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Volatilidade das taxas de câmbio ameaça risco de incumprimento das empresas turcas

empresas

A recuperação económica da Turquia deteriorou-se, de forma brusca, em 2020. As medidas de confinamento tiveram um grave impacto, tanto na procura interna como na procura externa, o que resultará numa provável contração do PIB de 5,1% até final do ano.

Nos próximos meses, a deterioração do risco de crédito e do rendimento das empresas em alguns dos sectores-chave vai acelerar devido à profunda recessão. A Crédito y Caución prevê para este ano um aumento considerável dos atrasos nos pagamentos e das insolvências na Turquia.

O Banco Central reduziu a taxa de juro de referência para 8,25%, valor ainda inferior à taxa de inflação, de modo a estimular a economia com empréstimos baratos. Contudo, dado que as taxas reais continuam negativas, mantém-se a preocupação de que novos cortes importantes nas taxas de juros possam desencadear outro ciclo de inflação e de desvalorização da moeda.

Taxas de câmbio

A volatilidade das taxas de câmbio constitui um dos riscos mais importantes para a economia turca. A saída de capitais dos mercados emergentes no primeiro trimestre deste ano provocou uma forte depreciação da lira. Espera-se que em 2020 o défice orçamental aumente até 5,5% do PIB devido aos estímulos económicos da Administração turca e que o nível de dívida pública aumente até 40,5% do PIB. Embora o nível da dívida continue baixo, em comparação com os padrões internacionais, é vulnerável ao risco da taxa de câmbio já que quase metade da dívida está denominada em moeda estrangeira.

Uma maior desvalorização da lira aumentaria a pressão sobre um sector empresarial altamente endividado. O nível da dívida externa, que na sua maior parte está em mãos de bancos e empresas privadas, aumentará para mais de 200% das exportações de bens e serviços em 2020. As empresas na Turquia, em particular as de sectores como energia, materiais de construção, aço, companhias aéreas ou produtos químicos, obtiveram numerosos empréstimos em moeda estrangeira. Algumas empresas reestruturaram a sua dívida, mas os passivos continuam a ser elevados e sensíveis ao risco das taxas de juro, de refinanciamento e das taxas de câmbio. Muitas empresas pagam taxas de juros elevadas pelos empréstimos e enfrentam o impacto da desvalorização da moeda local.

Falências

A Crédito y Caución prevê que um aumento das falências, especialmente nos sectores da construção e dos materiais de construção que já sofreram em 2019 devido ao excesso de capacidade, ao elevado endividamento e à escassa liquidez.

O sector automóvel, muito orientado para a exportação, regista uma sensível diminuição da produção. Como consequência da deterioração destes sectores, as suas indústrias fornecedoras, como maquinaria, metalurgia e aço, vão registar também um elevado nível de insolvências em 2020.

O sector de bens de consumo duradouro vê-se afetado pelo encerramento de empresas, pela diminuição do sentimento dos consumidores, pela desvalorização da moeda e pelo aumento do desemprego.

No sector têxtil, o excesso de capacidade está a estrangular a liquidez dos produtores e dos retalhistas. Também o sector das TIC está exposto a um aumento do risco de crédito devido à subida dos preços das importações e à deterioração da procura interna.

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