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A Sonae concluiu a venda das marcas de moda MO e Zippy ao consórcio formado por Francisco Pimentel, atual CEO da MO, e pelo Fundo Mercúrio, gerido pela Oxy Capital.
A operação, anunciada em maio e agora formalmente comunicada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), representa a desvinculação total do Grupo Sonae das duas insígnias de moda, ambas criadas internamente – a MO em 1995 e a Zippy em 2004.
Transação de 20 milhões, com impacto contabilístico negativo
O montante envolvido ascende a cerca de 20 milhões de euros, embora a Sonae assinale que a alienação das empresas resultou numa perda contabilística estatutária de aproximadamente 24 milhões de euros. Esta perda, sublinha o grupo, não tem impacto monetário direto, inserindo-se antes no contexto do reconhecimento contabilístico de imparidades.
A alienação foi efetuada pela Fashion Division, S.A., empresa do universo Sonae, e inclui as sociedades Modalfa – Comércio e Serviços, S.A. (MO) e Zippy – Comércio e Distribuição, S.A., bem como as respetivas subsidiárias.
A operação reforça a estratégia da Sonae de gestão ativa do portefólio, tendo como objetivo a criação de valor de longo prazo para os acionistas e, em simultâneo, assegurar a viabilidade e o crescimento independente das marcas alienadas.
A MO, orientada para vestuário acessível e familiar, conta atualmente com mais de 120 lojas em Portugal, enquanto a Zippy, especializada em moda infantil, está presente em mais de 40 países, através de lojas próprias e em regime de franchising.
Segundo a Sonae, ambas as marcas continuarão sob a liderança das respetivas equipas de gestão, sendo que Francisco Pimentel permanece como CEO da MO. A conclusão da transação estava inicialmente condicionada à aprovação da Autoridade da Concorrência, o que foi já ultrapassado.
MBO com reforço institucional
Esta operação configura um clássico MBO – Management Buy-Out, onde a liderança das próprias marcas assume o controlo acionista, neste caso com o apoio institucional do Fundo Mercúrio, gerido pela Oxy Capital. A assessoria jurídica da transação envolveu sociedades como a Morais Leitão e a PLMJ, do lado comprador.