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A Unilever concluiu a venda da marca de alternativas à carne The Vegetarian Butcher à também holandesa Vivera, que espera formar uma “combinação poderosa” entre as duas insígnias e consolidar a sua presença no mercado europeu.
A decisão da multinacional anglo-holandesa surge na sequência da sua estratégia de foco em marcas core, numa altura em que o mercado de substitutos da carne enfrenta maior concorrência e arrefecimento da procura.
De startup à expansão global
Fundada em 2010, a The Vegetarian Butcher ganhou notoriedade pela inovação no desenvolvimento de substitutos vegetais da carne. Desde que foi adquirida pela Unilever, em 2018, a marca conheceu uma expansão significativa, estando atualmente presente em 55 países, com forte presença tanto no retalho como na restauração (incluindo restaurantes de serviço rápido e food service).
Apesar desse crescimento, a Unilever começou a recuar no segmento, apontando mudanças no comportamento dos consumidores e desafios na rentabilidade como razões para abandonar esta categoria.
A nova proprietária, a Vivera, é um dos principais produtores europeus de produtos à base de plantas, com presença em mais de 32 mil supermercados em 25 países. A empresa foi adquirida, em 2021, pela brasileira JBS, uma das maiores processadoras de carne do mundo, que tem vindo a diversificar o seu portefólio através de investimentos em alternativas vegetais.
Segundo a Vivera, a integração da The Vegetarian Butcher permitirá combinar um vasto portefólio de produtos e canais de distribuição complementares, fortalecendo a competitividade do grupo no segmento plant-based. A Vivera já opera com uma ampla gama de marcas suas e produtos com marca de retalhistas, enquanto a The Vegetarian Butcher é particularmente forte na distribuição em food service.
Mudança estratégica da Unilever
A venda insere-se na nova estratégia da Unilever, que pretende concentrar os seus recursos em marcas com maior retorno e escala global. A multinacional está a reestruturar o seu portefólio, o que inclui a separação da divisão de gelados, agora renomeada como The Magnum Ice Cream Company. Esta nova unidade, que integra marcas como Magnum, Ben & Jerry’s e Cornetto, deverá entrar em bolsa até ao final de 2025.
Segundo a empresa, o negócio dos gelados é “demasiado complexo e oneroso” para continuar integrado no portefólio global, sendo esta cisão vista como uma forma de criar mais valor para os acionistas.
Tendência ou revolução?
Na mesma altura em que a Unilever e revê a sua estratégia no segmento plant-based, a Grande Consumo analisa o estado atual e o futuro dos alimentos de base vegetal em Portugal. Na edição 91, descubra o que pensam retalhistas como Continente e Auchan e marcas como Nestlé, Bel, Iglo ou Izidoro sobre a maturidade, os desafios e as oportunidades deste mercado.