor ROI em torno da inovação. 

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