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A venda de alimentos à base de plantas em Portugal, de acordo com um novo relatório, aumentou 20% nos últimos dois anos, atingindo, em 2022,o recorde de 64,7 milhões de euros. O Good Food Institute Europe (GFI Europe), um instituto internacional sem fins lucrativos, após analisar os dados da empresa NielsenIQ, revela que o sector de alimentos de origem vegetal em Portugal cresceu 7% desde o ano passado.
As vendas em número de unidades de carne à base de plantas aumentaram 67%, entre 2020 e 2022. A inflação teve, em 2022, um impacto menor no preço da carne vegetal, que aumentou 6%, do que no preço da carne convencional pré-embalada, que subiu 12%.
O relatório sugere que alguns consumidores portugueses estão a substituir o leite convencional por leite à base de plantas, uma vez que o aumento em 12% das vendas em número de unidades correspondeu a uma queda nas vendas de leite convencional.
A oferta de leite à base de plantas, que representa hoje 10% do mercado global de leite do país, também sofreu um impacto menor com a inflação, com uma subida de preços em 2%, durante ano passado, em comparação com um aumento de 25% no preço do leite convencional.
O queijo vegetal, cuja venda de número de unidades aumentou 114%, entre 2020 e 2022, teve um aumento de preço de 2% no ano passado, enquanto que os preços do queijo convencional aumentaram 12% no mesmo período.
As vendas de iogurtes vegetais aumentaram 51%, entre 2020 e 2022, e os preços destes produtos diminuíram 4% no ano passado. No entanto, os preços dos iogurtes convencionais aumentaram 4%.
Relatório
Os números apresentados fazem parte da análise de dados do GFI Europe de 13 países europeus, que indicam que as vendas de alimentos vegetais aumentaram, em média, 22% desde 2020, atingindo um valor agregado de 5,7 mil milhões de euros.
Carlotte Lucas, gestor sénior para relações corporativas da GFI Europe, indica que“esses números revelam um mercado enorme e em rápido crescimento para alimentos à base de plantas em Portugal e mostram que as empresas precisam de continuar a desenvolver produtos novos e melhores para dar resposta à procura. O Governo também deve investir em investigação e desenvolvimento do sector para ajudar a reduzir os preços e melhorar a qualidade dos produtos, para que cada vez mais consumidores possam fazer escolhas sustentáveis”.