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Renda prime do comércio de rua em Lisboa cresceu 70% em cinco anos

No período acumulado entre 2012 e 2017, a renda prime do comércio de rua em Lisboa, cuja referência é o Chiado, cresceu cerca de 70% (de 75 euros/m2/mês para os atuais 130 euros/m2/mês), evidenciando a explosão do interesse dos retalhistas por este formato. Esta foi uma das principais conclusões da sessão de debate promovida pela JLL no âmbito do Portugal Real Estate Summit, evento dedicado ao investimento imobiliário que reuniu mais de três centenas de profissionais nacionais e estrangeiros no Estoril.

Com o tema “Retail: More than Shopping Centers!”, a sessão foi conduzida por Patrícia Araújo, Head of Retail da JLL, que explicou que “a alteração à lei do arrendamento urbano, no final de 2012, foi uma das principais razões para que este formato despertasse o interesse dos retalhistas e emergisse definitivamente como uma opção nas estratégias de implantação das marcas em Portugal. Também o aumento do turismo em Lisboa, a reabilitação urbana que a cidade tem sido alvo e as próprias mudanças nos hábitos de consumo e um estilo de vida mais direcionado para a vivência de bairro contribuíram para impulsionar o crescente sucesso do comércio de rua na capital”.

Por isso, é muito importante que continuem a existir condições para que o formato se mantenha interessante, especialmente de estabilidade legal, pelo que esperamos que as novas alterações aprovadas recentemente a esta lei não tenham um impacto muito negativo na tendência crescente estabelecida no comércio de rua”, disse ainda Pedro Lancastre, diretor geral da JLL.

De acordo com o mais recente relatório de mercado da JLL, o Market 360º, a renda prime do comércio de rua no Chiado atingiu os 130 euros/m2/mês no primeiro semestre, refletindo um crescimento de cerca de 8,5% face ao mesmo período de 2016 (120 euros/m2/mês). Na Baixa, o aumento foi um pouco mais acentuado (em torno dos 10%, de 90 euros/m2/mês para 100 euros/m2/mês), enquanto que nos restantes destinos de compras as rendas mantiveram-se estáveis. A Avenida da Liberdade manteve o valor de referência nos 90 euros/m2/mês, o Príncipe Real nos 40 euros/m2/mês, o Cais do Sodré nos 35 euros/m2/mês e a Rua Castilho nos 30 euros/m2/mês.

A pressão da subida das rendas sentida no Chiado e na Baixa resulta de uma procura de espaços muito superior à oferta, gerando, assim, direitos de ingresso cada vez mais elevados. Ainda assim, em resultado da saída de alguns retalhistas e da reabilitação integral de diversos edifícios, é esperada a abertura de novas lojas nestas duas localizações. Já na Avenida da Liberdade, a JLL destaca que existem espaços disponíveis, embora estejam sobretudo dimensionados para lojas de média e grande dimensão, o que, muitas vezes, não coincide com a procura atualmente existente, mais direcionada para áreas menores.

Além do crescimento do comércio de rua em Lisboa, a sessão dinamizada pela JLL abordou ainda as grandes tendências de consumo que estão a marcar o retalho e, por essa via, a forma como os retalhistas abordam o espaço físico das lojas. O crescimento do comércio eletrónico é uma dessas macrotendências e, num cenário em que os portugueses que fazem compras online aumentaram de 15% para 30% em cinco anos (2010 a 2015), a conclusão dos retalhistas, promotores, gestores e consultores presentes na sessão foi de que as lojas têm hoje que cumprir a missão de proporcionar uma experiência ao consumidor, mais do que ser apenas um espaço de compra.

A crescente importância do segmento de Food&Beverage na oferta de retalho foi também um tema debatido na ocasião, com a JLL a estimar que o formato de Food Hall possa ter um crescimento anual de cerca de 37% na Europa. Tal formato, de que é exemplo piloto o Time Out Mercado da Ribeira, aposta em espaços criados especificamente para Food&Beverage, incluindo a partir da reabilitação de edifícios antigos, armazéns ou até em garagens. “Posicionando-se como espaços que, além da oferta concreta de restauração e bebidas, motivam uma experiência de socialização, são também uma forma muito interessante para que os pequenos operadores e retalhistas possam testar um novo formato e modelo de negócio”, concluiu ainda Patrícia Araújo.

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