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O mercado imobiliário comercial em Portugal registou um arranque de ano robusto, com o sector de retalho a destacar-se claramente como o motor do investimento no primeiro trimestre.
Entre janeiro e março, o volume de investimento em ativos de retalho ascendeu a 356 milhões de euros, representando 57% do total investido neste período.
Este desempenho reflete um crescimento expressivo da atividade no sector, com negócios que incluíram a transação de um centro comercial prime, que representou cerca de metade do volume total do trimestre, um portefólio de supermercados no centro e norte do país, um retail park secundário e ativos de comércio de rua em localizações estratégicas.
Com um volume total de investimento comercial de 625 milhões de euros, o mercado português apresentou um aumento de mais de 2,5 vezes face ao primeiro trimestre de 2024. Este resultado superou em 160% a média dos primeiros trimestres dos últimos três anos e em 28% a média dos últimos cinco anos.
Segundo Augusto Lobo, head of capital markets da JLL Portugal, “o retalho voltou a afirmar-se como um sector estratégico para os investidores, sustentado por um forte desempenho operacional e pela resiliência do consumo. A apetência por ativos bem localizados e com perfis defensivos, como centros comerciais de referência e supermercados, continua elevada e prevemos que esta dinâmica positiva se mantenha ao longo do ano”.
Perspetivas otimistas
Apesar do cenário internacional ainda marcado por incertezas geopolíticas, as perspetivas para o mercado de investimento em Portugal mantêm-se otimistas. O contexto macroeconómico favorável, com projeções de crescimento económico, baixa taxa de desemprego e valorização dos ativos imobiliários, continua a atrair capital, tanto nacional como internacional. A crescente integração de critérios de sustentabilidade também tem sido um fator decisivo na valorização dos ativos de retalho mais modernos e eficientes.
“Estamos perante um novo mapa de retalho urbano, onde a experiência, a autenticidade e a proximidade ganham terreno ao formato tradicional. Estas novas high streets representam um potencial significativo de valorização para operadores e investidores”, acrescenta Augusto Lobo.