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Primeiro semestre concentra 13% do investimento imobiliário dos últimos 10 anos

Durante os primeiros seis meses de 2015, o investimento em imobiliário comercial (escritórios, retalho e industrial) em Portugal totalizou 950 milhões de euros, um volume que corresponde a 13% dos 7.545 milhões de euros transacionados neste mercado no período de 10 anos compreendidos entre 2005 e 2015. Os dados são apurados pela JLL no seu mais recente Market Pulse, um relatório trimestral que analisa a performance do mercado imobiliário português.

De acordo com Pedro Lancastre, diretor geral da JLL Portugal, “o ano de 2015 poderá mesmo ser o mais dinâmico dos últimos 10 anos no investimento imobiliário português. Perspetiva-se um ano recorde para o investimento em imóveis comerciais em Portugal. Os dados do mercado dão conta disso mesmo: o volume investido no primeiro semestre já superou o valor total do ano passado e foi sete vezes superior ao período homólogo. Por isso, e apesar de limitado pelo volume de oferta face à atual procura, é de prever que o mercado possa transacionar este ano um valor entre 1,5 e 2 mil milhões de euros.

O relatório da JLL frisa que o interesse dos investidores por ativos imobiliários nacionais voltou no final de 2013, mas só a partir do 2º semestre do ano passado se verificou o impacto deste dinamismo no volume transacionado, com os primeiros seis meses de 2015 a confirmarem esta retoma e um volume sete vezes maior do que o registado no período homólogo.

Os investidores internacionais voltaram a dominar neste 1º semestre (77% do total investido) e o retalho foi o segmento mais procurado (70%), com as transações de dois centros comerciais e 16 unidades de retalho alimentar, além de sete lojas nas principais zonas de comércio de rua de Lisboa. No segmento de retalho, o investimento foi dominado pelos investidores estrangeiros (83%), enquanto nos escritórios foram os portugueses a liderar as compras (79%). Os escritórios pesaram 14% no total de investimento no 1º semestre, com cinco edifícios de referência a merecerem destaque, dos quais dois localizados na Avenida da Liberdade. Face a este dinamismo, as yields voltaram a cair no 2º trimestre nos centros comerciais, nas lojas de rua e nas duas principais zonas de escritórios (Prime CBD e CBD). Em termos homólogos, as yields caíram 100 pontos base em cada um destes quatro mercados, situando-se agora em respetivamente 6,25%; 5,5%; 6,75% e 6,0%.

Também os mercados de ocupação registaram performances positivas nos primeiros meses de 2015. Nos escritórios, foram arrendados 50.776 metros quadrados no 1º semestre do ano, mais 24% do que face ao mesmo período do ano passado. Este volume corresponde a 123 operações de arrendamento com uma área média de 412 metros quadrados, superior aos 349 metros quadrados que em média foram transacionados por operação em 2014. O Corredor Oeste (Zona 6) e o Parque das Nações (Zona 5) voltaram a ser as zonas mais dinâmicas no 1º semestre de 2015, com quotas de 31% e 21%, respetivamente. A taxa de disponibilidade também recuou (de 12,1% em 2014 para 11,7%), uma descida que se deve também à reduzida promoção de novos edifícios especulativos. No 1º semestre não foi concluído nenhum edifício de escritórios e os dois que deverão ficar terminados este ano serão ocupados pelos proprietários, nomeadamente a nova sede da EDP e o edifício Castilho 24, que será integralmente ocupado pelo Banco de Portugal. No 1º semestre, as rendas prime mantiveram-se estáveis (18,25 euros/metros quadrados/mês no Prime CBD), mas tendem a subir tendo em conta o dinamismo da procura e a baixa disponibilidade de escritórios de qualidade em localizações prime. Os dados referentes ao final de agosto reforçam a tendência de crescimento que se tem verificado neste sector, com um aumento, em termos acumulados, de 18% face ao mesmo período de 2014.

No mercado de retalho, a recuperação do consumo e consequente aumento das vendas continuaram a animar o arrendamento de lojas integradas quer em comércio de rua quer em centros comerciais. Ainda assim, no 2º trimestre foi registada apenas uma nova abertura nas principais zonas de comércio de Lisboa (a Tumi na Avenida da Liberdade), o que se deveu sobretudo à falta de espaços disponíveis nas zonas prime de retalho e não a uma redução na procura por parte dos retalhistas. As rendas prime do comércio de rua em Lisboa continuam a registar uma tendência de subida, atingindo no final do 2º trimestre os 110 euros/metros quadrados/mês no Chiado. No Porto, nomeadamente na Rua de Santa Catarina, as rendas também subiram, situando-se atualmente nos 40 euros/metros quadrados/mês. Nos centros comerciais, que continuam ainda a merecer a preferência dos consumidores portugueses, a retoma das estratégias de expansão das marcas tem trazido mais procura de espaços, o que conduziu a um aumento da renda prime no 2º trimestre (para os 95 euros/metros quadrados/mês). Este é um mercado maduro que foi fortemente afetado pelos anos de crise, período em que a promoção de novos centros comerciais esteve praticamente estagnada. Atualmente existem dois projetos em desenvolvimento: um em Loulé, promovido pela IKEA Centres, e o Nova Arcada (o ex-Dolce Vita Braga), sendo que para ambos está prevista a abertura de uma loja IKEA.

Quanto a perspetivas para o restante ano, a JLL antevê que o mercado imobiliário continue a crescer quer na ocupação quer no investimento, impulsionado por uma Economia que cresce há sete trimestres consecutivos.

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