A Swappie lançou um “white paper”, documento que oferece uma análise detalhada do estado atual do sector dos smartphones recondicionados na Europa, reforçando o seu compromisso com uma economia circular e sustentável.
Nesse sentido, o recondicionador identifica alguns desafios no mercado, bem como a sua visão para o futuro, centradas na circularidade.
Com o valor estimado do mercado de smartphones europeu a rondar os 100 mil milhões de euros, apenas 10% deste mercado é constituído por dispositivos recondicionados. A Swappie pretende aumentar substancialmente esta percentagem, promovendo os benefícios económicos e ambientais dos smartphones recondicionados.
O “white paper” da Swappie destaca também que a produção de novos smartphones é responsável por cerca de 85% da pegada de carbono total dos equipamentos, o que equivale a 80 quilogramas de emissões de CO₂ por unidade. Em contrapartida, a compra de um smartphone recondicionado pode reduzir estas emissões em 78%, contribuindo significativamente para a redução dos resíduos eletrónicos (“e-waste”) na Europa, que totalizaram 62 milhões de toneladas em 2022.
Jori Ahvonen, CTO da Swappie, destaca que o “white paper” reflete a missão da empresa de criar um futuro onde a tecnologia seja acessível e responsável em termos ambientais. “Como empresa dedicada à sustentabilidade, estamos comprometidos em liderar o mercado de eletrónicos recondicionados. Este documento reforça a necessidade de amplificar o movimento do Direito à Reparação, assegurando que os consumidores europeus tenham acesso a tecnologia acessível e sustentável. Ao tornarmos as reparações mais económicas através de políticas pró-reparação, podemos reduzir drasticamente o número de equipamentos descartados“.
Desafios
O documento também destaca vários desafios que o mercado de smartphones recondicionados enfrenta. Um dos principais é o ambiente competitivo, onde os fabricantes originais dominam o mercado ao controlarem o acesso a peças e manuais de reparação, dificultando a concorrência. A Swappie defende um acesso mais equitativo a esses recursos.
Outro obstáculo é a fiscalidade, que revela uma necessidade de melhorar a aplicação das regras do IVA marginal para evitar a fraude fiscal, especialmente em transações internacionais. Além disso, o sector ainda enfrenta uma escassez de mão-de-obra qualificada, sendo necessário reforçar programas de formação e implementar políticas de imigração estratégicas para suprimir esta lacuna.
Claire Darmon, diretora dos Assuntos Públicos da Swappie, sublinha que o Direito à Reparação é fundamental para reduzir o “e-waste” e promover uma economia circular. “O nosso ‘white paper’ oferece uma análise completa dos quadros técnicos e regulamentares necessários para um mercado justo e sustentável de dispositivos eletrónicos recondicionados na Europa. Advogamos por métricas de reparabilidade padronizadas e transparência nas reparações e pretendemos com isto capacitar os consumidores e fortalecer o ecossistema tecnológico sustentável“.
Luísa Vasconcelos e Sousa, country manager da Swappie em Portugal, reforça a importância de educar os consumidores. “A nossa prioridade é proporcionar tecnologia de alta qualidade e acessível que apoie um futuro sustentável. Este documento sublinha a necessidade de políticas pró-reparação e de educar os consumidores sobre as vantagens do recondicionados, incentivando-os a reciclar ou vender os seus smartphones antigos. Atualmente, apenas 25% dos telemóveis usados na Europa é reciclado ou revendido, deixando milhões com potencial de reutilização por aproveitar, pelo que, juntos, podemos reduzir o ‘e-waste’ e promover um uso mais responsável da tecnologia.”
Visão para o futuro
No que diz respeito à visão da Swappie para o futuro, esta foca-se nos princípios de circularidade, com iniciativas estratégicas que incluem tanto o design de produtos como a sua reparabilidade. Assim, a empresa defende a eliminação de práticas que dificultam a reparação, como o emparelhamento de peças, e promove a transparência na gestão e preços das peças sobressalentes, um fator crítico para o desempenho operacional do equipamento e para o custo do investimento em manutenção.