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Sector de bens e serviços de consumo prevê contratar no próximo trimestre

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Foto: Shutterstock

Apesar da incerteza que marca a conjuntura económica nacional e europeia, com a subida da taxa de inflação durante o mês de agosto, o abrandamento no crescimento homólogo do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre e a antecipação de um aumento nas taxas de juro do Banco Central Europeu, os empregadores mantêm intenções de contratação otimistas, procurando assim encontrar um ponto de equilíbrio entre a insegurança quanto a crescimentos futuros e a necessidade de assegurar o acesso ao talento, num mercado de trabalho marcado por uma elevada escassez de profissionais qualificados.

As intenções de contratação dos empregadores evoluem, assim, de forma positiva, com 46% das empresas a prever aumentar as suas equipas no próximo trimestre, face a 11% que antevê reduzir e a 41% que planeia manter o seu número atual de colaboradores. Os dados são apresentados no “ManpowerGroup Employment Outlook Survey “e refletem uma projeção para a criação líquida de emprego de 35% para o quarto trimestre do ano, um valor já ajustado sazonalmente e que simboliza uma subida de oito pontos percentuais face ao terceiro trimestre de 2023 e face ao período homólogo de 2022.

 

Portugal acima

Estes valores posicionam Portugal cinco pontos percentuais acima da média global e 10 pontos percentuais acima da região EMEA (Europa, Médio Oriente e África). O país ocupa, assim, o segundo lugar desta região em termos de perspetivas de criação de emprego, a par dos Países Baixos e da África do Sul, e abaixo da Suíça, que apresenta a projeção mais otimista, com 38%.

A nível global, revela-se ainda como o quarto com o maior crescimento nas intenções de contratação, face à Ppojeção do trimestre passado.

Os dados do ‘ManpowerGroup Employment Outlook Survey’, relativos ao quarto trimestre, revelam a vontade dos empregadores portugueses continuarem a contratar e a criar emprego, apesar de um contexto de elevada incerteza e sinais de algum desgaste no desempenho da economia portuguesa” afirma Rui Teixeira, Country Manager do ManpowerGroup Portugal. “Apesar desses sinais alerta, os empregadores têm, igualmente, muito presente os desafios existentes hoje ao nível da atração de talento e que resultam do desencontro entre as competências que as empresas necessitam para se desenvolver e transformar e as competências disponíveis do mercado. E isso é algo que, apesar da incerteza, continua a sustentar os esforços de criação de emprego”, conclui.

 

Sectores que mais preveem contratar

Os empregadores dos nove sectores analisados em Portugal esperam aumentar as suas equipas no quarto trimestre do ano, com oito destes sectores a apresentarem intenções de contratação mais otimistas, quando comparadas com as do trimestre anterior e com o período homólogo de 2022.

Transportes, logística e automóvel é o sector que apresentava as intenções de contratação mais dinâmicas, com uma projeção para a criação líquida de emprego de 49%. Não obstante, como as entrevistas aos empregadores foram realizadas no mês de julho, este valor não traduz ainda o impacto que as semanas de interrupção de atividade na fábrica da Autoeuropa, em Palmela, poderão trazer à criação de emprego deste sector.

Com a segunda posição mais otimista encontra-se o sector das tecnologias da informação, com uma projeção de 47%. Com este valor, os empregadores de tecnologia voltam a reforçar o sentimento de contratação relativamente ao trimestre anterior e ao período homólogo de 2022, com uma subida de três e nove pontos percentuais, respetivamente. O sector da energia e utilities avança igualmente com perspetivas animadoras quanto à criação de emprego, sinalizando uma projeção de 46%, que traduz um aumento de nove pontos percentuais face ao trimestre passado.

Com uma projeção de 38% encontram-se os sectores de serviços de comunicação, que inclui as telecomunicações e os media, e que apresenta um valor seis pontos percentuais acima do projetado no terceiro trimestre, dos cuidados de saúde e ciências da vida, que apresenta o maior crescimento em relação ao trimestre passado, com mais 32 pontos percentuais, e da indústria pesada e materiais, que abrange os subsectores da agricultura e construção e que revela um crescimento considerável tanto face ao terceiro trimestre deste ano como em relação ao período homólogo de 2022, com um aumento de 15 e 13 pontos percentuais, respetivamente.

As empresas do sector das finanças e imobiliário avançam igualmente intenções de contratação robustas para o último trimestre de 2023. A projeção para a criação liquida de emprego situa-se nos 33%, um valor 12 e 8 pontos percentuais acima do estimado no trimestre passado e no quarto trimestre do ano passado, respetivamente.

A contraciclo encontra-se o sector dos bens e serviços de consumo que, apesar de apresentar uma projeção sólida, de 26%, decresce ligeiramente face ao terceiro trimestre de 2023 e ao quarto trimestre de 2022, com menos quatro e dois pontos percentuais, respetivamente.

 

Região Norte com o maior crescimento

De norte a sul de Portugal, os empregadores de todas as regiões avançam com previsões otimistas de contratação para o quarto trimestre do ano, com apenas uma região a evoluir negativamente face aos meses de julho a setembro de 2023. Ainda assim, na comparação com o período homólogo de 2022, todas as regiões apresentam uma evolução positiva.

A região do Grande Porto é a que apresenta a projeção para a criação líquida de emprego mais próspera, a fixar-se nos 39%, o que se reflete num crescimento de nove pontos percentuais face ao trimestre anterior e numa estabilização relativamente ao período homólogo do ano passado, mantendo o valor.

Seguem-se a região Sul e a Grande Lisboa, com projeções de 37% e 36%, respetivamente. No que diz respeito à primeira, a previsão demonstra um crescimento de nove pontos percentuais, face ao mesmo período do ano passado. Já na Grande Lisboa, o valor avançado pelos empregadores revela igualmente otimismo, tanto em relação ao trimestre passado como ao período homólogo de 2022, com uma subida de sete e 10 pontos percentuais, respetivamente.

A região Norte surge como a quarta com a projeção mais robusta, a fixar-se nos 33%, sendo a que tem a evolução mais considerável comparativamente com o trimestre passado e com o mesmo período de 2022, ambos a registarem uma subida de 17 pontos percentuais.

Por último, mas também com uma projeção positiva, surge a região Centro, com o valor de 17%. Contudo, este valor vem revelar uma descida considerável de 15 pontos percentuais face ao período de julho a setembro deste ano e uma estabilização face ao período homólogo de 2022, com um crescimento de apenas um ponto percentual.

 

Empresas que mais esperam contratar

As quatro categorias de dimensão de empresa analisadas avançam com previsões de contratação positivas para o último trimestre de 2023, com apenas uma a assumir uma evolução negativa face ao período compreendido entre os meses de julho a setembro. Ainda assim, todas evoluem positivamente em relação ao período homólogo do ano passado.

Com as previsões mais prósperas encontram-se as pequenas e as grandes empresas, ambas com uma projeção para a criação líquida de emprego de 38%. Seguem-se as microempresas, com o valor de 36% e, por último, as empresas de média dimensão, com uma Ppojeção para o quarto trimestre do ano de 32%.

As pequenas e as microempresas são as que apresentam uma maior evolução face ao trimestre passado, com um crescimento considerável de 19 e 18 pontos percentuais, respetivamente. A evolução relativamente ao mesmo período do ano passado é igualmente acentuada, com uma subida de 12 e 18 pontos.

As grandes empresas apresentam uma trajetória idêntica, mas menos marcada, com a projeção a aumentar em nove pontos percentuais face ao trimestre passado. Já as médias empresas evoluem em sentido oposto, com uma redução de seis pontos percentuais.

 

Intenções de contratação a nível global

A projeção para a criação líquida de emprego a nível global é de 30%, registando um crescimento ligeiro de dois pontos percentuais quando comparada ao trimestre passado. A projeção reflete ainda uma estabilização face ao mesmo período do ano passado, ao elevar-se em apenas um ponto percentual.

Todos os 41 países e territórios inquiridos apresentam perspetivas de contratação positivas, com 13 países a revelarem um abrandamento face ao trimestre anterior e 18 face ao mesmo período do ano passado.

A nível mundial, a Costa Rica avança com a projeção mais otimista, de 41%, seguida do Brasil e da Suíça, ambos a fixarem-se nos 38%. Por outro lado, é na Argentina, República Checa e Japão que a projeção é mais moderada, com um valor de 11% nos três países.

Na região EMEA, onde se situa Portugal, a projeção para a criação líquida de emprego é de 25%, situando-se apenas três pontos percentuais acima da registada no último trimestre.

 

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