Dezenas de produtores, engarrafadores e representantes de Adegas Cooperativas da Região dos Vinhos Verdes reuniram-se, ontem, para discutir e elencar medidas de resolução para o descontentamento generalizado face ao impedimento da rotulagem de Vinho Verde Alvarinho fora da sub-Região de Monção e de Melgaço.
Após análise dos resultados das exportações e vendas de Vinho Verde Alvarinho em território nacional, assim como a recente distinção de Vinhos Verdes com casta Alvarinho não rotulada no Concurso Mundial que decorreu em Bruxelas – atribuindo a grande medalha de Ouro a um Alvarinho de Amares -, a comissão de trabalho entende que a Lei Portuguesa é discriminatória no que à venda de Vinho Verde diz respeito.
Os vários intervenientes deliberaram em assembleia encetar um conjunto de acções que decorrerão ao longo das próximas semanas, com o objectivo de exigir uma revogação da Lei em vigor quanto a esta prática.
Para além de um pedido de audiência ao Ministério da Agricultura e do Mar e ao Instituto da Vinha e do Vinho, os produtores e engarrafadores da Região dos Vinhos Verdes vão enviar para Bruxelas, de imediato, um abaixo-assinado dirigido à Comissão Europeia, a qual já notificou o Estado Português quanto à incompatibilidade das normas restritivas do Alvarinho com o quadro legal comunitário.
Recorde-se que a Região dos Vinhos Verdes conta com cerca de 22 mil produtores, dos quais apenas dois mil podem rotular Vinho Verde Alvarinho.