A Savills, juntamente com a Workthere, prevê que 20% do stock de escritórios na Europa se torne flexível durante os próximos 10 anos. Contudo, esta previsão irá variar significativamente em função da localização e da cultura de trabalho, à medida que a definição de espaços flexíveis também evolui.
A procura de espaços de escritórios flexíveis na Europa atingiu 193 mil metros quadrados, durante o primeiro semestre, em linha com os níveis registados nos anos completos de 2020 e 2021, de acordo com as últimas análises de Savills. Amesterdão, Paris CBD e Lisboa têm sido os mercados mais ativos, ao longo dos últimos 18 meses. A procura de escritórios considerados flexíveis representou 5% da ocupação global em todas as cidades europeias, durante o primeiro semestre, contra 3% durante a pandemia, e mantém-se numa trajetória de recuperação gradual até aos 8% a 9% observados antes do período pandémico. Ed Bouterse, Head of Workthere Europe, refere que “a recuperação do segmento de espaços de escritórios flexíveis tem sido mais visível devido ao aumento dos níveis de ocupação. De acordo com o nosso mais recente relatório Flexmark, as taxas de ocupação voltaram aos níveis pré-pandémicos, registando um valor superior a 80% nos escritórios privados e mais de 65% em espaços partilhados”.
Futuro
Mike Barnes, Associate Director da Savills European Research, sublinha que olhando para o futuro, se os níveis de contratação por parte dos empregadores diminuírem e as taxas de desemprego aumentarem, isto pode reduzir o espaço de escritório necessário. “No entanto, a incerteza económica irá impulsionar a procura de modelos de arrendamento mais flexíveis, assim como uma mudança em termos da qualidade de ‘amenities’, sendo que, uma gama cada vez maior de modelos de trabalho, irá apoiar uma maior procura por espaço designado como flexível. A par do aumento do custo e também do prazo de ‘fit-out’ dos espaços, prevemos que a ocupação de escritórios flexíveis representará 5% da ocupação de escritórios europeus em 2023, 6% em 2024 e será responsável por 20% do stock de escritórios a longo prazo“.
Lisboa
Entre 2021 e a primeira metade de 2022, os espaços flexíveis foram responsáveis por aproximadamente 8% do volume de absorção no mercado de Lisboa.
Frederico Leitão de Sousa, Head of Corporate Solutions da Savills Portugal, sublinha que “a capital portuguesa continua a ser um destino que tem sentido uma crescente procura por espaços flexíveis, essencialmente derivado por empresas internacionais que pretendem estabelecer-se no mercado de Lisboa em timings muito reduzidos, procurando espaços ‘plug & play’, mas também pela atração dos nómadas digitais”.