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A Shein lançou uma estratégia para fortalecer a sua posição no comércio global, através da criação de marcas próprias, seguindo os passos de outros players como a Amazon.
Até ao momento, a companhia chinesa não revelou publicamente o número exato de marcas próprias, mas é evidente que este movimento tem um objetivo claro: diversificar a sua oferta e atrair diferentes segmentos de consumidores, reporta a Ecommerce News.
Marcas próprias para cada segmento
Entre as marcas de moda feminina, destacam-se a BAE, voltada para as tendências mais atuais; a SXY, que oferece looks arrojados; a EZwear, com peças básicas e atemporais; e a Emery Rose, centrada em estilos confortáveis e sofisticados. A estratégia inclui também marcas para outros públicos, como a Manfinity, destinada aos homens, e a Cozy Cub e JNSQ, especializadas em moda infantil e desportiva para crianças e adolescentes, respetivamente.
Para além da sua oferta de moda, a Shein também entrou em outros setores. No setor de maquilhagem, tem a Sheglam, e na área da eletrónica, conta com a marca Jmmo. A empresa também possui a Motf – a sua marca de luxo lançada em 2020 -; Romwe; Dazy; Missguided; Cuccoo; Luvlette; LongNap; Petsin; Glowmode; ou SlowSunday.
O novo foco da Shein recorda a tentativa da Amazon de diversificar a sua oferta com marcas próprias, uma estratégia que a empresa fundada por Jeff Bezos iniciou em 2017 com o lançamento de linhas como Lark&Ro e Amazon Essentials, destinadas a competir com gigantes do retalho como a Macy’s. No entanto, a aposta da Amazon não teve o impacto esperado e, em 2023, reestruturou o seu portfólio, eliminando 27 marcas próprias.
Mas a Shein aposta numa estratégia de segmentação mais ampla e diversificada. Em 2020, já deu sinais do seu interesse em diversificar a sua oferta com o lançamento da Motf, a sua marca de luxo, que inclui peças de maior qualidade e preços elevados, direcionadas a um público mais exclusivo.
Os rendimentos da Shein abrandam
Após o ritmo de crescimento acelerado dos últimos anos, os rendimentos da Shein abrandaram. No primeiro semestre de 2024, embora ainda tenham crescido a dois dígitos (+23%), tal como reportado pelo meio “The Information”, este valor está longe dos 40% de crescimento registados no mesmo período de 2023. A empresa chinesa teria obtido um lucro de cerca de 400 milhões de dólares no período mencionado, uma diminuição de 70% em comparação com os lucros obtidos no exercício anterior.
Na Europa, a empresa alcançou uma faturação de 7.684 milhões de euros no último exercício, um aumento de 68% em relação aos 4.581 milhões registados no ano anterior, segundo dados publicados pelo El Economista. Este crescimento não só colocou o gigante chinês no quarto lugar do ranking de vendas no setor da moda, como também o posicionou como uma “ameaça” para outros grandes players como a Primark, Mango e Uniqlo.
A Europa representa apenas 22% dos rendimentos globais da Shein, que atingiram uma estimativa de 35.400 milhões de euros em 2023. Os Estados Unidos continuam a ser o seu mercado mais importante e o principal motor dos seus rendimentos.




