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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor uma tarifa de 17% sobre os alimentos importados da União Europeia, relançando as tensões comerciais transatlânticas.
A medida surge como resposta direta às políticas industriais e ambientais europeias, que a administração norte-americana considera discriminatórias face aos interesses económicos dos Estados Unidos.
A tarifa, que ainda não foi formalizada, mas está em preparação pela Casa Branca, deverá atingir produtos alimentares de alto valor como azeite, vinho, queijos, pastelaria, confeitaria e lacticínios — categorias onde a Europa tem forte presença nos Estados Unidos. Países como França, Espanha, Itália, Grécia e Portugal poderão estar entre os mais afetados, devido à elevada dependência destas exportações.
“Corrigir desequilíbrios”
A medida insere-se numa estratégia protecionista mais ampla, em linha com a doutrina económica de Trump, que pretende “corrigir desequilíbrios” no comércio internacional e reforçar a soberania económica norte-americana.
Bruxelas já expressou preocupação, alertando para o impacto potencial no sector agroalimentar europeu, cuja competitividade poderá ser severamente afetada com a aplicação de tarifas adicionais. Para muitos operadores, uma tarifa de 17% comprometeria seriamente o acesso ao mercado norte-americano e colocaria em causa milhares de postos de trabalho na Europa.
Esta não é a primeira vez que Donald Trump utiliza tarifas como arma de negociação com a União Europeia. Durante o seu primeiro mandato, impôs medidas semelhantes a produtos como o aço, o alumínio e certos bens agrícolas. A nova ofensiva, desta vez focada no sector alimentar, sinaliza uma intensificação da postura confrontacional de Washington, com consequências ainda incertas para o equilíbrio comercial entre os dois blocos.