As vendas consolidadas da Sonae aumentaram 5%, para os 1,7 mil milhões de euros, no primeiro trimestre. O resultado líquido totalizou 42 milhões de euros e o EBITDA cresceu 17%, para os 149 milhões de euros.
“O nosso desempenho consolidado, em conjunto com a nossa atividade de gestão do portfólio, geraram 627 milhões de euros de free cash flow, nos últimos 12 meses, permitindo uma redução significativa da dívida líquida de cerca de 600 milhões de euros. O nosso portfólio de investimentos valorizou, tendo valor líquido atingido 4,1 mil milhões de euros, 65 milhões de euros acima do valor registado no final de 2021. Estes resultados foram conseguidos num contexto muito desafiante, marcado pela invasão russa à Ucrânia. Apesar da Sonae não estar direta e materialmente exposta a estes países, os nossos negócios sentiram já os efeitos indiretos do conflito, nomeadamente, através do aumento dos preços da energia, da inflação generalizada e dos constrangimentos nas cadeias de abastecimento, tendo conseguido ultrapassar estes desafios”, comenta Cláudia Azevedo, CEO da Sonae.
Volume de negócios cresce para valor recorde
Os primeiros três meses de 2022 representaram o melhor primeiro trimestre de vendas da Sonae, com destaque para o desempenho da MC e da Zeitreel.
Apesar do contexto económico desafiante, do efeito desfavorável de calendário da Páscoa e de um comparável “exigente”, a MC cresceu 3,8% para 1.294 milhões de euros, com um “like for like” de 2,2%, sustentado sobretudo pelos formatos não alimentares, que recuperaram das restrições de confinamento do ano passado e capturaram a melhoria do consumo não doméstico, e pela inflação dos produtos alimentares, que atingiu 5% no primeiro trimestre.
As vendas online duplicaram face aos níveis pré-pandemia, atingindo 3,2% do volume de negócios total.
O investimento total no período foi de 26 milhões de euros, relacionado sobretudo com a remodelação do parque de lojas, para além do investimento em novas aberturas que se irão materializar ao longo do ano.
Em relação à rentabilidade, o desempenho positivo das vendas da MC contribuiu para uma melhoria de 1,5% do EBITDA subjacente, com uma margem estável de 8,4%, apesar de penalizada pela pressão adicional nos preços de “inputs” específicos, como a energia.
Worten contrai vendas
Após dois anos consecutivos de crescimento significativo, o mercado português de eletrónica contraiu no primeiro trimestre, sobretudo, devido ao contexto pandémico, o qual beneficiou, de forma acentuada, o canal online e impulsionou as vendas de produtos informáticos. Para além disto, os primeiros três meses foram também caracterizados por um inverno menos rigoroso, que limitou a procura de categorias sazonais. “Este contexto desfavorável do mercado de eletrónica e da reorganização da oferta em Espanha Continental contribuíram para uma redução do volume de negócios de 4,1%, para 261 milhões de euros, no primeiro trimestre, contrastando com um crescimento ‘like for like’ de 29,3% reportado no primeiro trimestre”, justifica a Sonae. O desempenho das vendas da Worten reflete estes efeitos, os quais foram parcialmente compensados pelo desemoenho das vendas de todas as novas categorias de produtos não eletrónicos e dos serviços.
Relativamente à rentabilidade, não obstante a melhoria do mix de margem, a queda do volume de negócios e o aumento dos custos operacionais, impactados por maiores custos de energia e investimento na transformação digital, conduziram a uma contração do EBITDA subjacente, em termos homólogos, para 13 milhões de euros, com uma margem de 5,1% no primeiro trimestre.
Sierra triplica lucro
O início de 2022 apresentou sinais de recuperação para a Sierra. O portfólio europeu da Sierra registou uma maior taxa de ocupação (96,9%, mais 0,6 pontos percentuais em termos homólogos) e as vendas comparáveis dos lojistas aumentaram mais de 90%, com uma recuperação significativa em todos os países, nomeadamente em Portugal após o encerramento dos centros comerciais durante dois meses e meio no primeiro trimestre de 2021.
Zeitreel regressa a níveis pré-pandemia
No negócio de moda, o primeiro trimestre caracterizou-se por uma recuperação clara, com a Zeitreel a conseguir regressar aos níveis de vendas do homólogo de 2019, após dois anos muito difíceis para a indústria da moda, afetada pelas restrições da pandemia. Alcançou um volume de negócios consolidado de 96 milhões de euros, mais 57% quando comparado com o primeiro trimestre de 2021 e 88% numa base comparável.
Em termos de rentabilidade, a Zeitreel registou um EBITDA subjacente de 6,1 milhões de euros.
ISRG cresce 66%
Para a ISRG, o período de novembro a janeiro impulsionou o desempenho das vendas nas lojas, com um crescimento de mais de 50% em termos homólogos, o que, combinado com o contributo dos novos negócios adquiridos em 2021, conduziu a um crescimento das vendas totais de cerca de 66%, em termos homólogos, para 366 milhões de euros. O canal online aumentou o seu contributo, com uma evolução de 15,7% para 21,1% do volume de negócios, sobretudo devido à aquisição da Deporvillage.
Em termos de rentabilidade, o EBITDA aumentou 8,6%, para 34 milhões de euros, impulsionado sobretudo pelo desempenho das vendas, que mais do que compensou os impactos negativos na base de custos devido aos constrangimentos da cadeia de abastecimento.