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Prateleiras vazias custaram aos retalhistas 82 mil milhões dólares em vendas de produtos de grande consumo

Foto Shutterstock

Os retalhistas norte-americanos perderam 82 mil milhões de dólares em vendas de produtos de grande consumo, no ano passado, porque os itens que os clientes teriam comprado não estavam disponíveis, de acordo com os dados divulgados pela NielsenIQ.

As oportunidades de receita perdidas atingiram o seu pico durante o outono, quando a subida da incidência da Covid-19 refletiu-se na disponibilidade em prateleira e elevou as vendas perdidas para 1,7 mil milhões de dólares por semana, num aumento de 22% face aos 1,4 mil milhões de dólares por semana registados durante o primeiro semestre de 2021.

 

Disrupção na cadeia de abastecimento

Os números sublinham o impacto que os desafios da cadeia de abastecimento têm tido nos retalhistas de base alimentar, mesmo que a pandemia tenha tornado os consumidores mais dependentes destas lojas para a aquisição de bens essenciais.

O custo para os retalhistas gerado pela dificuldade que têm enfrentado em manter os níveis de stock foi ampliado por um aumento global das vendas de bens de grande consumo. Apesar dos graves desafios da cadeia de abastecimento, o mercado norte-americano de bens de consumo gerou vendas de 970 mil milhões de dólares, em 2021, mais 2,1% do que os 950 mil milhões de dólares, em 2020, que tinham sido já um valor recorde, e um salto de 11,9% face a 2019.

Obstáculos como a escassez de mão-de-obra e a elevada inflação têm pressionado a capacidade dos retalhistas norte-americanos de manter as suas lojas a funcionar em pleno. Globalmente, registaram uma taxa de disponibilidade na prateleira de 92,6%, no ano passado, apurou a NielsenIQ.

 

Frutas e hortícolas e bebidas mais atingidos

As vendas de frutas e produtos hortícolas foram especialmente atingidas pela escassez, em 2021, com a sua taxa de disponibilidade na prateleira a descer abaixo dos 90%, durante a vaga pandémica que atingiu o país entre finais de junho e meados de outubro, de acordo com os dados.

As vendas de bebidas também foram fortemente afetadas, durante esse período, porque os produtos não estavam disponíveis, com a taxa de disponibilidade das bebidas energéticas a cair para 82,5% durante o mesmo período. Os retalhistas tiveram mais facilidade em repor artigos como cerveja, cidra, doces e pastilhas elásticas.

 

Impacto desigual

Os desafios da cadeia de abastecimento tiveram um impacto desigual nos retalhistas, com alguns capazes de manter as prateleiras maioritariamente abastecidas, mesmo com a pandemia a agravar, no final de 2021, enquanto outros registaram taxas globais de disponibilidade de 91% ou ainda mais baixas, durante esse período de tempo, de acordo com a NielsenIQ.

Numa altura em estas disrupções nas cadeias ainda se mantêm, alimentadas por perturbações decorrentes da variante Ómicron, os retalhistas estão a monitorizar o comportamento dos compradores. Um quinto dos consumidores adia uma compra quando o produto pretendido não está na prateleira, enquanto 10% vai a outro retalhista e 16% para o online, apurou a NielsenIQ.

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